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Achados oftalmológicos em lactentes com microcefalia e infecção presumida pelo vírus Zika

RESUMO

Introdução:

No ano de 2015, foi identificado no Brasil um aumento da prevalência de microcefalia em vinte vezes. Esta malformação foi associada pelo Ministério da Saúde à transmissão vertical do Zika vírus (ZIKV).

Método:

Investigamos dez lactentes com diagnóstico clínico presumido de microcefalia relacionada à ZIKV, que apresentavam anormalidades oculares, nascidos entre maio e dezembro de 2015.

Resultados:

Sete mães (70,0%) relataram sintomas (mal-estar, rash e artralgia) durante a gestação, sendo seis (85,7%) no primeiro trimestre. No dia da avaliação nenhuma alteração ocular foi identificada nas mães e elas não relataram sintomas oculares durante a gestação. Sorologia foi negativa para toxoplasmose, rubéola, citomegalovírus, sífilis e vírus da imunodeficiência adquirida (HIV) em todos os lactentes. Os achados oculares incluíram alterações maculares (depósito pigmentar grosseiro e/ou atrofia coriorretiniana) em 15 olhos (75,0%) e alterações do nervo óptico (hipoplasia do disco com sinal do duplo anel, palidez e/ou aumento da escavação papilar) em nove olhos (45,0%).

Conclusões:

Os pacientes apresentaram segmento anterior normal e importantes e anormalidades maculares e do nervo óptico. Estudos futuros vão avaliar a importância destas alterações visuais.

Descritores:
Microcefalia; Zika vírus; Achados oculares; Transmissão vertical, Retina

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