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Métodos laboratoriais para a detecção da resistência à meticilina nos Staphylococcus coagulase negativos de infecções oculares

OBJETIVOS: Avaliar os diferentes métodos de suscetibilidade à oxacillina, em isolados oculares, considerando a reação em cadeia da polimerase (PCR) como "padrão-ouro" e comparar a suscetibilidade in vitro para outros antimicrobianos de uso oftalmológico. MÉTODOS: O sistema automatizado Vitek foi utilizado para identificar as diferentes espécies de Staphylococcus coagulase negativo (SCoN). A presença do gene mecA foi determinado pela reação em cadeia da polimerase com a combinação de 2 "primer" sets (mecA e 16S rRNA) em uma única região. Estes resultados foram analisados e comparados com outros métodos de suscetibilidade à oxacilina: detecção da proteína PBP2a pelo teste de aglutinação em látex (SLA); E-test oxacilina; o sistema automatizado Vitek (GPS-105); o teste de triagem em ágar (OSAS) com oxacilina nas concentrações de 6,0, 1,0 e 0,75 µg oxacilina por ml e o teste de disco difusão com cefoxitina (CDD). A suscetibilidade automatizada foi obtida para os seguintes agentes antimicrobianos: fluorquinolonas, penicilina G, amoxicilina-ampicilina, cefazolina, ampicilina-sulbactam, eritromicina, clindamicina, gentamicina, tetraciclina, sulfametoxazol-trimetoprima, vancomicina e rifampicina. RESULTADOS: Dos 69 Staphylococcus coagulase negativo testados, 71% foram mecA-positivos e 29%, mecA-negativos. Todos os métodos testados apresentaram concordância estatisticamente significante com a reação em cadeia da polimerase. Houve tendência à predominância da positividade da reação em cadeia da polimerase entre os S. epidermidis comparado aos não-epidermidis, embora sem significância estatistica (78,3% vs. 56,5%; chi2= 2,54; p=0,11). O teste de triagem em ágar (0,75 µg oxacilina/ml) apresentou a melhor performance com resultados de: 100% de sensibilidade e valor preditivo negativo, 95% de especificidade e 98% de valor preditivo positivo. Os isolados mecA-positivos foram estatisticamente significativavos mais resistentes para ciprofloxacina, ofloxacina, gatifloxacina e moxifloxacina, no E-test (p=0,002; p=0,008; p=0,002 e p=0,003). Houve maior proporção estatisticamente significativa de resistência entre os Staphylococcus coagulase negativo mecA-positivos para: penicilina G, amoxicilina-ampicilina, cefazolina, ampicilina-sulbactam, eritromicina, clindamicina, gentamicina e tetraciclina. (p<=0,05) Todos os Staphylococcus coagulase negativos foram suscetíveis à vancomicina e não houve correlação estatisticamente significativa entre as amostras mecA-positivas e a resistência para sulfametoxazol-trimetoprima e rifampicina. CONCLUSÕES: No presente estudo, foi observado que o E-test e o OSAS (0,75 µg oxacilina por ml), comparado à reação em cadeia da polimerase, foram os métodos fenotípicos mais acurados em detectar a resistência à oxacilina nos Staphylococcus coagulase negativos. Foi demonstrado que os testes de disco difusão com cefoxitina e o método automatizado (Vitek) são boas opções para a triagem da resistência à oxacilina em laboratórios de microbiologia ocular. Destacou-se a importância de métodos acurados para detectar a resistência à meticilina dentre as espécies menos freqüentemente encontradas, considerando a crescente importância destes patógenos oportunistas.

Resistência a meticilina; Sensibilidade e especificidade; Testes de fixação do látex; Oxacilina; Testes de sensibilidade microbiana; Staphylococcus; Staphylococcus; Coagulase; Infecções oculares bacterianas; Estudo comparativo


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