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Hiperaldosteronismo primário: uma epidemia verdadeira ou alarme falso?

A prevalência de "hiperaldosteronismo primário" (HAP) não pode ser determinada atualmente com precisão, uma vez que 1) não há uma definição aceita universalmente, e 2) existem fases tanto de normotensão como de normocalemia durante o desenvolvimento evolutivo desta doença eventualmente caracterizada por hipertensão e hipocalemia. A exceção são as formas totalmente caracterizadas geneticamente, como o hiperaldosteronismo supressível por glicocorticóides, cuja real prevalência pode ser comprovada hoje em dia por rastreamento universal, usando uma única amostra de sangue, embora isto não seja nem prático nem apropriado. Controvérsias têm sido levantadas com relação à raridade, ou o contrário, do HAP, devido à 1) redescoberta, nos últimos 12 anos, da fase normocalêmica descrita por Conn, 2) aplicação de métodos amplamente disponíveis para mensuração da aldosterona e renina para "rastreamento", 3) a variável qualidade destes métodos, e sua aplicação, e 4) ausência dos necessários testes "diagnósticos", em adição ao screening, em alguns estudos. HAP é significativamente mais comum do que previamente imaginado, e uma forma muito importante de hipertensão potencialmente curável. O diagnóstico precoce e o tratamento específico evitam a morbidade. O foco atual no aumento da detecção do HAP é essencial, e irá auxiliar a resolver a questão de sua prevalência.

Aldosterona; Renina; Relação aldosterona-renina; Hiperaldosteronismo primário; Hipertensão


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