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Hormônio anti-Mülleriano nos distúrbios da determinação e diferenciação do sexo

A masculinização dos genitais internos e externos durante o desenvolvimento fetal depende da existência de dois hormônios testiculares distintos: a testosterona secretada pelas células de Leydig conduz à diferenciação dos dutos de Wolff, do seio urogenital e dos genitais externos, enquanto que o hormônio anti-Mülleriano (HAM) produzido pelas células de Sertoli provoca a regressão dos dutos de Müller. A falta de ação do HAM no início da vida fetal resulta na formação de tubas uterinas, útero e terço superior da vagina. Em fetos 46,XY, a falta do HAM pode resultar de disgenesia testicular, afetando tanto as células de Leydig quanto as de Sertoli: nesse caso, a presença de remanescentes Müllerianos está associada a genitais externos femininos ou ambíguos. Por outro lado, distúrbios na ação do HAM podem resultar de mutações em genes que codificam o HAM ou seu receptor: nessa afecção, conhecida como síndrome da Persistência dos Dutos de Müller, a produção de testosterona é normal e os genitais externos são virilizados normalmente. Finalmente, o HAM costuma ser secretado normalmente em pacientes com intersexo decorrente de defeitos restritos à síntese ou à ação de andrógenos, resultando em indivíduos com genitais externos femininos ou ambíguos com ausência de derivados de Müller.

Andrógenos; Criptorquidismo; Células germinativas; Estados intersexuais; Síndrome da persistência dos dutos de Müller; Células de Sertoli


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