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Potências antiproliferativa e pró-apoptótica dos glicocorticóides: discordância com as propriedades anti-inflamatórias e imunossupressoras

As potências antiinflamatória e imunossupressora dos glicocorticóides (GC) já foram bem estabelecidas previamente. No entanto, os GC também possuem atividade reguladora da proliferação celular e da morte celular programada (apoptose). O objetivo deste estudo foi determinar a potência relativa de diferentes GC na modulação da sobrevida celular. Linfoblastos cortico-sensíveis (linhagem celular CEM-C7/14) foram mantidos em cultura prolongada e submetidos ao tratamento com GC por 48h, em doses variando entre 10-8 e 10-5 molar. O índice de sobrevida celular foi quantificado pelo teste MTT (DimetilTiazol-Tetrezolium). Para cada GC avaliado, foram realizados pelo menos quatro experimentos em quadruplicata. A resposta celular aos diferentes GC foi analisada através do teste estatístico ANOVA on Ranks, enquanto a resposta ao mesmo GC em concentrações diferentes foi analisada pelo teste ANOVA for repeated measures. O EC50 de cada GC foi calculado utilizando-se o software GraphPad Prism 3.0. Durante o uso de concentrações baixas (10-8 e 10-7 molar), observou-se sobrevida semelhante dos linfoblastos após tratamento com hidrocortisona ou metilprednisolona. Nestas mesmas concentrações baixas, a sobrevida celular foi menor quando utilizou-se dexametasona, betametasona, budesonida ou mometasona. A mometasona e a metilprednisolona foram os dois GC que determinaram maior redução da sobrevida linfoblástica. Nossos resultados sugerem que as potências antiproliferativa e pró-apoptótica dos GC sejam diferentes dos efeitos antiinflamatórios e imunossupressores previamente estabelecidos para estes GC.

Glicocorticóide; Sobrevida celular; Morte celular; Apoptose


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