Open-access Uso do MAEA para subsidiar o projeto baseado em evidências: o caso do mapeamento de um estudo preliminar para um pronto socorro hospitalar

Use of MAEA to support evidence-based design: the case of mapping a preliminary study for a hospital emergency room

Resumo

A superlotação e os leiautes inadequados são problemas frequentes em Estabelecimentos Assistenciais de Saúde (EAS), impactando a qualidade dos serviços. Pesquisas indicam a necessidade de novas abordagens de avaliação que simulem o desempenho do edifício e auxiliem na tomada de decisão no projeto. A pandemia de COVID-19 reforçou a importância de métodos ágeis para avaliar adaptações em EAS. Este estudo explora a aplicação do método de Mapeamento de Alocação de Espaços para Atividades (MAEA) como ferramenta de apoio à reforma do Pronto-Socorro Adulto (PSA) do Hospital Universitário da USP. A pesquisa compara o leiaute existente com a proposta de reforma, utilizando o mapeamento da alocação de atividades e a análise de congruência de arranjos espaciais alternativos para identificar interações não previstas e oportunidades de melhoria. A análise, apresentada ao arquiteto e clientes finais, se mostrou efetiva na identificação de pontos de melhora e de atenção à equipe de projeto. O estudo destaca o potencial do MAEA na promoção de um diálogo mais produtivo entre as partes, garantindo decisões baseadas em evidências e alinhadas às necessidades dos usuários.

Palavras-chave
Mapeamento de alocação de espaços para atividades; DSM; Congruência organizacional; Projeto de reforma; Fluxo de atividades

Abstract

Overcrowding and inadequate layouts are frequent issues in Healthcare Facilities (EAS), impacting service quality. Research highlights the need for evaluation approaches that simulate building performance and support decision-making in design. The COVID-19 pandemic reinforced the importance of agile methods for assessing adaptations in EAS. This study explores the application of the Mapping of Activities and Environment Allocation (MAEA) method to support the renovation of the Adult Emergency Room (PSA) at the University Hospital of USP. The research compares the existing layout with the proposed renovation, using activity allocation mapping and congruence analysis of alternative spatial arrangements to identify unforeseen interactions and improvement opportunities. The analysis, presented to the architect and clients, proved effective in identifying areas for improvement and key concerns for the design team. The study highlights MAEA’s potential to foster more productive dialogue among stakeholders, ensuring evidence-based decisions aligned with user needs.

Keywords
Mapping of activities and environment allocation; Design Structure Matrix (DSM); Organizational congruence; Renovation design; Workflow

Avaliação de alocação de atividades em leiautes de projeto complexos

A avaliação de estudos de projetos complexos, como observado em pronto socorros e outros Estabelecimentos Assistenciais de Saúde (EAS) em que a operação depende do funcionamento de múltiplos sistemas e processos, apresenta desafios significativos devido ao número de fatores a serem considerados e à necessidade de antecipar o desempenho do edifício antes mesmo de sua construção (Shen et al., 2013; Brambilla et al., 2022; Waroonkun; Prugsiganont, 2022). Métodos tradicionais de avaliação muitas vezes não conseguem capturar a complexidade das interações entre espaços, fluxos de trabalho e as necessidades dos usuários, resultando em projetos que podem apresentar falhas após a ocupação (Van Der Voordt; Maarleveld, 2008; Caixeta; Figueiredo; Fabricio, 2009).

Enquanto avanços têm sido feitos no desenvolvimento e nas aplicações de simulação de desempenho lumínico, térmico, eficiência energética e de emissão de carbono (Lu et al., 2024; Karanafti; Theodosiou, 2024; Nazari; Matusiak, 2024), observa-se a carência de métodos que permitam simular o desempenho de aspectos da ocupação do edifício nas fases iniciais do projeto. Entre essas lacunas incluem o desenvolvimento de métodos de análise da alocação de espaços e fluxo de atividades, dificultando a tomada de decisões informadas e eficazes (Shin et al., 2017).

Neste contexto, o presente artigo apresenta um estudo exploratório de uso do método Mapeamento de Alocação de Espaços para Atividades (MAEA) como ferramenta de análise de um estudo preliminar de reforma do Pronto-Socorro Adulto (PSA) do Hospital Universitário da Universidade de São Paulo (HU-USP). A abordagem baseia-se em evidências obtidas a partir da simulação das interações de fluxos das atividades do serviço prestado em decorrência da alocação especifica destas atividades, considerando tanto a situação existente quanto uma proposta de reforma. O objetivo principal deste estudo foi avaliar a aplicabilidade do MAEA na prática de desenvolvimento de projetos complexos e, complementarmente, identificar como as evidências geradas são recepcionadas pelos agentes da equipe diretamente envolvidos no processo decisório e sua utilidade para subsidiar decisões de projeto.

A motivação prática subjacente a este trabalho decorre da cooperação com a superintendência do HU-USP, interessada em compreender os problemas e promover melhorias no ambiente e nas instalações existentes. A oportunidade de aplicar o método em um contexto real, surgiu com a necessidade (Portal Globo, 2023) de promover mudanças nas instalações do PSA que atendessem as demandas da equipe de saúde e às novas diretrizes de controle de infecção que emergiram durante a pandemia de COVID-19. À época, a dificuldade de avaliar o impacto da realocação de atividades e das adaptações espaciais pontuais para o isolamento de espaços, feitas em resposta à emergência sanitária, impulsionou o desenvolvimento do MAEA. Agora, este artigo apresenta os resultados da primeira aplicação deste método de mapeamento de alocação das atividades no estudo preliminar iniciado em 2024 para a reforma deste mesmo PSA.

O MAEA foi utilizado para analisar as relações entre atividades e espaços, com o intuito de identificar potenciais conflitos e oportunidades de melhoria no leiaute proposto. A avaliação baseou-se em dados coletados por meio de análise documental, entrevistas com profissionais de saúde, e uso do software livre para mapeamento da alocação, desenvolvido para subsidiar a aplicação do método. Os resultados foram analisados e apresentados à equipe de projeto e representantes do HU-USP a fim de promover um diálogo mais produtivo entre os envolvidos no processo decisório.

Os achados evidenciam o potencial do MAEA como instrumento de apoio ao projeto baseado em evidências. Ao destacar as interações entre fluxos de atividades de atendimento e de apoio ao PSA não perceptíveis por simples observação, o método reduziu a incerteza nas fases iniciais do projeto, apontando informações que orientaram a identificação de possíveis problemas e as oportunidades de melhoria. Durante a apresentação do mapeamento e entrevistas, observou-se como os resultados estimularam insights valiosos dos projetistas e dos clientes, indicando que o uso do método desde o início do projeto contribui para um diálogo entre os diversos agentes com base em evidências, induzindo decisões mais informadas e eficazes.

A importância da avaliação de projetos complexos de Estabelecimentos Assistenciais de Saúde (EAS)

O aumento dos atendimentos pelo Sistema Único de Saúde (SUS) apresenta desafios de adequação espacial para os Estabelecimentos Assistenciais de Saúde (EAS), especialmente em unidades de pronto-socorro (Cavalcanti et al., 2019). Os casos de superlotação, frequentemente associados a leiautes inadequados e inflexíveis, impactam negativamente sobre a qualidade dos serviços prestados à população (Waroonkun; Prugsiganont, 2022). São situações que causam elevados níveis de estresse nos pacientes e na equipe de saúde, ocasionando uma diminuição da motivação e da produtividade dos funcionários, além do aumento dos riscos de erros médicos (Paul; Reddy; Deflitch, 2010; Cavalcanti et al., 2019).

Apesar do histórico de pesquisas sobre a qualidade de ambientes de saúde, Avaliações Pós-Ocupação (APO) recentes evidenciam a recorrência de problemas em EAS, principalmente em unidades de pronto-socorro (Cavalcanti et al., 2019; Soares; Ornstein; França, 2024). Essas pesquisas sugerem, ainda, que a mera reprodução de soluções de projetos anteriores, sem o apoio de métodos de Avaliação Pré-Projeto (APP), tem contribuído de forma limitada e insuficiente para a melhoria da qualidade dos projetos (Van Der Voordt; Maarleveld, 2008). Isso porque, enquanto a APO avalia o edifício construído para obter evidências de desempenho, o objetivo da APP é avaliar a funcionalidade espacial de projetos para obter evidências de desempenho estimadas por meio de simulação (Souza; Fabricio, 2024). Tais estudos retratam um contexto que evidencia a necessidade de desenvolver esta abordagem para subsidiar o processo de projeto e de gestão de edifícios com procedimentos e recursos computacionais que simulem o desempenho do edifício a tempo de alterar o projeto (Caixeta; Figueiredo; Fabricio, 2009; Brígitte, Ruschel, 2016).

A pandemia de Covid-19 expôs as dificuldades de avaliar os impactos de adaptações espaciais realizadas com celeridade para lidar com o aumento repentino da demanda e as necessidades de isolamento (Soares; Ornstein; França, 2024). Essa experiência levou ao estabelecimento de novas diretrizes para o controle epidêmico nas EAS (Lesan et al., 2021). As orientações respondem à experiência aprendida e demandam projetos de reforma e de expansão das instalações existentes, visando melhorar as condições funcionais de contiguidade, flexibilidade, expansibilidade, conformidade e valência (ABNT, 2018), considerando soluções de acondicionamento do ar e da temperatura, desinfecção e higiene; leiaute e organização espacial, entre outros (Soares; Ornstein; França, 2022).

A ocorrência de múltiplos casos de adequações espaciais realizadas sem controle durante e emergência sanitária também reforçou a importância de métodos de avaliação acessíveis que forneçam evidências robustas para a tomada de decisão em projetos de EAS (Watkins; Keller, 2008). Como estabelecimentos de saúde demandam adaptações funcionais e técnicas constantes para acomodar novas necessidades (Goulart; Ono, 2022), o uso de métodos de análise e de simulação durante as fases iniciais do projeto pode melhorar a qualidade da proposta, ao antecipar soluções de problemas que só seriam detectados após a ocupação e que acarretariam a antecipação de intervenções para adequação (Brígitte; Ruschel, 2016).

Um estudo precursor, realizado no mesmo PSA, mostrou como uma das principais dificuldades observadas estava relacionada a problemas de realocação das atividades, que prejudicaram os demais fluxos de trabalho. A situação era agravada com a ocorrência de buscas diretas por atendimento imediato de pronto-socorro. Cavalcanti et al. (2019) ressalvam que partes destas buscas ocorrem mesmo sem haver emergência, demandando maiores espaços de triagem, muitas vezes não previstos em projetos de pronto-socorro de unidades de referência em saúde que passam a atender buscas espontâneas. A condição de desorganização espacial do trabalho observado no PSA do HU-USP não é única e reflete uma carência global de métodos e ferramentas acessíveis que ofereçam subsídios para projetos baseados em evidências em ambientes de assistência à saúde. Neste sentido, a RDC 50 (Brasil, 2002) enfatiza a importância de se analisar os fluxos de trabalho na avaliação de projetos de EAS. O MAEA responde a esta demanda, ao instrumentalizar o mapeamento e a análise dos fluxos relacionados à alocação das atividades em um leiaute de EAS.

A utilização de evidências como meio para desenvolver projetos com maior efetividade e eficiência, por sua vez, depende da obtenção de dados confiáveis e robustos, proveitosos para a equipe de projeto. A seguir, são apresentados os fundamentos para compreender a relação entre projeto baseado em evidência e o método para mapeamento do fluxo e da alocação de atividades no ambiente construído.

Projeto Baseado em Evidências em ambientes de assistência à saúde

As EAS apresentam uma organização física e espacial complexa, envolvendo diversas interações entre processos de atendimento com alta tecnologia envolvida e serviços de apoio, tais como lavanderia, nutrição, hospedagem e manutenção predial. Essas interações impactam na qualidade dos serviços de saúde e na satisfação de pacientes e da equipe médica (Caixeta; Figueiredo; Fabricio, 2009; Thomazoni; Ornstein, 2016). É possível avaliar as condições dessas interações desde a concepção do projeto utilizando métodos de simulação e de mapeamento da alocação e do fluxo de trabalho (Pereira; Ornstein, 2023a). Os resultados de tais avaliações oferecem subsídios para o Projeto Baseado em Evidências (Evidence-Based Design: EBD), ainda no início de seu desenvolvimento.

O EBD, é um método analítico de projeto, no qual a equipe de projetistas baseia-se em evidências fortes para apoio a tomada de decisão durante seu desenvolvimento (Brambilla; Rebecchi; Capolongo, 2019). Neste processo, as soluções são entendidas como hipóteses a serem ratificadas, revisadas e rejeitadas, como mediação à decisão ao caso particular, em vez de se restringir às melhores práticas e normas estabelecidas (Alfonsi; Capolongo; Buffoli, 2014).

O EBD visa minimizar a incerteza inerente ao processo de projeto, reduzindo o risco de erros e retrabalhos. Ao considerar dados que explicitem as necessidades dos usuários, os impactos do ambiente na saúde e bem-estar e os aspectos de sustentabilidade e de eficiência, o EBD visa criar ambientes que promovam a cura, o conforto, a segurança e a satisfação dos usuários. Brambilla, Rebecchi e Capolongo (2019) apontam que o EBD oferece maior confiabilidade e qualidade aos projetos, resultando em redução de custos e prazos. Stichler e Hamilton (2008) complementam essa visão, destacando a importância do EBD na melhoria da comunicação entre a equipe de projeto e os stakeholders.

Parte das evidências utilizadas em EBDs são obtidas de pesquisas de APO e de métodos de codesign, principalmente quando se trata da percepção do usuário sobre os requisitos funcionais, conforto ambiental e facilidade de operação e manutenção do edifício (Caixeta; Fabricio; Camelo 2021; Goulart; Ono, 2022). Quando a decisão de projeto precisa se basear em critérios mais objetivos, são empregados métodos de avaliação do desempenho de edifícios (Building Performance Evaluation: BPE). Originalmente pensados para atestar se o desempenho esperado foi alcançado (Preiser; Hardy; Schramm, 2017), métodos de BPE baseados na simulação do desempenho esperado oferecem evidências para a tomada de decisão em diferentes estágios de desenvolvimento do projeto.

A avaliação do desempenho do edifício realizado antes da construção é uma parte central para promover o EBD, ao adotar uma abordagem preocupada em antecipar a detecção de evidências e prevenir possíveis problemas de projeto, em contraste com a abordagem tradicional de corrigir falhas de tais ocorrências após a ocupação (Ono et al., 2018). Neste propósito, a promoção de métodos de APP, como simulações computacionais (Brígitte; Ruschel, 2016) associadas a levantamentos sobre percepção e satisfação dos usuários (Caixeta; Fabricio; Camelo, 2021; Goulart; Ono, 2022), são fundamentais para obter evidências mais robustas e antecipar possíveis problemas.

Em síntese, o EBD em EAS utiliza-se de evidências fortes, de métodos analíticos e de simulação para apoiar decisões de projeto, buscando melhorar a qualidade e a eficiência dos projetos e reduzir incertezas deste processo. É possível obter evidências para o EBD sobre a percepção dos usuários por meio de métodos de APO e APP, antecipando e evitando problemas de uso, visando obter projetos alinhados às necessidades de funcionamento, especialmente importantes no contexto de cuidados e cura.

Mapeamento do fluxo e da alocação de atividades no ambiente construído

O mapeamento de fluxos e da alocação de atividades no ambiente construído é um dos métodos de APP que oferece subsídios ao EBD, com evidências que são particularmente relevantes para projetos complexos como EAS, onde interessa antecipar quais serão as condições de realização de atividades em decorrência dos ambientes que irão ocupar (Brambilla et al., 2022; Sasanfar; Bagherpour; Moatari-Kazerouni, 2020). Trata-se de um método que permite analisar a alocação e os fluxos das atividades de um ou mais processos que ocorrerão nas instalações do edifício (Pereira; Ornstein, 2023b).

Embora muitas vezes sejam tratados de forma abstrata em fluxogramas de trabalho, os fluxos reais de um processo, como de um atendimento emergencial, são afetados pela configuração espacial das instalações onde ocorrem, podendo ser prejudicados por leiautes mal concebidos. Melhorias no fluxo de EAS impactam na melhoria do serviço de saúde (Freihofer, 2017; Kunders, 2004). Por isso, a análise da alocação das atividades no ambiente em que ocorrerão é um importante item de avaliação da eficiência operacional do sistema (Freihofer et al., 2017). Esta relação entre processo e ambiente é denominada de congruência organizacional da alocação (Pereira et al., 2023).

A congruência na alocação refere-se à harmonia entre a distribuição de atividades e os espaços em que ocorrem. Um alto grau de congruência implica proximidade entre atividades relacionadas, minimização de cruzamentos de fluxos distintos e circulação eficiente. Esses fatores são fundamentais para evitar conflitos operacionais, reduzir desperdícios e melhorar a experiência dos usuários (Freihofer et al., 2017). Em contraste, leiautes mal projetados podem gerar gargalos, cruzamentos indesejados e deslocamentos desnecessários, levando a atrasos, filas, perda de recursos e até mesmo riscos de vida (Waroonkun; Prugsiganont, 2022; Pereira et al., 2023).

A possibilidade de antecipar a ocorrência de interações não esperadas por meio de simulações que modelam o comportamento dos usuários de um edifício – por exemplo, de prever qual trajeto irá fazer para realizar suas atividades profissionais – permite que a equipe de projeto consiga maximizar o conforto físico, o bem-estar e a eficiência desses usuários ao utilizar evidências analíticas de APP (Schaumann et al., 2017).

Métodos analíticos de APP como o MAEA destacam-se por utilizar como base matrizes multidomínios (Multi-domain Matrix: MDM) para mapear relações entre atividades e espaços. Uma MDM combina Matrizes de Estrutura de Projeto (Design Structure Matrix: DSM) para relacionar elementos de ao menos dois domínios diferentes de um dado sistema de interações (Jacob; Varghese, 2012; Songhori; Leo van Dongen; Rajabalinejad, 2020). No caso da alocação de atividades no ambiente construído são mapeadas todas as relações das atividades e dos espaços. Obtém-se assim um mapeamento das interações potenciais que podem ocorrer e, por meio destas ocorrências, subsidiar a tomada de decisão em projetos complexos como um PSA em um EAS. Na prática, o MAEA pode ser entendido como uma ferramenta que permite identificar interações ocultas e antecipar problemas ainda na fase de pré-projeto, otimizando recursos e ajustando o leiaute para atender às necessidades específicas dos usuários (Jacob; Varghese, 2012; Songhori; Leo van Dongen; Rajabalinejad, 2020; Pereira; Ornstein, 2023b).

Simulações baseadas em informações geométricas e comportamentais mais complexas, baseadas em modelos tridimensionais BIM (Building Information Modelling) demandam um volume maior de dados de entrada, o que retarda as condições para iniciar a avaliação com vistas aos estágios mais avançados do desenvolvimento do projeto. Trata-se de um problema recorrente, observado em outras áreas de avaliação de desempenho do projeto, ligados a conforto, eficiência energética, emissão de carbono, etc. Métodos analíticos permitem o início da avaliação nos estágios iniciais do projeto, quando ainda existem poucas definições, como ocorre no estudo preliminar, ou mesmo antes, na confirmação da adequação dos requisitos de projeto.

Assim, parte importante das evidências para orientar a decisão de projeto pode ser obtida por meio de APP e APO, e, em um contexto de EAS, mas principalmente de intenso fluxo de atividades como em pronto-socorros, o mapeamento de fluxos e da alocação de atividades no ambiente construído possível com MAEA oferecem indicações relevantes para a equipe de projeto.

Método

O MAEA é um método de mapeamento do fluxo e da alocação de atividades no ambiente construído, baseado em relações de proximidade, dependência e menor caminho, calculadas por meio de equações de grafos para obter uma relação síntese de congruência organizacional entre atividades e espaços (Pereira et al., 2023). Este processo depende de apoio computacional fornecido por um software livre de mesmo nome, desenvolvido por pesquisadores do grupo de pesquisa Qualidade e Desempenho no Ambiente Construído (QUALICON)1 para viabilizar sua aplicação com agilidade e rastreabilidade.

O MAEA, até então só utilizado para mapear situações existentes, foi aplicado pela primeira vez neste estudo em um projeto, visando fornecer subsídios baseados em evidências para orientar decisões na fase inicial do projeto.

Delineamento da pesquisa

A aplicação do MAEA ocorreu concomitante à elaboração do estudo preliminar com intuito de mapear a proposta e avaliar sua congruência organizacional em relação à situação existente, já mapeada em um estudo anterior (Pereira; Ornstein, 2023b). O delineamento da pesquisa foi organizado em seis etapas (Figura 1):

  1. revisão dos dados de atividades e leiautes existentes;

  2. coleta dos dados do leiaute proposto;

  3. processamento dos dados no MAEA;

  4. comparação das matrizes de congruência processual e ambiental;

  5. apresentação e análise dos resultados aos stakeholders; e

  6. sumarização dos achados para discussão dos resultados.

Os dados foram levantados e revisados por meio de (a) análise documental e (b) entrevistas com agentes chave do PSA. Estes dados foram processados e validados no software MAEA. Os resultados foram então analisados e apresentados aos projetistas e aos clientes diretamente envolvidos no projeto. Esta etapa inseriu evidências no processo decisório, permitindo que arquitetos e clientes qualificassem a discussão sobre a proposta inicial e orientassem melhorias. As revisões de projeto decorrentes encontram-se atualmente em desenvolvimento.

Além da observação dos pesquisadores sobre os resultados e a recepção dos participantes, foram coletadas em entrevistas semiestruturadas suas percepções sobre o mapeamento e suas implicações para a continuidade do projeto.

Figura 1
Delineamento da pesquisa

Caracterização do objeto de estudo

A pandemia de COVID-19 trouxe desafios significativos ao PSA do HU-USP, aprofundando problemas preexistentes de superlotação e leiaute inadequado às novas demandas operacionais e normativas. Durante o enfrentamento à pandemia, o uso de ambientes foi alterado significativamente, com áreas destinadas à triagem e consultas gerais convertidas em “gripário” para o isolamento de pacientes com suspeita de COVID-19, agravando os riscos do compartilhamento de circulações entre fluxos limpos e contaminados existentes. Após a pandemia, a superlotação provocou uma interrupção no recebimento de novos pacientes, reforçando a necessidade de uma reconfiguração espacial urgente.

Além da função assistencial, o HU-USP é um centro de ensino e pesquisa para múltiplas áreas da saúde. A unidade integra o SUS como centro de atenção terciária, assistindo à comunidade universitária e o público geral. O Pronto Socorro (Figura 2), localizado no segundo andar semienterrado do edifício, fornece os cuidados primários de PSA e Pronto Socorro Infantil (PSI) (Roman, 2010).

Figura 2
Ambientes do PSA

O acesso ao PSA, ao PSI e às salas de espera amarela e laranja (Figura 3) ocorre por uma circulação interna (Figura 2a). No final desta circulação, localiza-se a porta principal de acesso interno ao PSA, junto ao balcão de prescrições médicas (Figura 2b) e com acesso direto à sala de observação, que também é utilizada como circulação de pacientes recepcionados de ambulâncias (Figura 2c).

Figura 3
Leiaute atual e proposto do PSA do HU-USP

Estas instalações foram avaliadas em pesquisas anteriores (2021-2022), que evidenciaram a inadequação das condições existentes para alocar as atividades do PSA (Soares; Ornstein; França, 2024; Pereira; Ornstein, 2023b). Entre 2023 e 2024, iniciou-se o desenvolvimento de uma proposta de reforma, com objetivo de expandir e reorganizar as instalações do PSA, incorporando áreas anteriormente ocupadas por arquivos físicos (Figura 3, anterior). A ampliação da área construída e a maior compartimentação do leiaute proposto visaram aumentar a flexibilidade de uso e minimizar cruzamentos indesejados, em concordância às diretrizes de biossegurança estabelecida pela RDC nº 50 (Brasil, 2002) e outras normas, regramentos e instancias de segurança sanitária.

Coleta dos dados

Os dados se dividem em três domínios principais: ambiente, processo e relações entre ambiente e processo (Quadro 1).

Quadro 1
Resumo das categorias de dados levantados
Levantamento documental

Os dados espaciais foram obtidos a partir de documentos fornecidos pela Superintendência do Espaço Físico (SEF-USP) e superintendência do HU-USP. As plantas da situação existente e do estudo preliminar estavam em formato DWG e PDF. As mudanças pontuais no leiaute da situação existente observadas em campo mas que não estavam formalizadas na planta disponibilizada foram atualizadas a partir de levantamentos realizados no local. A Figura 3 anterior (leiaute existente) apresenta uma versão simplificada das plantas disponibilizadas, com parte do andar onde o PSA está localizado, destacando-o dos setores vizinhos com preenchimento cinza e a área equivalente da proposta de reforma do PSA (Figura 3, leiaute proposto).

Levantamento com participantes: entrevistas e uso do software

A coleta dos dados de atividades e de alocação baseou-se em 13 entrevistas semi estruturadas, com média de 30 minutos cada, no período de junho a outubro de 2021, realizadas com profissionais do hospital para atualizar as informações considerando o cenário pós-pandemia. Quatro participantes preferiram revisar os dados diretamente no software, sem a mediação dos pesquisadores. O mapeamento considerou atividades e espaços do PSA e de setores de apoio ao socorro, como registro clínico, recepção, limpeza, engenharia e nutrição. Todos os procedimentos envolvendo a interação foram previamente aprovados em 26 de março de 2021 pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) do HU-USP (Registro 05.508-000), identificado pelo Certificado de Apresentação de Apreciação Ética (CAAE) no 44679021.0.0000.0076.

Processamento dos dados

Os dados foram registrados no software MAEA (Pereira; Amaro, 2024), que gerencia um banco de dados relacional e processa o método analítico para mapear as relações entre atividades, espaços e interações, gerando matrizes de congruência processual e ambiental para as situações atual e proposta (Pereira et al., 2023).

Este processo ocorreu duas vezes: na etapa 4 (Figura 2), com a análise da alocação das atividades na situação atual; e na etapa 5, quando as atividades existentes foram realocadas no leiaute da reforma e os ajustes necessários foram arbitrados a partir da consulta ao projetista.

Análise comparativa, apresentação e repercussão dos resultados

As matrizes geradas identificaram relações não previstas que foram analisadas para orientar ajustes no projeto e complementações nos dados. Os resultados foram apresentados para os arquitetos e clientes, em reuniões realizada no dia 9 e 31 de maio de 2024. As apresentações, de 30 minutos, foram seguidas de entrevistas semiestruturadas (Quadro 2), sobre a adequação dos resultados, problemas identificados e sugestões para melhorias.

Quadro 2
Questões da entrevista semiestruturada

As respostas foram confrontadas com observações dos pesquisadores, apontando inferências de ajustes tanto para a representação do mapeamento mais intuitivas quanto para melhoria do projeto arquitetônico.

A discussão dos achados baseou-se em três análises:

  1. análise individual;

  2. comparação entre análises; e

  3. análise da percepção dos agentes envolvidos no projeto.

Em cada situação, foram consideradas duas fontes principais de informação:

  1. compreensão prévia dos pesquisadores sobre o contexto, adquirida por observação durante o estudo. Esta apreensão do contexto corresponde a um conhecimento tácito, sensível e sociotécnico, comum à prática do projeto arquitetônico; e

  2. conhecimento organizacional estruturado obtido por meio do método, que explicita relações de alocação em matrizes de congruência processual e ambiental, subsidiando o EBD com evidências rastreáveis e comparáveis (Brambilla; Rebecchi; Capolongo, 2019).

Discussão dos resultados

A discussão dos resultados do mapeamento da congruência da alocação das atividades no ambiente do PSA existente e proposto baseia-se principalmente na interpretação de matrizes geradas pelo MAEA. Esta interpretação não é imediata nem intuitiva, depende de uma leitura atenta e especializada, tanto sobre projeto de arquitetura, quanto sobre as técnicas de DSM e MDM em que se baseia (Songhori; Leo van Dongen; Rajabalinejad, 2020). Como característica principal, este processo consiste em analisar os pontos de destaque assinalados como:

  1. relação não prevista e detectada;

  2. relação prevista não detectada; ou

  3. relação prevista e detectada.

A primeira situação indica que uma relação não prevista tem potencial de ocorrer em decorrência da sobreposição de relações levantadas. A segunda indica que a razão para a ocorrência de uma relação indicada durante a inserção dos dados não foi reconhecida pelo processamento. Já a terceira situação indica que a existência de uma relação inserida foi corroborada pelo processamento (Pereira; Ornstein, 2023b).

No caso em específico, foram gerados dois conjuntos de matrizes, um para a situação existente e outro para a proposta de reforma. Essas matrizes então foram analisadas individualmente, considerando o impacto das alocações tanto sobre os ambientes existentes e propostos como sobre o processo em cada uma dessas situações. Sobre os resultados apresentados, embora o mapeamento da alocação tenha sido realizado para todos os processos de atendimento e de apoio aos serviços do PS, as matrizes do processo apresentadas se restringem às atividades de enfermaria. Do mesmo modo, as matrizes do ambiente apresentam um recorte que destaca apenas os ambientes de intervenção direta da reforma, mesmo que o mapeamento feito se estenda para diferentes setores do hospital.

Análise da congruência do processo alocado em um ambiente construído

Ao se estabelecer o fluxo de atividades para um determinado processo, observa-se um conjunto de relações entre as atividades, que podem ser sequenciais, paralelas e iterativas. As representações dessas interações costumam ser apresentadas em fluxogramas e gráficos de Gantt. São esquemas que abstraem racionalmente o que é preciso para ser realizado o trabalho, não registrando interações decorrentes da convivência destas em um mesmo espaço.

Ao considerar o progresso de um processo real, que ocorre em um determinado espaço, são frequentes as interações não programadas entre atores que ocupam uma mesma sala ou circulam por um mesmo corredor enquanto realizam as atividades de suas responsabilidades. São relações não previstas, que ocorrem mesmo quando as atividades não possuem uma relação funcional entre elas. Embora não devam ser consideradas à princípio, um problema, estas indicações apontam para maior circulação e o cruzamento não programado entre os fluxos de trabalho da organização analisada.

Outra possibilidade, menos comum, se dá quando a ocorrência das relações entre atividades previstas em um esquema de processo não se confirma ao realizar o processamento de congruência. A indicação de relações previstas não confirmadas entre atividades de um processo podem indicar que esta interação não está contemplada pelo mapeamento da alocação realizado. Tal ocorrência pode refletir tanto uma falha dos registros (cabendo ao responsável pelo mapeamento confirmar e dirimir uma eventual omissão) como indicar que a condição de proximidade entre atividades sequenciais não foi atendida, o que deve acarretar relações não previstas decorrentes da necessidade do deslocamento maior do responsável para realizar o trabalho.

As ocorrências de relações confirmadas (células em azul-escuro), relações previstas não confirmadas (células em azul-claro) relações não previstas (células em vermelho) entre as atividades de um processo são convencionalmente representadas na forma de matrizes (Figura 4), em que linhas e colunas apresentam uma mesma lista de atividades e as células de intersecção apontam se um destes tipos de ocorrência foi detectado. A seguir, são analisadas duas matrizes para o mesmo processo. A diferença entre os registros reflete o impacto da alocação deste mesmo processo nos leiautes da situação existente e da proposta de reforma do PSA.

A discussão sobre a congruência organizacional das atividades na situação existente já foi realizada com mais detalhes em (Pereira; Ornstein, 2023b). Uma parte deste mapeamento referente à Enfermagem do PSA é apresentada na matriz, parte superior, Figura 4. Observa-se que o método identificou várias relações que não haviam sido reportadas pelos responsáveis, mas foram detectadas em razão da interação destas atividades com o ambiente em que estavam alocadas. As relações não previstas foram detectadas porque o fluxo das atividades se cruza em um mesmo ambiente.

Já a matriz inferior da Figura 4, anterior, apresenta o resultado da congruência do mesmo arranjo de atividades do serviço de enfermagem do PSA, porém alocado no ambiente projetado no estudo preliminar da reforma. Neste cenário, o mapeamento aponta a detecção de um número menor de relações não previstas, o que sugere que os pontos de conflito potencial foram solucionados pelo novo leiaute. Em uma análise pormenorizada dos dados, observou-se, por exemplo, que a atividade de encaminhamento para a Observação (2-022) não interagia mais com o atendimento dos pacientes com risco de contágio (2-025) (Figura 4, verde). Essa mudança é significativa, pois reflete a solução de um problema de fluxos constatado no levantamento da situação existente. Uma hipótese foi testada no estudo preliminar e ratificada com o MAEA (Alfonsi; Capolongo; Buffoli, 2014).

Figura 4
Comparação entre Matrizes de Congruência Processual da Enfermagem – leiaute atual (superior) e proposto (inferior)

Das relações não previstas que foram detectadas na proposta, observa-se uma concentração de ocorrências em torno do encaminhamento para a Observação (2-022) e do atendimento aos pacientes estáveis (2-023) com a distribuição de medicamentos (2-028) e a distribuição de materiais de consumo (2-030) (Figura 4, roxo). A explicação para tais ocorrências é discutida mais adiante, na análise da congruência do ambiente. Trata-se de um exemplo de uso do mapeamento que ilustra como as análises da congruência do processo e do ambiente utilizadas para interpretar o mapeamento da alocação são processos iterativos e interdependentes.

Como Cavalcanti et al. (2019) observam, a experiência aprendida com a situação existente não impede a reincidência de algumas ocorrências. O uso do MAEA permite antecipar tais recorrências, evitando que se confirme no novo leiaute.

Análise da Congruência dos ambientes onde os processos estão alocados

Assim como feito nas análises da congruência do processo, em que foi dado foco nas atividades de enfermagem do PSA, para tornar os casos tratados na discussão apreensíveis, e mais legíveis, a análise da congruência dos ambientes apresenta um recorte das matrizes de congruência mapeadas entre os espaços do PSA, tanto na situação existente quanto no estudo de reforma proposto. Da forma como foi produzida, as indicações apresentadas nestes mapeamentos não discriminam as atividades de um único processo. Isso é, a detecção das relações aqui discutidas engloba sempre todos os subprocessos mapeados e não apenas a enfermagem.

A interpretação comparativa das relações de ambientes com ambientes é mais difícil, uma vez que os leiautes apresentam disposições espaciais diferentes. Isso é, as duas matrizes referentes ao processo (Figura 4, anterior) apresentam as mesmas atividades e as mesmas relações previstas. O que muda em cada situação é a adição de relações não previstas, mas computadas, e a mudança de status das relações previstas, seja validando-as ou então indicando que a relação não foi logicamente justificada pelo processamento. Isso ocorre porque não houve alteração no processo, apenas na alocação deste mesmo processo em dois leiautes diferentes. Já quando cada matriz de congruência ambiental indica os diferentes arranjos de espaços destes dois leiautes, não existe uma correlação imediata, sendo apresentados separadamente (Figuras 5 e 6).

Figura 5
Detalhe da Matriz de Congruência Ambiental atual

Embora não seja possível realizar uma comparação de-para (com sobreposição dos dois mapas), pôde-se inferir diferenças qualitativas entre os leiautes existente e proposto do PSA, evidenciando mudanças na organização espacial e funcional. Por exemplo, a proposta apresenta maior compartimentação (47 ambientes contra 33 ambientes) e ampliação da área ocupada A proposta ocupa (1680 m² contra 860 m²), incorporando parte de uma antiga área de arquivo.

O mapa da situação existente (Figura 5) mostra um número maior de conexões diretas entre ambientes, enquanto circulações gerais articulam os espaços. As conexões previstas e detectadas (células verde-escuro) indicam arranjos que contribuem diretamente para que as atividades interdependentes neles alocadas ocorram sem precisar circular em outros espaços. Já as conexões usadas apenas como passagem aparecem com células verde-claro. Em um leiaute organizado, estes indicadores concentram-se em circulações. Na situação existente, porém, são frequentes passagens por salas de permanência, apontando falta de eixos bem definidos.

Conexões não previstas, mas detectadas (células vermelhas), indicam atenção para eventuais ajustes. Na situação existente, essas consequências foram observadas em uma APO (Pereira; Ornstein, 2023b), enquanto na proposta de reforma, estes dados correspondem a indicadores de qualidade ambiental para discussão e revisão do projeto.

Identificaram-se algumas relações não previstas e detectadas na situação existente, envolvendo a Sala de suprimentos (E2-059) e a Sala de medicamentos (E2-062/E2-079). Esses ambientes são pontos de origem de duas atividades cíclicas como distribuição de medicamentos (2-028) e a distribuição de materiais de consumo (2-030). Essas atividades, como apontado na matriz do processo de enfermagem, interagem com outras atividades devido à falta de circulações adequadas para áreas como a Sala de Observação (E2-095), Emergência (E2-095), Isolamento (E2-095) e Trauma (E2-095) (Figura 5, linhas laranjas).

A matriz de congruência da proposta apresentou casos semelhantes no Depósito de medicamentos (E2R-034) e no preparo de medicação (E2R-033) (Figura 6, roxo), e nas salas de Classificação de riscos (E2R-044/E2R-045) (Figura 6, azul), com relações não previstas envolvendo salas de Emergência (E2R-003), de Traumas (E2R-005) e de Contaminação (E2R-008/E2R-009). Diferente do que ocorre na situação existente, a planta da reforma possui uma circulação independente, porém com percursos consideravelmente maiores que uma alternativa mais curta, caso o funcionário circule por dentro da Sala de Observação (E2R-030) (Figura 7).

Figura 6
Detalhe da Matriz de Congruência Ambiental proposta
Figura 7
Detalhe do leiaute do PSA proposto com destaque para os fluxos das atividades nos ambientes

Ao compartilhar uma circulação direta entre a Sala de Observação (E2R-030) e as salas de Classificação de riscos (E2R-044/E2R-045) (fluxo rosa, Figura 7), o fluxo vindo do Depósito de medicamentos (E2R-034) para outros ambientes como as salas de Emergência e de Traumas (fluxo verde, Figura 7), este se sobrepõe ao acesso da observação. Essa sobreposição ocorre mesmo que os fluxos planejados sejam respeitados, configurando-se um possível problema de biossegurança, segundo orientações da RDC nº 50 (Brasil, 2002).

Por fim, foram detectadas relações não previstas entre os fluxos do Expurgo (E2R-025) e os percursos de acesso às salas de Traumas, Emergência e Observação (fluxo purpura, Figura 7). Essa sobreposição entre o transporte de materiais contaminados e os fluxos de atendimento pode ser reduzida com a criação de um acesso mais próximo entre as salas de Classificação de Risco e os ambientes de atendimento, como Emergência, Observação e Traumas, reduzindo as relações não previstas.

Os resultados mostram como o MAEA apontou a ocorrência potencial de interações não previstas, o que vai ao encontro das diretrizes da RDC nº 50 (Brasil, 2002) para evitar conflitos operacionais e riscos de contaminação decorrentes de cruzamentos indesejados nos fluxos. A resolução também determina que os espaços de EAS devem ser adaptáveis às necessidades funcionais futuras. O método apresenta um meio de avaliar o impacto dessas adaptações em ampliação e reconfiguração de ambientes. Tais convergências mostram como a adoção do MAEA atende a recomendação da RDC nº 50 para analisar os fluxos internos e externos na elaboração do estudo preliminar do projeto arquitetônico.

Percepção dos agentes envolvidos no projeto

A análise da situação existente e do estudo preliminar de reforma, que em parte foi discutida anteriormente, foi apresentada aos agentes envolvidos no projeto. Entre estes, estavam três integrantes do HU-USP vinculados à superintendência e à gestão do PS. Os resultados também foram apresentados aos arquitetos responsáveis pelo estudo preliminar.

Assim, as percepções coletadas ofereceram as perspectivas de projetistas e de clientes que atuaram diretamente no processo decisório. Os pontos de vistas, obtidos tanto por meio da observação da discussão realizada, como por entrevistas semiestruturadas, somaram-se à análise dos pesquisadores. O Quadro 3 relaciona uma síntese da análise apresentada e das opiniões dos clientes e arquitetos.

Quadro 3
Síntese das observações feitas pelos agentes na apresentação dos resultados

Dos três itens levantados especificamente sobre possíveis pontos de atenção a respeito da congruência da alocação de atividades no leiaute do estudo preliminar, dois foram objetos de atenção para os clientes. Sobre o primeiro item, referente à relação entre a sala de observação e o isolamento de pacientes, foi esclarecido pelos arquitetos e clientes que o conceito da proposta é disponibilizar um quarto individual para cada leito de observação e assim permitir o isolamento, quando necessário. Não se reproduziria, assim, a situação atual, em que os pacientes em observação ficam enfileirados em uma sala aberta que, inclusive, é acesso para a sala de isolamento.

O item 2 produziu interpretações diferentes dos entrevistados. Arquitetos consideraram que os leitos individuais eliminariam problemas de circulação pela sala de observação, enquanto os clientes entenderam ser necessário realocar o depósito de medicamentos e de preparo de medicação para acesso direto às salas de cuidado.

O item 3 também obteve uma resposta diferente de cada participante. Enquanto os arquitetos não apontaram um argumento sobre a indicação, um dos clientes envolvidos demonstrou grande preocupação com o risco de contaminação cruzada em decorrência da circulação do transporte do expurgo. Esta opinião levantou um debate entre representantes da instituição. Tanto o item 2 como o 3 resultaram em questões para o projeto que não haviam sido suscitadas durante o processo convencional de desenvolvimento do estudo preliminar, sem o subsídio de informações obtidas por meio de métodos analíticos que relacionam o programa, fluxograma e leiaute concebido.

Sem os pontos levantados pelo mapeamento, tais aspectos da proposta não seriam percebidos pelos envolvidos, impactando sobre a qualidade da proposta. Como Stichler e Hamilton (2008) observam, parte dos benefícios do EBD é suscitar a comunicação entre a equipe de projeto e os stakeholders, ao oferecer uma base de análise comum.

Além das opiniões sobre os resultados, os participantes também foram entrevistados sobre a pesquisa. Clientes e arquitetos apresentaram comentários positivos a respeito do uso do método para o estudo de comparação da situação existente e proposta, endossando o uso do MAEA para revelar possíveis pontos críticos no projeto.

Conclusões

O estudo demonstrou a aplicação do método MAEA na análise comparativa entre o leiaute da situação existente e o leiaute proposto no estudo preliminar de reforma do PSA-HU-USP, indicando como estes resultados ofereceram subsídios para a tomada de decisão ainda no início do processo de projeto. O mapeamento confirmou que a proposta de reforma atendia às principais demandas dos clientes, reiterando sua efetividade. Ao mesmo tempo, destacou alguns aspectos que suscitaram a atenção dos clientes para questões relacionadas à alocação e ao fluxo de atividades do PSA que só seriam tardiamente identificadas, com o uso do espaço reformado.

A identificação dos pontos de melhoria e a validação dos demais fluxos da proposta mostram como o MAEA forneceu subsídios baseados em evidências para processo decisório, ainda na fase de concepção da solução. Trata-se de uma resposta efetiva e acessível de EBD para minimizar as incertezas de projeto, reduzindo o risco de erros e retrabalhos. Como se trata de um mapa de interações potenciais, as indicações não determinam qualquer medida de mitigação, mas sim oferecem pontos de atenção para que a equipe de projeto possa refletir e negociar a pertinência de soluções alternativas. A disponibilidade de informações como estas oferece um subsídio valioso, especialmente aos clientes que integram a equipe de projeto, pois os ajuda a compreender o que está sendo projetado, evidenciando aspectos de uso que poderiam ser negligenciados até as etapas de desenvolvimento avançadas ou mesmo até o uso efetivo do espaço.

Embora o caso apresentado seja um PSA, cabe observar que não existe um vínculo direto entre as regras aplicadas no método e aspectos específicos de fluxo prescritos para EAS. O MAEA é aplicável a diferentes tipos de projeto complexos, baseando-se na conferência de múltiplas relações lógicas, obtidas por meio replicável e comparável. Tais características permitem a conferência direta entre regras e sua aplicação prática. Já uma conferência normativa, com exceção das prescrições de fórmulas, ocorre a partir da interpretação de seus enunciados, com os riscos decorrentes desta aplicação indireta. No caso estudado, embora o estudo preliminar atendesse às condições normativas vigentes, o método identificou pontos de atenção e de melhoria, o que sugere vantagens de agregar abordagens analíticas às prescritivas-normativas. Além disso, pode-se inferir que a aplicação do método em múltiplos casos seja uma oportunidade de verificar e comparar o desempenho de casos que aplicaram a norma exemplarmente, para assim confirmar se os resultados positivos são constantes e mesmo validar a norma ou fomentar sua melhora. Tal perspectiva dependeria de um número suficiente de casos para oferecer uma amostra significativa de variáveis computáveis.

Neste artigo foram apresentados apenas as atividades de enfermagem do PSA. O mapeamento completo, porém, abrange todos os processos que impactam sobre o PSA, englobando atividades que ocorrem em outros setores do hospital. Essas atividades e localidades não foram tratadas a fim de dar foco e maior clareza à discussão dos resultados, porém foram consideradas na discussão com a equipe de projeto. O tempo de coleta das informações pode variar consideravelmente, a depender de como são obtidas. No caso em específico, o período de registro das informações foi condicionado pela disponibilidade de horário dos entrevistados. Todavia, dadas ressalvas, o tempo de resposta desta aplicação foi suficientemente rápido para subsidiar a discussão entre projetista e cliente, antes que outra etapa do projeto se iniciasse. Com base nas aplicações realizadas, é possível dizer que o uso do MAEA se mostrou adequado tanto na definição dos requisitos de projeto como na avaliação do estudo preliminar. Sua utilização para outros fins e em estágios mais avançados do desenvolvimento de uma solução ainda não foi avaliada.

Existe a perspectiva de aprimorar o método e o software em pesquisas futuras. Em especial, será oportuno implementar melhorias na usabilidade e nas formas de visualização dos resultados. O software não possui um sistema de versionamento dos dados, o que permitiria gerir a construção de diferentes cenários; na versão atual do MAEA, esta gestão é feita manualmente. Também existe a possibilidade de explorar o potencial da inteligência artificial para a interpretação dos resultados e a construção de cenários alternativos às realidades mapeadas. Outra abordagem importante possível, é relacionar o mapeamento de alocação com as orientações de dimensões dos ambientes presentes na RDC nº 50 (Brasil, 2002), analisando as melhores estratégias de arranjo espacial.

Agradecimentos

Os autores agradecem a cooperação institucional do HU-USP, bem como a todos os profissionais envolvidos, que colaboraram com o desenvolvimento do estudo. Agradecem ainda às instituições de financiamento à pesquisa: Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP), pela concessão da bolsa de pós-doutorado ao primeiro autor, processo no 2020/15909-8; Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – CNPq, pela bolsa produtividade à segunda autora, processo no 304131/2020-2. Programa Unificado de Bolsas da Universidade de São Paulo (PUB USP), código 2023-3466 pela bolsa de iniciação científica ao terceiro autor.

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Editado por

  • Editora:
    Luciana Inês Gomes Miron

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    16 Maio 2025
  • Data do Fascículo
    Jan-Dec 2025

Histórico

  • Recebido
    21 Out 2024
  • Aceito
    30 Jan 2025
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