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Evolução fatal de lupus eritematoso associado à doença de Crohn

Descrição do caso de uma mulher jovem, brasileira, que foi tratada de doença de Crohn acometendo íleo e cólon, poupando o reto, e confirmada por colonoscopia e estudo histopatológico. Após 4 anos de tratamento com sulfasalazina, apresentou lesões faciais em vespertilio, febre, artralgia e altos títulos de anticorpo anti-nuclear e células LE. Uma síndrome lúpica induzida pela sulfasalazina foi diagnosticada, porque após a retirada desta e um curto período de administração de prednisona, os sintomas clínicos desapareceram e os testes laboratoriais retornaram ao normal. Mesalazina 3 g/dia foi iniciada e a paciente manteve-se bem pelos próximos 3 anos, quando foi novamente admitida com febre, adinamia, artralgias, diplopia, estrabismo e hipoestesia em ambas as mãos e pés, microhematuria, cilindros hemáticos, hipocomplementemia e altos títulos de anticorpos auto-imunes. Diagnóstico de lupus eritematoso sistêmico foi realizado. Embora uma pulsoterapia com metilpredinisolona tenha sido iniciada, nenhuma melhora foi observada. Um ciclo com ciclofosfamida foi tentado e novamente nenhum resultado positivo foi alcançado. A paciente apresentou quadro de manifestações clínicas graves de vasculite generalizada, afetando o sistema nervoso central e periférico e os pulmões, evoluindo para o óbito em duas semanas. Embora incomum, a associação entre as duas doenças pode ocorrer e é destacada esta possibilidade, com uma breve revisão da literatura.

Doença de Crohn; Lupus eritematoso sistêmico


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