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Abordagem clínica e laboratorial do bócio uninodular sólido: vantagens da determinação da calcitonina sérica por métodos distintos no rastreamento do carcinoma medular de tireóide, forma esporádica

A apresentação clínica mais freqüente da forma esporádica do carcinoma medular da tireóide (CMT) é o bócio uninodular sólido (BUS), apresentação esta semelhante aos demais tumores que afetam a glândula. O estabelecimento da freqüência de CMT em BUS apresenta implicações importantes não só diagnosticas, como também terapêuticas, visto a abordagem cirúrgica do CMT diferir de outros tumores tireoideanos. Para investigar a prevalência de CMT em BUS, dosamos calcitonina (CT) sérica, marcador bioquímico do CMT, por métodos distntos (RIA e IRMA) em 60 casos (55 mulheres; com idades entre 22 e 75 anos). A análise citológica obtida através de punção biópsia (PAAF) revelou 100% de especificidade e 67% de sensibilidade na detecção de carcinoma de tireóide. Considerando-se o grau de suspeita clínica para neoplasia tireoideana e os achados anatomopatológicos, houve 60% de correlação positiva. CMT foi diagnosticado através da elevação da CT sérica em um dos 59 casos (1,69%) e confirmado posteriormente pela PAAF e anatomopatológico. A incidência de CMT entre os casos de neoplasias tireoideanas nesta amostra foi de 12,5% (1/8). Concluímos que a dosagem rotineira da CT sérica em casos com BUS não só complementa o estudo desta doença, como auxilia fortemente no diagnóstico do CMT. Tanto o IRMA como o RIA mostraram-se métodos úteis no rastreamento do CMT. Entretanto, o RIA pode provavelmente detectar ainda mais precocemente a elevação de formas não monoméricas da molécula de CT, as quais nos casos de CMT são usualmente mais abundantes que as formas monoméricas.

Tireóide; Calcitonina; Bócio uninodular atóxico; Carcinoma medular de tireóide


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