Racional:
A obesidade tornou-se epidemia e está associada à maior morbimortalidade. Seu tratamento é multidisciplinar. O tratamento cirúrgico é recurso consistente nos casos de obesidade grave. A indicação da endoscopia digestiva alta pré-operatória em pacientes assintomáticos é controversa; no entanto, a maioria dos estudos recomenda sua realização em todos os pacientes.
Objetivo:
Analisar os resultados da endoscopia em pacientes que se encontravam em pré-operatório de cirurgia bariátrica, e compará-los aos achados do grupo controle.
Método:
Série de 35 pacientes obesos em pré-operatório de cirurgia bariátrica com um grupo controle de 30 pacientes submetidos à endoscopia no período de fevereiro a julho de 2014. Foram analisados dados clínicos e endoscópicos.
Resultados:
A média de idade do grupo de pacientes foi de 43,54 anos e a maioria deste grupo era do sexo feminino. A média do valor do IMC no grupo de pacientes foi de 47,26 kg/m2 e no grupo controle de 24,21 kg/m2. A maioria dos pacientes era assintomática. A endoscopia estava alterada em 81,25% dos pacientes assintomáticos. As alterações endoscópicas no grupo de pacientes foram 57,1% decorrentes da doença ulceropéptica e 34,3% associadas à DRGE. A análise do número de achados endoscópicos no grupo de pacientes em relação ao grupo controle não demonstrou diferença estatística significante. A prevalência da infecção do H. pylori foi de 60% no grupo de pacientes.
Conclusão:
Recomenda-se que a endoscopia digestiva alta deva ser realizada em todos pacientes em pré-operatório de cirurgia bariátrica, embora o grau de obesidade não tenha relação com maiores alterações endoscópicas. Os obesos não têm maior número de alterações endoscópicas que os não obesos.
Obesidade; Cirurgia bariátrica; Endoscopia