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ESTUDO DAS AMINOTRANSFERASES EM RATOS CIRRÓTICOS HEPATECTOMIZADOS APÓS APLICAÇÃO DE LASER

THE STUDY OF AMINOTRANSFERASES IN CIRRHOTIC AND HEPATECTOMIZED RATS AFTER LASER IRRADIATION

Resumo

Através do estudo das aminotransferases, este trabalho investiga os efeitos da irradiação laser como agente lesivo ao fígado cirrótico de ratos hepatectomizados. A cirrose hepática foi induzida por ligadura do ducto biliar comum. Os resultados revelaram ausência de lesão hepática adicional nos grupos cirróticos após irradiação.

cirrose hepática; hepatectomia; laser; AST; ALT


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ESTUDO DAS AMINOTRANSFERASES EM RATOS CIRRÓTICOS HEPATECTOMIZADOS APÓS APLICAÇÃO DE LASER1 1 Departamento de Cirurgia e Anatomia, Departamento de Patologia, Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo; Grupo de Óptica, Instituto de Física de São Carlos, Universidade de São Paulo. 2 Pós-graduanda do Departamento de Cirurgia e Anatomia da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, USP. 3 Professora Doutora do Departamento de Patologia da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, USP. 4 Professor Titular do Departamento de Patologia da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, USP. 5 Professor Titular do Departamento de Física do Instituto de Física de São Carlos,USP. 6 Professor Associado do Departamento de Cirurgia e Anatomia da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, USP.

THE STUDY OF AMINOTRANSFERASES IN CIRRHOTIC AND HEPATECTOMIZED RATS AFTER LASER IRRADIATION

Araujo Lima A. A. L. de2 1 Departamento de Cirurgia e Anatomia, Departamento de Patologia, Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo; Grupo de Óptica, Instituto de Física de São Carlos, Universidade de São Paulo. 2 Pós-graduanda do Departamento de Cirurgia e Anatomia da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, USP. 3 Professora Doutora do Departamento de Patologia da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, USP. 4 Professor Titular do Departamento de Patologia da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, USP. 5 Professor Titular do Departamento de Física do Instituto de Física de São Carlos,USP. 6 Professor Associado do Departamento de Cirurgia e Anatomia da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, USP. ; Ramalho L. N. Z.3 1 Departamento de Cirurgia e Anatomia, Departamento de Patologia, Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo; Grupo de Óptica, Instituto de Física de São Carlos, Universidade de São Paulo. 2 Pós-graduanda do Departamento de Cirurgia e Anatomia da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, USP. 3 Professora Doutora do Departamento de Patologia da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, USP. 4 Professor Titular do Departamento de Patologia da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, USP. 5 Professor Titular do Departamento de Física do Instituto de Física de São Carlos,USP. 6 Professor Associado do Departamento de Cirurgia e Anatomia da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, USP. ;

Zucoloto S.4 1 Departamento de Cirurgia e Anatomia, Departamento de Patologia, Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo; Grupo de Óptica, Instituto de Física de São Carlos, Universidade de São Paulo. 2 Pós-graduanda do Departamento de Cirurgia e Anatomia da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, USP. 3 Professora Doutora do Departamento de Patologia da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, USP. 4 Professor Titular do Departamento de Patologia da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, USP. 5 Professor Titular do Departamento de Física do Instituto de Física de São Carlos,USP. 6 Professor Associado do Departamento de Cirurgia e Anatomia da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, USP. ;Bagnato V. S.5 1 Departamento de Cirurgia e Anatomia, Departamento de Patologia, Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo; Grupo de Óptica, Instituto de Física de São Carlos, Universidade de São Paulo. 2 Pós-graduanda do Departamento de Cirurgia e Anatomia da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, USP. 3 Professora Doutora do Departamento de Patologia da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, USP. 4 Professor Titular do Departamento de Patologia da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, USP. 5 Professor Titular do Departamento de Física do Instituto de Física de São Carlos,USP. 6 Professor Associado do Departamento de Cirurgia e Anatomia da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, USP. ;Silva Júnior O. de C.6 1 Departamento de Cirurgia e Anatomia, Departamento de Patologia, Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo; Grupo de Óptica, Instituto de Física de São Carlos, Universidade de São Paulo. 2 Pós-graduanda do Departamento de Cirurgia e Anatomia da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, USP. 3 Professora Doutora do Departamento de Patologia da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, USP. 4 Professor Titular do Departamento de Patologia da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, USP. 5 Professor Titular do Departamento de Física do Instituto de Física de São Carlos,USP. 6 Professor Associado do Departamento de Cirurgia e Anatomia da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, USP.

Resumo: Através do estudo das aminotransferases, este trabalho investiga os efeitos da irradiação laser como agente lesivo ao fígado cirrótico de ratos hepatectomizados. A cirrose hepática foi induzida por ligadura do ducto biliar comum. Os resultados revelaram ausência de lesão hepática adicional nos grupos cirróticos após irradiação.

Descritores: cirrose hepática, hepatectomia, laser, AST, ALT.

Key Words: hepatic cirrhosis, hepatectomy, laser, AST,ALT.

Introdução: A ressecção sobre fígados cirróticos ainda é temida devido às altas taxas de morbi-mortalidade que a sucedem. Ao contrário de fígados não cirróticos,1,9 nos quais se podem realizar amplas ressecções1, existe um fator decisivo e limitante às intervenções cirúrgicas sobre fígados cirróticos. As diminuições da capacidade de regeneração hepática e do grau de reserva funcional5, próprios da hepatopatia, obrigam de uma menor amplitude de ressecção, posto que na desconsideração daqueles parâmetros, poder-se-ia desencadear um quadro de insuficiência hepática pós-operatória seguido de falência de mútiplos órgãos, com grande possibilidade de óbito dos pacientes.2,6 A mortalidade pós-operatória está relacionada a três fatores: extensão da ressecção, capacidade funcional do fígado remanescente e lesões vasculares graves. Por fim, é freqüente no pós-operatório os pacientes apresentarem certo grau de disfunção hepática traduzindo-se pelo aumento das taxas de aminotransferases e bilirrubinas, bem como alargamento do tempo de protrombina7. A irradiação laser em fígados normais de ratos demonstrou benefício ao ser demonstrado que a irradiação laser em ratos hepatectomizados elevou a taxa mitótica deste órgão3. Mas os estudos são incipientes e o processo não foi elucidado em animais cirróticos. O laser é um sistema que amplifica a intensidade de luz, produzindo um feixe forte altamente direcionado com comprimento de onda específico8. As aminotransferases são enzimas intracelulares, de localização predominantemente citoplasmática, de rica concentração hepática. Têm sido utilizadas como indicadores de doença hepatocelular, sendo especialmente sensíveis no diagnóstico de necrose e comprometimento hepatocelular agudo. O objetido deste estudo consiste na análise do comportamento das aminotransferases em ratos cirróticos hepatectomizados antecedidos ou não pela irradiação laser.

Métodos: Ratos Wistar machos (peso 200-250g) foram submetidos à ligadura do ducto biliar comum por 4 semanas para obtenção de cirrose biliar secundária. Usou-se a técnica do enovelamento do ducto hepático4: exposição do ducto biliar seguida de ligadura a 3 mm acima da junção biliopancreática com 5 nós de fio prolene 5.0 (Ethicon, YNC) e com o mesmo fio enovelando-se o ducto biliar comum em direção ascendente até 5mm da bifurcação, finalizada por uma ligadura adicional com 5 nós. Com esta técnica de enovelamento do ducto biliar foram obtidas alterações morfo-funcionais e bioquímicas compatíveis com obstrução biliar crônica e lesão hepática avançada. No pós-operatório os animais receberam vitamina K 15U, via subcutânea, a cada 3 dias. Estudaram-se cinco grupos CN; CC; CL; CH; CHL; respectivamente: controle normal; controle cirrótico; cirrótico irradiado; cirrótico hepatectomizado; cirrótico hepatectomizado e irradiado. Após 4 semanas da obstrução, seguiu-se a segunda fase do experimento. Nos grupos CH e CHL realizou-se hepatectomia a 30%, com excisão do lobo lateral esquerdo do fígado. Nos grupos CL e CHL procedeu-se a irradiação hepática. Usou-se laser vermelho, 630nm, 50mW/cm2 por 5 minutos. Sacrifício e coleta de material se deu após 24h. A alanina aminotranferase (ALT) e aspartato aminotransferase (AST) foram dosadas no soro pelo método cinético-UV utilizando-se o Kit Analisa Diagnóstica.

Resultado: Os valores das aminotransferases em todos os grupos cirróticos foram superiores ao controle normal (valores medianos nos grupos CN, CC, CL, CH, CHL, respectivamente para AST: 134; 308; 437; 355; 378 e para ALT: 47; 116; 81; 146; 93). Não se observou diferença nos grupos cirróticos entre si.(p<0,05). (Figuras 1 e 2)



Discussão: Trabalhos relatam aumento significante de aminotransferases em ratos com cirrose induzida por tetracloreto de carbono e fenobarbital. Neste experimento, o aumento dessas enzimas denota a presença da lesão hepatocelular visto que os grupos cirróticos apresentaram os valores de ambas as enzimas mais elevados do que o controle normal.

Mas, se por um lado houve aumento dessas enzimas em todos os grupos cirróticos, por outro não se verificou aumento das aminotransferases naqueles em que se realizou hepatectomia e/ou laser, mostrando que nem a hepatectomia per se nem sua associação com laser resultaram em lesão hepática adicional. No entanto, foi relatado anteriormente aumento significante das aminotransferases pós-hepatectomia a 70% em ratos cirróticos. No presente estudo com hepatectomia a 30%, o remanescente hepático de 70%, ainda que cirrótico, foi capaz de atender à demanda metabólica sem elevação dessas enzimas.

Conclusão: Sob as condições empregadas nesta investigação, em todos os grupos cirróticos os valores das enzimas estudadas foram maiores que o controle normal. Entretanto, nos animais cirróticos, não se detectou lesões hepatocelulares adicionais nos grupos irradiados (CL e CHL).

5. Nagasue, N.; Yukata, H.; Ogawa, Y.; Kohno, H.; Nakamura.

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  • 1
    Departamento de Cirurgia e Anatomia, Departamento de Patologia, Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo; Grupo de Óptica, Instituto de Física de São Carlos, Universidade de São Paulo.
    2
    Pós-graduanda do Departamento de Cirurgia e Anatomia da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, USP.
    3
    Professora Doutora do Departamento de Patologia da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, USP.
    4
    Professor Titular do Departamento de Patologia da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, USP.
    5
    Professor Titular do Departamento de Física do Instituto de Física de São Carlos,USP.
    6
    Professor Associado do Departamento de Cirurgia e Anatomia da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, USP.
  • Datas de Publicação

    • Publicação nesta coleção
      11 Jun 2002
    • Data do Fascículo
      2001
    Sociedade Brasileira para o Desenvolvimento da Pesquisa em Cirurgia https://actacirbras.com.br/ - São Paulo - SP - Brazil
    E-mail: actacirbras@gmail.com