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Leishmaniose visceral canina: um caso inusitado de um animal assintomático proveniente de Belo Horizonte, Minas Gerais

Relata-se um quadro histológico caracterizado por lesões acentuadas em tecidos de um cão assintomático naturalmente infectado por Leishmania infantum (sin. chagasi). Cortes parafinados de fígado, baço, linfonodos (cervical, axilar e poplíteo) e pele (orelha, espelho nasal e abdome) foram corados pela técnica de hematoxilina-eosina e pela técnica imunoistoquímica de estreptoavidina-peroxidase para detecção de formas amastigotas de Leishmania. Os linfonodos apresentaram profundas alterações estruturais. Em todos observou-se depleção linfocitária, principalmente da córtex, com substituição dos linfócitos por macrófagos abarrotados de formas amastigotas de Leishmania. No fígado, observou-se a presença de pequenos granulomas intralobulares compostos por macrófagos intensamente parasitados, plasmócitos e raros linfócitos. No baço, a alteração marcante foi a depressão da polpa branca. Os folículos linfóides foram substituídos por macrófagos intensamente parasitados com as formas amastigotas de Leishmania. Fragmentos de pele de orelha, espelho nasal e abdome apresentaram reação inflamatória crônica e difusa com exsudato celular composto por macrófagos, plasmócitos e linfócitos. Parasitos foram detectados em todos os tecidos estudados e mais numerosos na pele da orelha e focinho. Os achados mostram a importância de cães assintomáticos na epidemiologia da leishmaniose visceral.

cão; Leishmania infantum; histopatologia


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