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Departamento de doenças infecciosas e parasitárias

INVESTIGAÇÃO CLÍNICA, EPIDEMIOLÓGICA, LABORATORIAL E TERAPÊUTICA

Departamento de doenças infecciosas e parasitárias

PP12 - Avaliação do efeito antiparasitário do omeprazol na prevenção do desenvolvimento de lesões cutâneas em hamsters infectados por Leishmania braziliensis

Miot HA; Costa ALB; Matsuo CY; O’dwyer LH; Miot LDB

Departamentos de Dermatologia e de Parasitologia - FMB-UNESP - Botucatu, SP

FUNDAMENTOS/OBJETIVOS: A leishmaniose tegumentar americana permanece uma doença endêmica em diversas regiões do país. A sobrevivência do parasita no interior dos lisossomos dos macrófagos se deve, em parte, à atividade de uma K/H-ATPase de membrana que pode ser inibida pelo omeprazol. Este trabalho objetiva avaliar a eficácia do omeprazol na prevenção do desenvolvimento de lesões de leishmaniose em hamsters.

MATERIAL E MÉTODOS/CASUÍSTICA: Empregaram-se 18 hamsters, divididos em 3 grupos de 6 elementos: o grupo L recebeu apenas a inoculação de L. braziliensis na pata D; o grupo O recebeu apenas doses diárias de 0,4 mg de omeprazol subcutâneo, e o grupo L+O recebeu o inóculo de leishmanias e o tratamento com omeprazol desde o dia da inoculação. O estudo foi conduzido por 42 dias, e foram realizadas semanalmente medidas dos diâmetros das patas, ao final do estudo foram realizados esfregaços das lesões para verificação dos parasitas.

RESULTADOS/DISCUSSÃO: Os hamsters dos grupos L e L+O desenvolveram lesões de leishmaniose tegumentar na pata D, os diâmetros das lesões foram significativamente maiores que o início do estudo e o grupo O (p<0,05 Wilcoxon), havendo franca ulceração em 2 do grupo L e 1 do grupo L+O. Ao final do estudo, a mobilidade e vitalidade do grupo L foram menores que L+O, e estas menores que o grupo O. Não houve diferença significativa entre os diâmetros das patas dos grupos L e L+O ao final do estudo (p>0,05 Mann-Withney), e foram detectados parasitas no esfregaço das lesões dos 2 grupos.

CONCLUSÃO: Omeprazol, no protocolo utilizado, não foi capaz de evitar o desenvolvimento de lesões de leishmaniose tegumentar em hamsters.

P13 - Maxadilan (MAX) - proteína salivar de Lutzomyia longipalpis: detecção de anticorpos anti-MAX em leishmaniose tegumentar americana (LTA) e expressão gênica e protéica de MAX em Lutzomyia neivai

Aires JMI; Chociay MFI; Nascimento MMPII; Figueiredo JFCII; Roselino AMFI

IFaculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo

IIDivisão de Dermatologia e de Moléstias Infecciosas, Departamento de Clínica Médica, Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo

FUNDAMENTOS: MAX tem sido empregado em vacina experimental para leishmaniose. Sua expressão se limita a L. longipalpis, vetor do calazar.

OBJETIVO: Detectar anti-MAX em soro de pacientes com LTA e verificar a expressão de MAX em L. neivai, vetor da LTA na região estudada.

MATERIAL E MÉTODOS: Anti-MAX foi detectado por ELISA no soro de 42 pacientes com LTA e 63 controles. A extração de proteínas e de DNA de segmento cefálico de exemplares de L. longipalpis (controle positivo) e L. neivai foi realizada pelo método Trizol. Proteínas foram detectadas em gel de acrilamida e a expressão de fragmento do gene do MAX (106 bp) por PCR (Polymerase Chain Reaction), utilizando-se par de primers específico. O produto da PCR foi submetido a RFLP (Restriction Fragment Lenght Polymorphism) com as enzimas Hha I e RSA I.

RESULTADOS: Títulos de anti-MAX em LTA resultaram significativamente maiores comparados aos controles. Entre as frações protéicas, a <10kDa sugere MAX. A expressão gênica do MAX foi detectada em L. longipalpis e L. neivai, com confirmação por meio de PCR-RFLP.

DISCUSSÃO: A partir do sequenciamento do MAX, estudos têm abordado sua capacidade vasodilatadora e imunomodulatória em experimentos in vitro e com animais infectados por L. braziliensis, demonstrando o favorecimento da infecção. No entanto, quando empregado como vacina, reduz o tempo da evolução da doença. Por outro lado, salienta-se que esses experimentos têm sido realizados com leishmania responsável pela forma cutânea, enquanto a proteína salivar - MAX - só era descrita em vetor do calazar. Mais recentemente houve relato de anticorpos anti-saliva de L. intermedia em LTA. Pela primeira vez estamos demonstrando a presença de anti-MAX no soro de pacientes com LTA, chamando a atenção para a presença de anti-MAX também em controles, tornando imprescindível a pesquisa da expressão de MAX em vetor responsável pela transmissão da LTA na nossa região. Assim, também de forma inédita, fica registrada a expressão gênica de MAX em L. neivai, vetor responsável pela transmissão da LTA na nossa região, assim como a expressão de fração protéica correspondente ao MAX.

CONCLUSÕES: A população controle, apresentando anti-MAX, confirma a exposição a picadas de flebótomos. Diante dos títulos anti-MAX maiores na amostra de LTA, com lesões cutâneas e mucosas em atividade, sugere-se que a exposição prévia e natural à proteína MAX não estaria conferindo proteção imunológica contra a leishmaniose tegumentar, desfavorecendo seu emprego em vacinação.

P14 - Métodos subsidiários para o diagnóstico da leishmaniose tegumentar americana (LTA): comparação dos resultados do sequenciamento de DNA e da PCR-RFLP para determinação da espécie de leishmania em amostras cutâneo-mucosas

Garcia FCB; Rodrigues SS; Chociay MF; Medeiros ACR; Roselino AMF

Divisão de Dermatologia, Departamento de Clínica Médica, Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto - USP - Ribeirão Preto, SP

INTRODUÇÃO: A Leishmaniose Tegumentar Americana (LTA) é endêmica no Brasil, sendo que métodos moleculares têm se mostrados mais eficazes para o seu diagnóstico.

OBJETIVOS: Comparar os resultados dos exames - intradermorreação de Montenegro (IRM), pesquisa de leishmania em biópsia cutânea (Bx), reação de imunofluorescência indireta (RIFI) para leishmania, PCR, sequenciamento e PCR-RFLP (Polymerase Chain Reaction-restriction Fragment Lenght Polymorphism) - entre si, e com dados demográficos e epidemiológicos de pacientes com LTA.

MATERIAL E MÉTODOS/CASUÍSTICA: Foram estudados 152 pacientes, com realização de IRM, Bx, RIFI e PCR para pesquisa de leishmania em amostra de pele, utilizando-se par de primers específico para seqüência de 120 bp de kDNA do minicírculo, comum a todas espécies de leishmanias. O produto da PCR foi utilizado para sequenciamento e para RFLP com a enzima Hae III. A análise do padrão de restrição foi comparada às culturas de L. (L.) amazonensis e L. (V.) braziliensis.

RESULTADOS: O sexo predominante foi o masculino, com 75% dos casos, a cor predominante, a branca (80%) e a ocupação profissional predominante, urbana (48%). A idade variou de 3 a 77 anos, com predomínio de 21 a 50 anos (56,5%). Em relação à procedência, 65,8% eram do estado de São Paulo, sendo a forma cutânea (79,6%) a mais encontrada. A IRM apresentou positividade em 73,4% e o exame histopatológico evidenciou a presença de leishmanias em 30,6% das amostras, enquanto a RIFI apresentou 59,7% de positividade. A PCR foi positiva em 81,6% e a PCR-RFLP identificou L. braziliensis (66%) como espécie predominante, fato que também ocorreu com o sequenciamento, com 64,4% das amostras positivas para L. braziliensis. A PCR foi o melhor método na detecção da doença, ficando a Bx com os menores valores de detecção, somente não havendo significância estatística entre a IRM e a PCR. Na comparação entre a PCR-RFLP e o sequenciamento, encontrou-se 61% de concordância entre os resultados, mostrando significância para PCR-RFLP para L. braziliensis.

DISCUSSÃO: O método PCR-RFLP representa menor custo e menor tempo de execução comparado ao sequenciamento de DNA, no que diz respeito aos reagentes e a equipamentos.

CONCLUSÃO: Concluímos que a IRM e a PCR são estatisticamente equivalentes como métodos subsidiários para o diagnóstico da LTA, lembrando que a IRM não tem tanto valor em área endêmica, e que a PCR-RFLP e o sequenciamento são equivalentes e eficazes na identificação das espécies de leishmania.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    29 Ago 2007
  • Data do Fascículo
    Ago 2005
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