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Síndrome metabólica e fatores de risco para a doença hepática gordurosa não-alcoólica

CONTEXTO: A doença hepática gordurosa não alcoólica (DHGNA) vem sendo considerada a manifestação hepática da síndrome metabólica e a hepatopatia mais frequente da atualidade, sendo também a causa mais frequente de aumento das transaminases e de cirrose criptogênica. O maior aporte de ácidos graxos ao fígado e consequente aumento da beta-oxidação concorrem para formação de radicais livres, liberação de citocinas inflamatórias e graus variáveis de agressão hepatocítica, cuja expressão histológica pode variar da esteatose hepática (EH) à esteatohepatite não-alcoólica (EHNA), cuja diferenciação se faz necessária pelo risco potencial de progressão para cirrose e desenvolvimento do carcinoma hepatocelular. OBJETIVO: Revisar a literatura sobre os principais fatores de risco para a DHGNA no contexto da síndrome metabólica, com foco nos mecanismos subjacentes e nas estratégias de prevenção. MÉTODO: Foi realizada pesquisa bibliográfica no PubMed para identificar estudos que descrevessem a associação entre os fatores de risco para síndrome metabólica e a DHGNA, utilizando-se a combinação de descritores: "Non-alcoholic fatty liver disease, Non-alcoholic steatohepatitis, metabolic syndrome and risk factors". Foram selecionados 96 estudos clínicos, experimentais, de cohort, metanálises e revisões sistemáticas de maior impacto e relevância científica para o tema. RESULTADOS: A análise das informações consolidou a obesidade central, diabetes melitus tipo 2, dislipidemia e hipertensão como os fatores de risco mais bem relacionados à DHGNA. Entretanto, outros fatores foram destacados, como diferenças entre gêneros, etnia, fatores genéticos e o papel da imunidade inata, como estes fatores adicionais que podem estar implicados na instalação, progressão e prognóstico da doença. CONCLUSÃO: O conhecimento dos fatores de risco para a DHGNA no contexto da síndrome metabólica amplia os caminhos para: 1) reconhecer pacientes com risco elevado para a doença; 2) elucidar vias comuns a outras comorbidades; 3) determinar fatores de risco relacionados a pior prognóstico; 4) desenvolver estratégias terapêuticas com o objetivo de reduzir fatores de risco; 4) aplicar os conhecimentos adquiridos nas políticas públicas de saúde com foco em estratégias preventivas.

Síndrome X metabólica; Fígado gorduroso não-alcoólico; Fatores de risco


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