CONTEXTO: Apesar da alta incidência da doença do refluxo gastroesofágico (DRGE) na população em geral, ainda existe muita controvérsia sobre este assunto, especialmente quanto ao tratamento cirúrgico. A decisão de usar fundoplicatura total ou parcial no tratamento da DRGE ainda é um desafio para muitos cirurgiões devido à pouca evidência disponível na literatura. OBJETIVO: Comparar a fundoplicatura total e as fundoplicaturas parciais no tratamento da DRGE, avaliando a eficácia das duas técnicas operatórias. MÉTODO: Foram utilizadas a revisão sistemática da literatura e metanálise de estudos prospectivos e randomizados. Fontes de informação utilizadas: LILACS, MEDLINE, Cochrane Controlled Clinical Trials Database. A metanálise foi realizada utilizando-se o programa de informática da Colaboração Cochrane (Review Manager 5.0.1) e o cálculo dos desfechos foi feito pela razão de chances, com respectivo intervalo de confiança de 95%. Os desfechos estudados foram: disfagia, dificuldade em eructar, plenitude gástrica, recurrência do refluxo ácido, pirose e esofagite. Análise de subgrupo: estudos com seguimento maior que 2 anos. RESULTADOS: Foram selecionados 10 ensaios clínicos, onde 1003 doentes foram estudados, sendo 502 alocados para o grupo fundoplicatura total e 501 locados para o grupo fundoplicatura parcial. Os desfechos contínuos não puderam ser calculados em razão da falta de dados. Somente os desfechos disfagia e dificuldade em eructar tiveram resultados estatisticamente significantes (P<0.0001) a favor da fundoplicatura parcial. CONCLUSÃO: A fundoplicatura parcial está relacionada com a menor incidência de eventos obstrutivos pós-operatórios.
Refluxo gastroesofágico; cirurgia; Fundoplicatura; Revisão; Metanálise