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Avaliação da esofagectomia de urgência na perfuração esofágica

RACIONAL:

O trauma de esôfago é considerado uma das lesões mais graves do trato digestivo. O tratamento de escolha para casos de perfuração esofágica ainda é controverso, visto que esta decisão envolve inúmeras variáveis. As condições clínicas do paciente, as condições locais no segmento do esôfago perfurado, a gravidade das lesões associadas e o tempo de atendimento são essenciais para que a equipe cirúrgica possa instituir o tratamento adequado.

OBJETIVO:

Demonstrar e analisar os resultados da esofagectomia de urgência em uma série de pacientes com perfuração do esôfago.

MÉTODO:

Estudo retrospectivo incluindo 31 pacientes com confirmação diagnóstica de perfuração esofágica. A maior parte das lesões foi consequente à dilatação endoscópica de afecções benignas do esôfago que evoluíram com estenose. O diagnóstico da perfuração foi baseado em parâmetros clínicos, exames laboratoriais, radiológicos e endoscopia digestiva alta. A principal técnica cirúrgica utilizada foi a esofagectomia transmediastinal seguida da reconstrução do trânsito digestivo em um segundo tempo cirúrgico. Os pacientes foram avaliados em relação ao desenvolvimento de complicações sistêmicas e locais, notadamente deiscência e estenose da anastomose do esôfago cervical com o estômago ou cólon transposto.

RESULTADOS:

A avaliação pós-operatória precoce demonstrou sobrevida de 77,1% em relação ao ato cirúrgico proposto, sendo que 45% não apresentou qualquer complicação. Os outros pacientes apresentaram uma ou mais complicações, sendo a infecção pulmonar e a fístula anastomótica as mais frequentes. Sete pacientes (22,9%) evoluíram a óbito por quadro séptico. Tais pacientes foram submetidos à ressecção esofágica após 48 horas do diagnóstico da perfuração. Na avaliação a médio e longo prazo, a maioria dos pacientes relatou estar satisfeito com o ato cirúrgico, referindo boa qualidade de vida.

CONCLUSÕES:

Apesar da morbidade não desprezível, a esofagectomia de urgência tem sua validade, principalmente em casos de perfuração esofágica consequentes à dilatação endoscópica para estenoses benignas.

Cirurgia torácica; Esofagectomia; Trauma


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