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Autopercepção das dificuldades de aprendizagem de estudantes do ensino fundamental

RESUMO

Objetivo

Verificar a autopercepção das dificuldades de leitura e escrita de estudantes do ensino fundamental de uma região de alto risco social e elevado índice de vulnerabilidade à saúde, bem como a percepção de seus pais sobre essas dificuldades.

Métodos

Participaram 65 alunos (ambos os gêneros), do 4º ao ٧º ano do ensino fundamental de uma escola municipal e seus responsáveis. Foram utilizados dois questionários, um para os estudantes e outro para seus responsáveis, com perguntas sobre dificuldades na leitura e na escrita. Utilizou-se também o Teste de Desempenho Escolar (TDE) (provas de leitura e escrita).

Resultados

Dos estudantes avaliados, 2/3 apresentaram autopercepção positiva do seu desempenho em leitura e escrita e seus pais aparentaram perceber as dificuldades de forma mais acentuada do que seus filhos. Observou-se relação entre autopercepção do estudante e desempenho inferior nos testes de leitura e escrita, o que também foi verificado em relação à percepção dos pais.

Conclusão

Menos estudantes apresentaram autopercepção negativa do seu desempenho em leitura e escrita, quando comparado à percepção dos pais. Aquelas crianças com melhor desempenho percebem-se melhor e seus pais também. No entanto, os testes de leitura e escrita revelaram um percentual maior de estudantes com desempenho inferior do que a autopercepção indicou. Neste sentido, especialmente em regiões de alto risco social, como a deste estudo, os educadores e profissionais envolvidos no processo de ensino-aprendizagem devem estar atentos aos sinais de dificuldades, antes mesmo das queixas familiares e da criança.

Autoimagem; Autoeficácia; Linguagem; Aprendizagem; Família; Criança; Fonoaudiologia

ABSTRACT

Purpose

To verify the self-perception of reading and writing difficulties of elementary school students from region of high social risk and elevated health vulnerability index, as well as the perception of their parents about these difficulties.

Methods

sixty-five students (from both genders), from the 4th to the 7th years of elementary school, and those responsible for them participated in the survey. Two questionnaires, one for students and another for the ones responsible for them, were used, with questions about reading and writing difficulties. It was used the School Performance Test (Teste de Desempenho Escolar - TDE, with reading and writing tests).

Results

Of the students assessed, 2/3 had a positive self-perception of their performance in reading and writing and their parents appeared to realize the difficulties more sharply than their children. There was relationship between student self-perception and lower performance in reading and writing tests, which was also verified in relation to the perception of the parents.

Conclusion

Less students presented negative self-perception of their performance in reading and writing when it is compared to the perception of the parents. Those children with better performance perceive themselves better and so do their parents. However, reading and writing tests revealed a higher percentage of students with lower performances than the self-perception indicated. In this sense, especially in areas of high social risk as in this study, educators and professionals involved in the teaching-learning process should be alert to signs of difficulties, even before complaints from the family and from the children.

Self concept; Self efficacy; Language; Learning; Family; Child; Speech, language and hearing sciences

INTRODUÇÃO

O mau desempenho escolar deve ser visto como um sintoma relacionado a múltiplas etiologias. Dois grandes grupos de causas a serem considerados são as dificuldades pedagógicas e as patologias e transtornos associados. Dentro do grupo das causas relacionadas às dificuldades pedagógicas, as condições socioculturais desfavoráveis, ou pouco estimuladoras, influenciam diretamente o mau desempenho escolar(11. Siqueira CM, Giannetti JG. Mau desempenho escolar: uma visão atual. Rev Assoc Med Bras. 2011;57(1):78-87. http://dx.doi.org/10.1590/S0104-42302011000100021
http://dx.doi.org/10.1590/S0104-42302011...
,22. Pereira S, Santos JN, Nunes MA, Oliveira MG, Santos TS, Martins-Reis VO. Saúde e educação: uma parceria necessária para o sucesso escolar. CoDAS. 2015;27(1):58-64. http://dx.doi.org/10.1590/2317-1782/20152014053
http://dx.doi.org/10.1590/2317-1782/2015...
). A autopercepção positiva da aprendizagem e a participação familiar na vida das crianças/adolescentes estão associadas ao bom desempenho acadêmico(33. Marturano EM. O inventário de recursos do ambiente familiar. Psicol Reflex Crít. 2006;19(3):498-506. http://dx.doi.org/10.1590/S0102-79722006000300019
http://dx.doi.org/10.1590/S0102-79722006...
,44. Stevenson DJ, Baker DP. The family-school relation and the child’s school performance. Child Dev. 1987;58(5 Spec):1348-57. http://dx.doi.org/10.2307/1130626
http://dx.doi.org/10.2307/1130626...
,55. Ju S, Zhang D, Katsyannis A. The causal relationship between academic self-concept and academic achievement for students with disabilities: an analysis of SEELS data. J Disabil Policy Stud. 2013;24(1):4-14. http://dx.doi.org/10.1177/1044207311427727
http://dx.doi.org/10.1177/10442073114277...
).

A crença do indivíduo em relação à sua capacidade para lidar com determinadas situações é chamada de autopercepção. As percepções o acompanham em todas as situações de sua vida, podendo influenciar positivamente ou negativamente seu desempenho nos diversos contextos(66. Medeiros PC, Loureiro SR, Linhares MBM, Marturano EM. O senso de auto-eficácia e o comportamento orientado para aprendizagem em crianças com queixa de dificuldade de aprendizagem. Estud Psicol (Natal). 2003;8(1):93-105. http://dx.doi.org/10.1590/S1413-294X2003000100011
http://dx.doi.org/10.1590/S1413-294X2003...
). A autopercepção de estudantes, aliada a outras crenças relacionadas à aprendizagem, é considerada preditora do desenvolvimento acadêmico. Sendo assim, o senso de autopercepção interfere no desempenho real dos estudantes, bem como é influenciado por este.

Na adolescência, ocorrem transformações fundamentais no pensamento, em especial a conquista do domínio pleno da linguagem e da comunicação(77. Fraga-Maia H, Santana VS. Concordância de informações de adolescentes e suas mães em inquérito de saúde. Rev Saúde Pública. 2005;39(3):430-7. http://dx.doi.org/10.1590/S0034-89102005000300014
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), o que favorece a autopercepção. No Brasil, ainda há poucos estudos que utilizam as informações de crianças e adolescentes, pois se acredita que possam ocorrer possíveis falhas, devido à pouca maturação neuronal(77. Fraga-Maia H, Santana VS. Concordância de informações de adolescentes e suas mães em inquérito de saúde. Rev Saúde Pública. 2005;39(3):430-7. http://dx.doi.org/10.1590/S0034-89102005000300014
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). De acordo com as autoras, as crianças tendem a superestimar sua competência, porque não têm a maturidade cognitiva para avaliar criticamente suas habilidades e integrar informações a partir de múltiplas fontes(77. Fraga-Maia H, Santana VS. Concordância de informações de adolescentes e suas mães em inquérito de saúde. Rev Saúde Pública. 2005;39(3):430-7. http://dx.doi.org/10.1590/S0034-89102005000300014
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). Com o desenvolvimento, os adolescentes conseguem entender e ver suas próprias habilidades e distinguir melhor entre seus esforços e aptidões. Como resultado, sua autopercepção se torna altamente precisa.

Na formação da autopercepção, tanto a qualidade das relações entre pais e filhos, quanto o relacionamento professor-aluno são aspectos importantes. Assim, a maneira como os pais expressam o seu afeto para com a criança, o modo como são exercidos o controle e a disciplina, o clima democrático ou autoritário no lar, o uso do elogio ou desaprovação em experiências ou tarefas bem ou mal sucedidas são fatores que contribuem para a formação da autopercepção positiva ou negativa, pela criança(88. Silva IV, Alencar EMLS. Autoconceito, rendimento acadêmico e escolha do lugar de sentar entre alunos de nível sócio-econômico médio e baixo. Arq Bras Psicol. 1984;36(1):89-96.).

Um estudo internacional, realizado com amostra representativa de estudantes com dificuldades de leitura, nos Estados Unidos, analisou a relação entre autopercepção e desempenho acadêmico e concluiu que há correlações significativas entre essas variáveis e que a autopercepção é um potencial preditor de desempenho acadêmico para os alunos com dificuldades de aprendizagem(99. Zheng C, Erickson AG, Kingston NM, Noonan PM. The relationship among self-determination, self-concept, and academic achievement for students with learning desabilities. J Learn Disabil. 2014;47(5):462-74. http://dx.doi.org/10.1177/0022219412469688
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).

Os pais e a família podem direcionar positivamente o aprendizado escolar, a motivação da criança para os estudos e o desenvolvimento de competências interpessoais que garantam um bom relacionamento com professores e colegas. Diversos aspectos da vida familiar são importantes, incluindo desde a atmosfera e organização do lar até o envolvimento direto dos pais com a vida escolar da criança(33. Marturano EM. O inventário de recursos do ambiente familiar. Psicol Reflex Crít. 2006;19(3):498-506. http://dx.doi.org/10.1590/S0102-79722006000300019
http://dx.doi.org/10.1590/S0102-79722006...
,44. Stevenson DJ, Baker DP. The family-school relation and the child’s school performance. Child Dev. 1987;58(5 Spec):1348-57. http://dx.doi.org/10.2307/1130626
http://dx.doi.org/10.2307/1130626...
,1010. Topor DR, Keane SP, Shelton TL, Calkins SD. Parent involvement and student academic performance: a multiple mediational analysis. J Prev Interv Community. 2010;38(3):183-97. http://dx.doi.org/10.1080/10852352.2010.486297
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). Desta forma, levantar informações sobre a percepção dos pais quanto ao desempenho acadêmico dos filhos pode trazer dados do envolvimento familiar e do desenvolvimento da criança/adolescente.

O objetivo deste estudo foi verificar a autopercepção das dificuldades de leitura e escrita de estudantes do ensino fundamental de uma região de alto risco social e elevada vulnerabilidade à saúde, bem como a percepção de seus pais a respeito dessas dificuldades. Além disso, pretendeu-se, também, analisar as percepções à luz do desempenho dos estudantes.

MÉTODOS

Este estudo faz parte da pesquisa “Programa Saúde na Escola: situação atual e perspectivas futuras”, desenvolvida pela linha temática Programa Saúde na Escola (PSE) do PET-Saúde da Universidade Federal de Minas Gerais, cujo objetivo é avaliar as condições de saúde dos estudantes assistidos pelo PSE, em parceria com três Unidades Básicas de Saúde. No estudo do PET-Saúde, são analisadas variáveis do tipo: hábitos alimentares da criança, comportamento alimentar, antropometria, percepção corporal, pressão arterial, informações básicas de saúde, avaliação da comunicação e aprendizagem, avaliação auditiva, avaliação dos hábitos miccionais-intestinais, avaliação do desenvolvimento motor e avaliação de saúde bucal. Para o presente estudo, foi utilizada a variável avaliação da comunicação e aprendizagem. O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal de Minas Gerais, sob protocolo nº CAAE - 08757812.3.0000.5149.

Neste estudo, foram apresentados os dados dos alunos de uma das escolas que oferece o ensino fundamental a partir do 4º ano. Com base no cálculo do número de alunos necessários para este estudo, foi feita a distribuição proporcional, de acordo com o ano escolar, sendo dez alunos do 4º ano, dez do 5º ano, 18 do 6º ano e 27 do 7º ano do ensino fundamental, regularmente matriculados, totalizando 65 alunos, 39 do gênero feminino e 26 do gênero masculino, com idades entre 10 e 15 anos (DP=1,35).

Foram considerados critérios de inclusão: alunos matriculados na escola e Termo de Consentimento Livre e Esclarecido assinados por eles e por seus responsáveis. Questionários incompletos foram considerados como critérios de exclusão. Para a realização da pesquisa, os alunos e seus responsáveis receberam informações sobre o caráter voluntário do estudo, seus objetivos e repercussões.

A escola onde este trabalho foi realizado localiza-se em uma região de alto risco social e com elevado índice de vulnerabilidade à saúde (IVS). O IVS é calculado a partir de indicadores de saneamento, habitação, escolaridade, renda, bem como de indicadores sociais e características do entorno dos domicílios (iluminação, calçada, meio-fio, entre outros)(1111. Prefeitura Municipal de Belo Horizonte. Índice de vulnerabilidade da saúde 2012. Belo Horizonte: Prefeitura Municipal; 2013 [citado 18 jun 2015]. Disponível em: http://portalpbh.pbh.gov.br/pbh/ecp/files.do?evento=download&urlArqPlc=indice_vulnerabilidade2012.pdf
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).

A pesquisa foi realizada por meio da aplicação de dois questionários: um para os pais/responsáveis e outro para os estudantes. Dentre as perguntas do questionário aplicado aos estudantes, foi selecionada para o presente estudo: “Você acha que tem dificuldades para ler e escrever?”. Do questionário aplicado aos pais/responsáveis foram selecionadas as perguntas: “Você acha que seu filho tem dificuldades para ler e escrever?” e “Você acha que seu filho tem problemas de leitura?”, sendo as possíveis respostas: “Sim”, “Não” ou “Não sabe”.

Foi utilizado, também, o Teste de Desempenho Escolar - TDE (provas de leitura e escrita), aplicado conforme o protocolo(1212. Stein LM. TDE: teste de desempenho escolar. São Paulo: Casa do Psicólogo; 1994.). O subteste de escrita, composto por 34 palavras apresentadas em forma de ditado, foi aplicado de forma coletiva, na sala de aula dos estudantes, com duração aproximada de 30 minutos. O subteste de leitura, composto por 70 palavras lidas pelo escolar, foi aplicado individualmente, em ambiente silencioso e bem iluminado, com duração aproximada de 20 minutos. Para posterior análise, a leitura foi gravada com auxílio de um gravador de voz digital. O TDE avalia a leitura e a escrita por meio de palavras isoladas, não investigando as dificuldades de compreensão e elaboração.

Primeiramente, foram realizadas as entrevistas com os pais, seguidas das entrevistas com os alunos e aplicação do subteste de leitura. Após, de forma coletiva, foi aplicado o subteste de escrita. As entrevistas e a aplicação dos testes foram realizadas na escola e os pais foram convocados por bilhetes informativos. Nos casos em que os pais não compareceram à escola para entrevista, foram feitas visitas domiciliares, com apoio da equipe de saúde da Unidade Básica de Saúde da região.

Foi realizada uma análise descritiva da distribuição de frequência de todas as variáveis. O teste Qui-quadrado de Pearson foi utilizado para verificar se existia associação entre as seguintes variáveis: a) autopercepção dos estudantes e o desempenho no TDE; b) percepção dos pais sobre seus filhos e o TDE. O nível de significância adotado foi de 5%. Os dados foram digitados em um banco de dados e processados no software IBM SPSS Estatistics 21.0.

RESULTADOS

Foram avaliados e entrevistados 65 estudantes e seus respectivos responsáveis. Do total da amostra, 60% dos estudantes eram do gênero feminino (39) e 40% eram do gênero masculino (26). A média de idade foi de 12 anos (DP=1,4). Em relação aos responsáveis, 4,6% das entrevistas foram respondidas pelo pai do aluno, 87,7% pela mãe e 7,7% por outro responsável. A média de idade do responsável foi 36 anos (DP=8,8).

A associação entre a autopercepção dos estudantes sobre sua dificuldade para ler e escrever e o desempenho nas provas de escrita e leitura, respectivamente, estão demonstrados nas Tabelas 1 e 2.

Tabela 1
Comparação entre a questão “Você acha que tem dificuldades para ler e escrever?” e a avaliação da escrita
Tabela 2
Comparação entre a questão “Você acha que tem dificuldades para ler e escrever?” e a avaliação da leitura

Nas provas do TDE, 15,4% dos alunos apresentaram desempenho inferior apenas na prova de escrita e 15,4%, desempenho inferior apenas na prova de leitura; 24,6% dos alunos apresentaram desempenho inferior em ambos os testes e 44,6% não apresentaram dificuldade alguma.

A associação entre a percepção dos pais sobre a dificuldade de leitura dos filhos e o desempenho nas provas de escrita e leitura, respectivamente, podem ser observados nas Tabelas 3 e 4. Foram constatados valores idênticos para as duas análises.

Tabela 3
Comparação entre a questão “Você acha que seu filho tem problemas na leitura?” e a avaliação objetiva da leitura
Tabela 4
Comparação entre a questão “Você acha que seu filho tem problemas na leitura?” e a avaliação objetiva de escrita

DISCUSSÃO

Este estudo procurou verificar a autopercepção das dificuldades de leitura e escrita de estudantes do ensino fundamental de uma região de alto risco social e elevado índice de vulnerabilidade à saúde(1111. Prefeitura Municipal de Belo Horizonte. Índice de vulnerabilidade da saúde 2012. Belo Horizonte: Prefeitura Municipal; 2013 [citado 18 jun 2015]. Disponível em: http://portalpbh.pbh.gov.br/pbh/ecp/files.do?evento=download&urlArqPlc=indice_vulnerabilidade2012.pdf
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). Além disso, buscou investigar a percepção dos pais com relação às dificuldades dos filhos. A opção metodológica adotada foi a de aplicação de perguntas de fácil entendimento aos participantes e comparação das respostas com os resultados do TDE(1212. Stein LM. TDE: teste de desempenho escolar. São Paulo: Casa do Psicólogo; 1994.). Não existe, na literatura, outro teste validado para avaliar o desempenho escolar na faixa etária estudada, o que justificou a escolha. Além disso, estudos para avaliar as propriedades psicométricas do TDE mostraram que o subteste de leitura tem discriminação apropriada para níveis baixos e médios de habilidade(1313. Knijnik LF, Giacomoni CH, Zanon C, Stein LM. Avaliação dos subtestes de leitura e escrita do teste de desempenho escolar através da Teoria de Resposta ao Item. Psicol Reflex Crit. 2014;27(3):481-90. http://dx.doi.org/10.1590/1678-7153.201427308
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) e o subteste de escrita apresenta evidências de unidimensionalidade, com alta capacidade de discriminação(1414. Giacomoni CH, Athayde ML, Zanon C, Stein LM. Teste do Desempenho Escolar: evidências de validade do subteste de escrita. Psico-USF. 2015;20(1):133-40. http://dx.doi.org/10.1590/1413-82712015200112
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), indicando que ambos os subtestes do TDE são instrumentos apropriados para o que se propõem(1313. Knijnik LF, Giacomoni CH, Zanon C, Stein LM. Avaliação dos subtestes de leitura e escrita do teste de desempenho escolar através da Teoria de Resposta ao Item. Psicol Reflex Crit. 2014;27(3):481-90. http://dx.doi.org/10.1590/1678-7153.201427308
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,1414. Giacomoni CH, Athayde ML, Zanon C, Stein LM. Teste do Desempenho Escolar: evidências de validade do subteste de escrita. Psico-USF. 2015;20(1):133-40. http://dx.doi.org/10.1590/1413-82712015200112
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).

O autoconceito, ou autopercepção, também pode ser definido como a forma pela qual a criança ou adolescente percebem suas habilidades e dificuldades individuais (motoras, cognitivas, familiares, sociais, afetivas) e pela ideia que têm de si próprios, com grande influência na autoestima(1515. Campos AA. Adaptação cultural da Escala de Perfil de Autopercepção para Crianças [dissertação]. Rio de Janeiro: Programa de Pós-Graduação em Psicologia, Universidade Federal do Rio de Janeiro; 2004.). Sabe-se que a autopercepção de alunos, aliada a outras crenças relacionadas à aprendizagem, é considerada preditora do desenvolvimento acadêmico, sendo fundamental estudá-la em diferentes populações de estudantes(99. Zheng C, Erickson AG, Kingston NM, Noonan PM. The relationship among self-determination, self-concept, and academic achievement for students with learning desabilities. J Learn Disabil. 2014;47(5):462-74. http://dx.doi.org/10.1177/0022219412469688
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,1515. Campos AA. Adaptação cultural da Escala de Perfil de Autopercepção para Crianças [dissertação]. Rio de Janeiro: Programa de Pós-Graduação em Psicologia, Universidade Federal do Rio de Janeiro; 2004.). Neste estudo, os estudantes investigados eram, em sua maioria, pertencentes às classes sociais mais baixas e a famílias com poucas oportunidades acadêmicas, refletidas pela baixa escolaridade dos pais, moradores de uma área com elevados índices de violência, fatores que, por si só, contribuem para o mau desempenho escolar(22. Pereira S, Santos JN, Nunes MA, Oliveira MG, Santos TS, Martins-Reis VO. Saúde e educação: uma parceria necessária para o sucesso escolar. CoDAS. 2015;27(1):58-64. http://dx.doi.org/10.1590/2317-1782/20152014053
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,33. Marturano EM. O inventário de recursos do ambiente familiar. Psicol Reflex Crít. 2006;19(3):498-506. http://dx.doi.org/10.1590/S0102-79722006000300019
http://dx.doi.org/10.1590/S0102-79722006...
,1616. Gurgel LG, Vidor DCGM, Joly MCRA, Reppold CT. Fatores de risco para o desenvolvimento adequado da linguagem oral em crianças: uma revisão sistemática da literatura. CoDAS. 2014;26(5):350-6. http://dx.doi.org/10.1590/2317-1782/20142014070
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).

Apesar de haver associação entre a autopercepção de dificuldades de leitura e escrita e o TDE, 29% dos entrevistados demonstraram autopercepção negativa de leitura e 40% apresentaram desempenho inadequado no teste de leitura, o que evidencia que a autopercepção não é satisfatória. Vale considerar que o TDE avalia a leitura e a escrita apenas de palavras isoladas, com confiabilidade(1313. Knijnik LF, Giacomoni CH, Zanon C, Stein LM. Avaliação dos subtestes de leitura e escrita do teste de desempenho escolar através da Teoria de Resposta ao Item. Psicol Reflex Crit. 2014;27(3):481-90. http://dx.doi.org/10.1590/1678-7153.201427308
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), e a população a ser investigada já deve ter compreensão de leitura de textos complexos e extensos, bem como produzir textos. Acredita-se que a população deste estudo tenha ainda mais dificuldades, caso seja avaliada quanto a essas habilidades, já que, em avaliação do IDEB, a nota da escola foi de 4,5 para o 5º ano e de 3,4 para o 9° ano, em prova que avaliou somente a leitura, sendo o texto a menor unidade de sentido(1717. Ministério da Educação (BR), Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira. Língua Portuguesa: orientações para o professor – SAEB/Prova Brasil: 4ª série/5º ano: ensino fundamental. Brasília, DF: Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira; 2009.). De acordo com os organizadores, nessa prova o mais importante é a compreensão do texto.

Apesar de a leitura preceder a escrita(1818. Ferreira AA, Conte KM, Marturano EM. Meninos com queixa escolar: autopercepções, desempenho e comportamento. Estud Psicol (Campinas). 2011;28(4):443-51. http://dx.doi.org/10.1590/S0103-166X2011000400005
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) no processo de alfabetização, os estudantes avaliados perceberam melhor suas dificuldades de escrita que de leitura, visto que 29% conceberam-se negativamente e 32% apresentaram desempenho inferior, no TDE.

Estudos que compararam a autopercepção de alunos com e sem queixas escolares, concluíram que aqueles com queixa escolar apresentaram pior autopercepção(1818. Ferreira AA, Conte KM, Marturano EM. Meninos com queixa escolar: autopercepções, desempenho e comportamento. Estud Psicol (Campinas). 2011;28(4):443-51. http://dx.doi.org/10.1590/S0103-166X2011000400005
http://dx.doi.org/10.1590/S0103-166X2011...
,1919. Okano CB, Loureiro SR, Linhares MBM, Marturano EM. Crianças com dificuldades escolares atendidas em programa de suporte psicopedagógico na escola: avaliação do autoconceito. Psicol Reflex Crit. 2004;17(1):121-8. http://dx.doi.org/10.1590/S0102-79722004000100015.
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). Acredita-se que esse fator possa ter influenciado, também, os resultados do presente estudo, sendo que os alunos que apresentaram queixas, possuíam baixa autoestima e autopercepção negativa sobre os seus desempenhos(2020. Heath N, Roberts E, Toste JR. Perception of academic performance: positive illusions in adolescents with and without learning desabilities. J Learn Disabil. 2013;46(5):402-12. http://dx.doi.org/10.1177/0022219411428807
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). A literatura sugere aos educadores que ensinem e estimulem as habilidades de autodeterminação (origem das ações, aprender com fracassos, maior sensação de bem-estar) para estudantes, independentemente da situação familiar, dificuldades pessoais ou características ambientais, a fim de potencializar a autoestima, o autoconceito e o desempenho acadêmico, reduzindo, assim, as taxas de abandono escolar e favorecendo a inserção social e profissional, futuramente(99. Zheng C, Erickson AG, Kingston NM, Noonan PM. The relationship among self-determination, self-concept, and academic achievement for students with learning desabilities. J Learn Disabil. 2014;47(5):462-74. http://dx.doi.org/10.1177/0022219412469688
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).

Estudos que verificaram a relação entre as práticas parentais e o desempenho do aluno na escola mostraram que, quando os pais acompanham, rotineiramente, as atividades escolares dos filhos, estes apresentam desempenho melhor(22. Pereira S, Santos JN, Nunes MA, Oliveira MG, Santos TS, Martins-Reis VO. Saúde e educação: uma parceria necessária para o sucesso escolar. CoDAS. 2015;27(1):58-64. http://dx.doi.org/10.1590/2317-1782/20152014053
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,33. Marturano EM. O inventário de recursos do ambiente familiar. Psicol Reflex Crít. 2006;19(3):498-506. http://dx.doi.org/10.1590/S0102-79722006000300019
http://dx.doi.org/10.1590/S0102-79722006...
,1010. Topor DR, Keane SP, Shelton TL, Calkins SD. Parent involvement and student academic performance: a multiple mediational analysis. J Prev Interv Community. 2010;38(3):183-97. http://dx.doi.org/10.1080/10852352.2010.486297
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). Logo, supõe-se que, se esses pais acompanham os filhos nas atividades escolares, também podem ter melhor percepção sobre os seus desempenhos. No presente estudo, a maioria dos pais (n=14) percebeu dificuldades de leitura dos seus filhos (n=26), porém, foram mais perceptíveis (n=28) ao desempenho adequado (n=39). Tais achados podem ter sido influenciados pela escolaridade materna e paterna, já que a literatura assevera que, quanto maior o tempo de estudo dos pais, menor é a chance de as crianças apresentarem alterações, o que indica a importância do nível de escolaridade dos pais na promoção do desenvolvimento infantil(2121. Cachapuz RF, Halpern R. A influência das variáveis ambientais no desenvolvimento da linguagem em uma amostra de crianças. Rev AMRIGS. 2006;50(4):292-301.,2222. Andrade AS, Santos DN, Bastos AC, Pedromônico MRM, Almeida-Filho N, Barreto ML. Ambiente familiar e desenvolvimento cognitivo infantil: uma abordagem epidemiológica. Rev Saúde Pública. 2005;39(4):606-11. http://dx.doi.org/10.1590/S0034-89102005000400014
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), com reflexos futuros na evolução acadêmica e maior conhecimento do desempenho dos seus filhos(2323. Harter S. The construction of the self: a developmental perspective. New York: Guilford; 1999.,2424. Godoy JA, Abrahão RC, Halpern R. Autopercepção de dificuldades escolares em alunos do ensino fundamental e médio em município do Rio Grande do Sul. Aletheia. 2013;(41):121-33.). No presente estudo, verificou-se que a média de escolaridade dos pais ou responsáveis foi de 6,8 anos de estudos (DP=2,8), o que pode justificar as suas limitações em compreenderem a real condição escolar de seus filhos.

Os resultados mostraram que os estudantes perceberam melhor seu desempenho em leitura do que seus pais, concordando com estudo anterior, que apontou que as informações obtidas por adolescentes diferem das obtidas por suas mães(77. Fraga-Maia H, Santana VS. Concordância de informações de adolescentes e suas mães em inquérito de saúde. Rev Saúde Pública. 2005;39(3):430-7. http://dx.doi.org/10.1590/S0034-89102005000300014
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) e que as informações recebidas de adolescentes podem ser próximas à sua realidade e às suas vivências.

A maioria das entrevistas foi realizada com as mães, condizendo com estudo anterior, realizado com estudantes de escola pública, em que quase 100% das entrevistas foram realizadas com as mães(2525. Chechia VA, Andrade AS. O desempenho escolar dos filhos na percepção de pais e alunos com sucesso e insucesso escolar. Est Psicol (Natal). 2005;10(3):431-40.). Além disso, os autores do estudo observaram que as mães são mais presentes no auxílio à realização das atividades escolares. Mais especificamente, no caso de crianças com insucesso escolar, foi observado que os pais não estão alheios aos problemas dos filhos, mas esperam por orientações de como ajudá-los em casa.

No presente estudo, não foi possível analisar vários fatores relacionados à percepção das dificuldades na leitura e escrita, já que tais dificuldades são multifatoriais. Além disso, não pôde ser estabelecida relação direta entre a autopercepção e o desempenho escolar, pois se trata de um estudo transversal. Estudo realizado nos Estados Unidos, com objetivo de investigar a relação entre autoconceito e desempenho acadêmico de estudantes com dificuldades escolares, apontou que, no nível elementar, houve uma relação causal recíproca entre desempenho acadêmico e autoconceito. Apontou, também, que o nível socioeconômico das famílias foi um preditor significativo do autoconceito e do desempenho acadêmico e o envolvimento dos pais nas atividades escolares foi um importante preditor para o desempenho acadêmico das crianças do nível elementar(55. Ju S, Zhang D, Katsyannis A. The causal relationship between academic self-concept and academic achievement for students with disabilities: an analysis of SEELS data. J Disabil Policy Stud. 2013;24(1):4-14. http://dx.doi.org/10.1177/1044207311427727
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). Neste sentido, sugere-se que novos estudos investiguem a relação de autopercepção e dificuldades na leitura e escrita de crianças e adolescentes de diversas classes socioeconômicas, com um desenho longitudinal, a fim de possibilitar o estabelecimento de relações diretas entre tais variáveis.

Os resultados do presente estudo reforçam a necessidade de se trabalhar o autoconceito dos estudantes com dificuldades escolares, desde as séries iniciais, o que poderá contribuir para a melhora do desempenho acadêmico(55. Ju S, Zhang D, Katsyannis A. The causal relationship between academic self-concept and academic achievement for students with disabilities: an analysis of SEELS data. J Disabil Policy Stud. 2013;24(1):4-14. http://dx.doi.org/10.1177/1044207311427727
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). Tal objetivo deve ser pautado pelos fonoaudiólogos que atuam no ambiente escolar.

CONCLUSÃO

Menos estudantes apresentaram autopercepção negativa do seu desempenho em leitura e escrita, quando comparado à percepção dos pais. Os pais dos estudantes parecem perceber tais dificuldades de forma mais acentuada do que seus filhos.

Observou-se relação entre autopercepção do estudante e desempenho inferior nos testes de leitura e escrita, o que também foi verificado em relação a percepção dos pais.

No entanto, os testes de leitura e escrita revelaram um percentual maior de estudantes com desempenho inferior do que a autopercepção indicou. Neste sentido, especialmente em regiões de risco social, como a deste estudo, os educadores e profissionais envolvidos no processo de ensino aprendizagem devem estar atentos aos sinais de dificuldades, antes mesmo das queixas familiares e da criança.

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Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    2016

Histórico

  • Recebido
    22 Out 2015
  • Aceito
    1 Jun 2016
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