PIMENTA, Júlio Rocha; FERREIRA, Alexandre Rodrigues; FAGUNDES, Eleonora Druve Tavares; BITTENCOURT, Paulo Fernando Souto; MOURA, Alice Mendes; CARVALHO, Simone Diniz

doi:10.1590/S0004-2803.2017v54n1-04

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Sumário

ORIGINAL ARTICLE • Arq. Gastroenterol. 54 (01) • Jan-Mar 2017 • https://doi.org/10.1590/S0004-2803.2017v54n1-04 copiar

Avaliação da profilaxia secundária endoscópica em crianças e adolescentes com varizes de esôfago

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RESUMO

CONTEXTO

Os episódios de sangramento das varizes esofágicas são a principal causa de morbidade e mortalidade em crianças e adultos com hipertensão porta e poucos são os estudos envolvendo a profilaxia secundária em crianças e adolescentes.

OBJETIVO

Avaliar a eficácia da profilaxia endoscópica secundária na prevenção de hemorragia digestiva alta em crianças e adolescentes com varizes de esôfago.

MÉTODOS

Estudo prospectivo com 85 pacientes menores de 18 anos com hipertensão porta, cirróticos e não cirróticos. A profilaxia secundária endoscópica foi realizada através de ligadura elástica ou escleroterapia. Foram avaliadas erradicação de varizes, incidência de ressangramento, número de sessões endoscópicas necessárias para a erradicação, incidência de surgimento de varizes gástricas e da gastropatia da hipertensão porta.

RESULTADOS

Ligadura elástica foi realizada em 34 (40%) pacientes e escleroterapia em 51 (60%). As varizes de esôfago foram erradicadas em 81,2% após mediana de quatro sessões endoscópicas. Foi observada recidiva de varizes de esôfago em 38 (55,1%) pacientes. Ressangramento por ruptura de varizes de esôfago ocorreu em 36 (42,3%) pacientes e foi mais prevalente no grupo submetido à escleroterapia. O surgimento de varizes gástricas e gastropatia da hipertensão porta ocorreram em 38,7% e 57,9% respectivamente. Os pacientes submetidos à ligadura elástica apresentaram taxas menores de ressangramento (26,5% vs 52,9%) e número menor de sessões necessárias para erradicação das varizes de esôfago (3,5 vs 5).

CONCLUSÃO

A profilaxia secundária endoscópica mostrou-se eficaz para erradicação de varizes de esôfago e evitar novos episódios de hemorragia digestiva alta secundária à ruptura de varizes de esôfago. A ligadura elástica endoscópica provavelmente apresenta menores taxas de ressangramento e número menor de sessões necessárias para erradicação das varizes de esôfago, quando comparada à escleroterapia.

Descritores
Varizes esofágicas e gástricas; Hipertensão portal; Ligadura; Escleroterapia; Criança; Adolescente

	Cirrhosis	Without cirrhosis	P
	n = 37	n = 48
Sex			0.057
Male	13 (35.1%)	28 (58.3%)
Female	24 (64.9%)	20 (41.7%)
Age at first UGIB episode (years)
Median	6.8years	5.4 years
25%-75%	1.9-8.8	2.6-8.6	0.626
Caliber of esophageal varices
Small caliber	6 (16.2%)	6 (12.5%)
Medium caliber and/or large caliber	31 (88.8%)	42 (87.5%)	0.860
Gastric varices	25 (67.6%)	29 (60.4%)	0.650
Portal hypertensive gastropathy	15 (40.5%)	13 (27.1%)	0.281

	Cirrhosis	Non cirrhosis	Total	P value
	n = 37	n = 48	n = 85
Eradication of varices	26 (70.3%)	43 (89.6%)	69 (81.2%)	0.047
Number of endoscopic sessions for eradication
Median (IR 25%-75%)	4 (2-5.8)	5 (3-6)	4 (2-6)	0.251
Relapse of esophageal varices	14 (53.8%)	24 (55.8%)	38(55.1%)	0.369
Rebleeding	15 (40.5%)	21 (43.8%)	36 (42.3%)
Early	13	15	28	0.939
Late	2	6	8	0.498
Presence of gastropathy at the beginning of secondary prophylaxis	15 (40.5%)	13 (27.1%)	28 (32.9%)	0.281
Appearance of gastropathy during secondary prophylaxis	10 (45.5%)	23 (65.7%)	33 (57.9%)	0.217
Presence of gastric varices at the beginning of secondary prophylaxis	25 (67.6%)	29 (60.4%)	54 (63.5%)	0.651
Appearance of gastric varices during secondary prophylaxis	7(58.3%)	5 (26.3%)	12 (38.7%)	0.966
Death	9(24.3%)	1 (2.1%)	10 (11.8%)	0.004
Follow up
Median (years)	5.9	7.5	6.6
IR 25%-75%	3.1-8.9	5.1-12.5	3.8-10	0.072

	Cirrhosis	EHPVO	CHF	Total
	n = 37	n = 37	n = 11	n = 85
Endoscopic method	15 (40.5%)	14 (37.8%)	5 (45.5%)	34 (40%)
Band Ligation	22 (59.5%)	23 (62.2%)	6 (54.6%)	51 (60%)
Sclerotherapy
Eradication of varices	26 (70.3%)	34 (91.9%)	9 (81.8%)	69 (81.2%)
Number of endoscopic sessions	4 (2-5.8)	5 (3-6.8)	5 (3-5)	4 (2-6)
Median (IR 25%-75%)
Relapse of esophageal varices	14 (53.9%)	18 (52.9%)	6 (66.7%)	38 (55.1%)
Rebleeding	n = 15 (40.5%)	n = 14 (37.8%)	n = 7 (63.6%)	n = 36 (42.4%)
Early	13 (86.7%)	10 (71.4%)	5 (71.4%)	28 (77.8%)
Late	2 (13.3%)	4 (28.6%)	2 (28.6%)	8 (22.2%)
Appearance of gastropathy	10 (45.5%)	16 (57.1%)	7 (100.0%)	33 (57.9%)
Appearance of fundus varices	7 (58.3%)	5 (27.8%)	0	12 (38.7%)
Death	9 (24.3%)	0	1 (9.1%)	10 (11.8%)
Follow up (years) Median (IR 25%-75%)	5.9 (3.1-8.9)	6.6 (3.8-10.1)	11.3 (7.8-13.2)	6.6 (3.8-10)

	Band ligation	Sclerotherapy	P
	n = 34	n = 51
Sex
Male	14 (41.2%)	27 (52.9%)	0.399
Female	20 (58.8%)	24 (47.1%)
Age at diagnosis (years)
Median	5.9	2.4	0.005
IR 25%-75%	2.5-8.8	1.1-5.5
Number of sessions for eradication
Median	3.5	5.0	0.006
IR 25%-75%	2-5	3-8
Relapse of esophageal varices	13 (46.4%)	25 (61.0%)	0.344
Time to relapse
Median (month)	12.98	16.0	0.051
IR 25%-75%	8.9-22.2	9.3-26.1
Rebleeding	9 (26.5%)	27(52.9%)
Early	5	23	0.028
Late	4	4	0.164
Appearance of	19	38	0.393
gastropathy	13 (68.4%)	20 (52.6%)
Appearance of fundus	14	17	0.952
varices	5 (35.7%)	7 (41.2%)

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