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INVESTIGAÇÃO CLÍNICA, EPIDEMIOLÓGICA, LABORATORIAL E TERAPÊUTICA

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PP16 - Utilização da terapia ultrassônica de baixa intensidade na redução da lipodistrofia ginecóide: uma terapia segura ou risco cardiovascular transitório? - Um estudo pré-clínico

Gonçalves WLS; Cirqueira JP; Soares LS; Abreu GR; Bissoli NS; Moysés MR

Departamento de Ciências Fisiológicas – Universidade Federal do Espírito Santo - Vitória, ES

FUNDAMENTOS E OBJETIVO: Na atualidade tem-se notado um grande interesse por terapias que minimizem os impactos do envelhecimento humano e conseqüentemente as disfunções por ele ocasionadas. Na busca do prolongamento da vida útil celular sem disfunções biológicas e ou patológicas, inúmeras terapias vêm surgindo. Todavia, suas indicações em grande parte são baseadas em evidências clínicas e seus mecanismos de ações pouco elucidados. A difusão do ultra-som como método terapêutico (TUS) corroborou o perfil de segurança observado na prática médica; porém, nem sempre baseado em estudos sistemáticos, sugerindo medidas de cautela e otimização da técnica em sua utilização. O objetivo deste estudo foi verificar o risco cardiovascular, através do perfil lipídico e glicêmico, da pressão arterial média (PAM) e freqüência cardíaca (FC) e da reatividade coronariana de ratas submetidas à TUS de baixa intensidade (3MHz), no tratamento da lipodistrofia ginóide (celulite).

MATERIAIS E MÉTODOS: No estudo utilizamos ratas de espécie Wistar (n=10), pesando +300g, separadas em 02 grupos (n=5): Controle (Sham) e TUS. Após anestesia induzida por Éter PA (100%) em câmara de contenção, as ratas foram submetidas à TUS em modo pulsado, com potência de 1,0W / cm2 e freqüência de 16 Hertz (Hz), na região inguinal direita em área de 3cm2, durante 03 min. por 10 dias, com intervalo de 02 dias para cada 05 aplicações. O transdutor do U.S foi acoplado à pele sobre gel a base H2O e movimentado em um ângulo de 5º à direita e esquerda para evitar o efeito térmico, mimetizando o uso clínico. Ao final do tratamento (10 dias), as ratas foram anestesiadas (Cloral Hidratado á 10% - 0,4mL/100g) e cateterizadas em artéria femoral esquerda, foram mensuradas a PAM e FC (Biopac Sistem), o sangue foi coletado para dosagem do perfil lipídico e glicêmico. A seguir, o coração foi isolado e perfundido com solução Krebs modificada (Técnica de Langendorff) após 40 minutos de estabilização foi realizada uma curva dose-resposta de adenosina que variava de (4-64mg). As variáveis foram analisadas pela ANOVA, seguido pelo teste de Tukey. Os dados estão apresentados como média + EPM.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: Os dados demonstraram significativo aumento da PAM no grupo TUS (115+1) vs (104+2) mmHg no grupo controle; a FC não apresentou diferenças significativas entre os grupos TUS (425+8) vs (387+30) bpm no controle. A pressão de perfusão coronariana basal reduziu significativamente de 96+2 mmHg no grupo controle para 76+1 mmHg no grupo TUS. O perfil lipídico mostrou diferenças significativas no LDL (10+0,5 vs 13+1mg/dL), no HDL (61+1 vs 56+0,5mg/dL), nos triglicérides (28+1,5 vs 93+5mg/dL) e na glicemia em jejum (101+1 vs 142+6,5 mg/dL) nos grupos controle e TUS, respectivamente. Na reatividade coronariana, houve uma atenuação significativa à resposta vasodilatadora a adenosina em todas as doses.

CONCLUSÃO: Observamos que a TUS, em modo pulsado, alterou os parâmetros hemodinâmicos e os níveis de lipídios e glicose séricos durante e imediatamente após o uso; além de ocasionar redução na vasodilatação induzida por adenosina. Portanto, a TUS implica risco cardiovascular transitório em ratas Wistar, contudo, maiores estudos são necessários para melhor elucidar estes efeitos transitórios e suas repercussões em longo prazo no sistema cardiovascular.

APOIO: PPGCF / UFES / Faculdade Salesiana de Vitória e CAPES.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    29 Ago 2007
  • Data do Fascículo
    Ago 2005
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