RESUMO
CONTEXTO:
A terapia nutricional enteral (TNE) é a melhor via para a nutrição de pacientes críticos e com melhores impactos no tratamento clínico desses pacientes.
OBJETIVO:
Investigar a oferta energética e proteica da TNE em pacientes críticos, internados em uma unidade de terapia intensiva (UTI) de um hospital universitário.
MÉTODOS:
Um estudo prospectivo longitudinal foi conduzido com 82 pacientes críticos internados em uma UTI, recebendo TNE. Foram estudadas variáveis antropométricas, exames laboratoriais (albumina, PCR, relação PCR/albumina), NUTRIC-score e o Nutritional Risk Screening (NRS-2002), metas energéticas e proteicas e as inadequações e complicações da TNE. A análise estatística foi realizada utilizando-se os testes Qui-quadrado ou Fischer e o teste de Wilcoxon, com nível de significancia de P<0,05.
RESULTADOS:
Na avaliação pelo NUTRIC score, 48,78% apresentaram alto risco nutricional. Na relação PCR/albumina, 85,37% apresentaram alto risco de complicações. Verificou-se diferença estatisticamente significante (P<0,0001) para todas as comparações efetuadas entre a meta, prescrição e infusão da TNE, sendo infundido 72% do que foi prescrito tanto para caloria como para proteína. Observou-se que a diferença entre a prescrição e a infusão foi de 14,63% (±10,81) para caloria e de 14,21% (±10,5) para proteína, com diferença estatisticamente significante (P<0,0001). Na relação entre prescrição e infusão de calorias e proteínas, a única associação significativa foi a dos pacientes com alto risco para a relação PCR/albumina, destes; quase 94% receberam menos que 80% do volume energético e proteico prescrito (P=0,0111).
CONCLUSÃO:
A administração da TNE em pacientes graves, não supre suas reais necessidades energéticas e proteicas. A alta ocorrência de inadequações da infusão, comparadas à prescrição e às metas definidas podem gerar balanço nutricional negativo.
DESCRITORES:
Nutrição enteral; Ingestão de energia; Proteínas na dieta; Cuidados críticos; Unidades de terapia intensiva