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Arquivos de Gastroenterologia, Volume: 42, Número: 1, Publicado: 2005
  • Documento sem título Nota Dos Editores

  • Câncer coloretal: a importância de sua prevenção Editorial

    Habr-Gama, Angelita
  • A colangiopancreatografia retrógrada endoscópica pode ser realizada com segurança em caráter ambulatorial Artigo Original

    Marçal, Mara Virginia Lellis; Thuler, Fernanda Prata Borges Martins; Ferrari, Angelo Paulo

    Resumo em Português:

    RACIONAL: A colangiopancreatografia endoscópica retrógrada é técnica efetiva no manejo das doenças biliopancreáticas. A segurança da realização do exame em ambulatório tem sido alvo de estudo. OBJETIVO: Avaliar a segurança da realização da colangiopancreatografia endoscópica retrógrada em ambulatório e descrever as complicações do exame. CASUÍSTICA E MÉTODO: Acompanharam-se, prospectivamente, pacientes ambulatoriais encaminhados para colangiopancreatografia endoscópica retrógrada durante o período de 2001 a 2003. Complicações foram definidas segundo critérios de consenso, incluindo todos os efeitos adversos relacionados ao exame. RESULTADOS: Foram incluídas 195 colangiopancreatografias endoscópicas retrógradas, 79 (40,5%) diagnósticas e 116 (59,5%) terapêuticas. O grupo incluiu 112 mulheres, com média de idade de 51 anos (±18,9). Os diagnósticos encontrados mais freqüentemente foram: cálculo biliar (30,2%), estenose benigna (13,8%), neoplasia (10,2%) e pancreatite crônica (10,2%). Obteve-se sucesso em 88,6% dos exames diagnósticos e 78,5% dos terapêuticos. Dos 195 pacientes, 10 (5,1%) necessitaram de observação, dentre os quais 7 (3,6%) foram internados, (2 pacientes com pancreatite aguda, 2 com perfurações, 1 com hemorragia, 1 com complicação cardiorespiratória e 1 com febre). Dos 188 casos liberados após o exame, 8 (4,2%) foram readmitidos (1 pancreatite aguda, 1 hemorragia, 1 perfuração, 3 colangite, 2 dor abdominal). Ao comparar o grupo das complicações identificadas imediatamente contra o segundo, não se encontrou diferença estatisticamente significante quanto à idade, sexo, diagnóstico e/ou grau de dificuldade do exame. CONCLUSÃO: O tamanho da amostra e os resultados negativos da análise estatística impediram a determinação de fatores de risco, independentes para complicações pós- colangiopancreatografia endoscópica retrógrada. Contudo, não houve nenhum óbito ou complicações com má evolução nos pacientes inicialmente liberados, confirmando a segurança na realização da colangiopancreatografia endoscópica retrógrada em ambulatório.

    Resumo em Inglês:

    BACKGROUND: Endoscopic retrograde cholangiopancreatography is effective technique to approach various biliary and pancreatic disorders. Safety of endoscopic retrograde cholangiopancreatography on an outpatient basis has been questioned. OBJECTIVES: To evaluate the safety of outpatient endoscopic retrograde cholangiopancreatography and describe procedure complications. PATIENTS/METHOD: We prospectively assessed outpatients endoscopic retrograde cholangiopancreatography during 2001 to 2003 period. Complications were defined according to consensus criteria and all adverse effects related to procedure were included. RESULTS: One hundred and ninety five outpatients endoscopic retrograde cholangiopancreatography were performed, 79 (40.5%) diagnostic and 116 (59.5%) therapeutic. The study group included 112 women, mean age 51 (± 18.9) years. The most common diagnoses were: biliary calculi (30.2%), benign stenosis, (13.8%), malignant obstruction (10.2%) and chronic pancreatitis (10.2%). Success was achieved in 88.6% of diagnostic endoscopic retrograde cholangiopancreatography and 78.5% in therapeutic. Complications necessitating observation developed in 10 (5.1%) of 195 endoscopic retrograde cholangiopancreatography, among them, 7 (3.6%) were hospitalized, (2 acute pancreatitis, 2 perforations, 1 bleeding, 1 cardio-respiratory e 1 fever). Among 188 patients initially discharged 8 (4.2%) needed readmission (1 acute pancreatitis, 1 bleeding, 1 perforation, 3 cholangitis, 2 abdominal pain). Comparing the first group where complications were immediately identified to the second, no significant statistical difference concerning to age, sex, diagnoses and procedure difficulty degree was found. CONCLUSION: Sample size and negative statistical results failed to determinate independent risk factors for outpatients endoscopic retrograde cholangiopancreatography complications. However, there were no deaths or bad evolution in patients released after examination, confirming the safety of outpatient endoscopic retrograde cholangiopancreatography.
  • Contrações esofágicas proximais e distais em pacientes com doença de Chagas vigorosa ou clássica Original Article

    Dantas, Roberto Oliveira; Aprile, Lilian Rose Otoboni

    Resumo em Português:

    RACIONAL: Alguns pacientes com acalásia têm contrações com amplitudes compatíveis com a normalidade, o que recebe o nome de acalásia vigorosa, e outros têm amplitude diminuída, chamada de acalásia clássica. A hipótese deste estudo é de que esta diferença na parte distal do esôfago pode acontecer também na parte proximal. OBJETIVO: Avaliar as contrações proximais e distais de pacientes com doença de Chagas. MATERIAL E MÉTODO: Foram estudados 28 pacientes com doença de Chagas todos com disfagia e exame radiológico do esôfago com retenção do meio de contraste, sem dilatação, e 18 controles. Treze pacientes com doença de Chagas tinham a forma vigorosa (amplitude distal acima de 34 mm Hg), e 15 tinham a forma clássica (amplitude distal abaixo de 34 mm Hg). As contrações foram medidas pelo método manométrico com perfusão contínua a 2, 7, 12 e 17 cm abaixo do esfíncter superior do esôfago, após cinco deglutições de 5 mL de água. RESULTADOS: Não houve diferenças na amplitude em parte proximal do esôfago entre acalásia clássica ou vigorosa, e com os controles. Também não houve diferença na parte proximal na duração e área sob a curva entre acalásia vigorosa e clássica. Na parte distal a duração e área sob a curva foram menores na doença clássica do que na vigorosa. Contrações falhas e simultâneas foram mais freqüentes em pacientes do que em controles. Contrações simultâneas foram mais freqüentes na doença clássica, e contrações peristálticas foram mais freqüentes na doença vigorosa. CONCLUSÃO: Não foram observadas diferenças nas contrações proximais do esôfago de pacientes com doença de Chagas na forma clássica ou vigorosa, com exceção do maior número de contrações simultâneas nos pacientes com a doença clássica.

    Resumo em Inglês:

    BACKGROUND: Some patients with achalasia have distal esophageal contraction amplitude in the normal range, a condition called vigorous achalasia, and others have low contraction amplitude, a condition named classic achalasia. The difference in distal contraction amplitude may also be associated with a difference in proximal contraction amplitude. AIM: To study the proximal and distal esophageal contractions in patients with Chagas' disease. MATERIAL AND METHODS: We studied 28 patients with Chagas' disease, all with dysphagia and an esophageal radiologic examination with retention without dilation, and 18 controls. The patients with Chagas' disease had vigorous achalasia (distal amplitude over 34 mm Hg, n = 13) or classic achalasia (distal amplitude below 34 mm Hg, n = 15). We measured the contractions by the manometric method with continuous perfusion at 2, 7, 12 and 17 cm below the upper esophageal sphincter after five swallows of a 5 mL bolus of water. RESULTS: There was no difference in proximal amplitude of contractions between classic or vigorous achalasia, and controls. In the proximal esophagus there was also no difference in duration or area under curve of contractions. In the distal esophagus, duration and area under curve were lower in classic than vigorous disease. Failed and simultaneous contractions were more frequent in patients than controls. Simultaneous contractions were seen more frequently in classic disease, and peristaltic contractions were seen more frequently in vigorous disease. CONCLUSION: We did not find differences in proximal esophageal contractions of patients with classical or vigorous esophageal Chagas' disease, except for the higher number of simultaneous contractions seen in classic disease.
  • Obstrução benigna do ducto hepático comum (síndrome de Mirizzi): diagnóstico e tratamento operatório Original Article

    Waisberg, Jaques; Corona, Adriano; Abreu, Isaac Walker de; Farah, José Francisco de Matos; Lupinacci, Renato Arioni; Goffi, Fábio Schmidt

    Resumo em Português:

    RACIONAL: A síndrome de Mirizzi, é complicação rara da colelitíase de longa duração, caracterizada pelo estreitamento do ducto hepático comum devido a mecanismo de compressão e/ou inflamação por cálculos biliares impactados no infundíbulo da vesícula biliar ou no ducto cístico. OBJETIVO: Descrever série de oito enfermos consecutivos com síndrome de Mirizzi de uma única instituição, submetidos ao tratamento cirúrgico e comentar seus aspectos com ênfase no diagnóstico e tratamento. MÉTODO: Quatro mulheres e quatro homens, com média de idade de 61,6 anos (42 a 82 anos), foram operados com síndrome de Mirizzi entre 1997 e 2003. Avaliaram-se a apresentação clínica, os resultados dos exames laboratoriais e de imagem, os achados operatórios, a presença de coledocolitíase, o tipo de síndrome de Mirizzi de acordo com a classificação de Csendes, a escolha do procedimento operatório e as complicações pós-operatórias. RESULTADOS: Os sintomas mais freqüentes foram dor abdominal (87,5%) e icterícia (87,5%). Todos os doentes apresentaram exames de função hepática alterados. O diagnóstico da síndrome de Mirizzi foi intra-operatório em sete (87,5%) doentes, e pré-operatório em um (12,5%). Observou-se fístula colecistocoledociana associada à coledocolitíase em três (37,5%) casos. A síndrome de Mirizzi foi classificada como tipo I em cinco (71,4%) doentes, tipo II em um (14,3%), tipo III em um (12,5%), e tipo IV em outro (12,5%). A colecistectomia, como procedimento cirúrgico isolado, foi realizada em quatro (50,0%) doentes. Um (12,5%) enfermo foi submetido a colecistectomia parcial e fechamento do orifício fistuloso com a região central do infundíbulo. Dois (25,0%) enfermos foram submetidos a colecistectomia e anastomose coledocoduodenal látero-lateral e outro (12,5%) a anastomose coledocoduodenal látero-lateral, deixando-se a vesícula biliar in situ. Sete (87,5%) doentes evoluíram sem complicações pós-operatórias e obtiveram alta hospitalar em boas condições. Um (12,5%) enfermo apresentou, no pós-operatório, sepse por abscesso sub-hepático, sendo re-operado. Não houve mortalidade operatória. CONCLUSÕES: O diagnóstico pré-operatório da síndrome de Mirizzi é difícil e é necessário elevado índice de suspeita para evitar lesões da árvore biliar. O problema pode se tornar evidente apenas no momento da operação na forma de aderências firmes ao redor do triângulo de Calot. O sucesso do tratamento está relacionado ao reconhecimento precoce da condição, mesmo no intra-operatório, e na individualização da conduta, de acordo com as características de cada caso.

    Resumo em Inglês:

    BACKGROUND: Mirizzi syndrome is a rare complication of prolonged cholelithiasis, characterized by narrowing of the common hepatic duct due to mechanical compression and/or inflammation due to biliary calculus impacted in the infundibula of the gallbladder or in the cystic duct. OBJECTIVES: To describe a series of eight consecutive patients with Mirizzi syndrome, at a single institution, submitted to surgical treatment and to comment on their aspects with emphasis on the diagnosis and treatment. METHODS: Four women and four men, with a mean age of 61.6 years (42 to 82 years), presenting Mirizzi syndrome were operated between 1997 and 2003. The following items were evaluated: clinical presentation, laboratory results, preoperative evaluation, operative findings, presence of choledocholithiasis, type of Mirizzi syndrome according to the classification by Csendes, choice of operative procedures, and complications. RESULTS: The most frequent symptoms were abdominal pain (87.5%) and jaundice (87.5%). All the patients presented altered hepatic function tests. The diagnosis of Mirizzi syndrome was intra-operative in seven (87.5%) patients, and preoperative in one (12.5%). Cholecystocholedochal fistula associated with choledocholithiasis was observed in three (37.5%) cases. Mirizzi syndrome was classified as Csendes type I in five (62.5%) patients, type II in one (12.5%), type III in one (12,5%) and type IV in another (12.5%). Cholecystectomy, as an isolated surgical procedure, was performed in four (50.0%) patients. One (12.5%) patient was submitted to partial cholecystectomy and closure of the fistulous orifice with the central part of the infundibula. Two (25.0%) patients were submitted to cholecystectomy and side-to-side choledochoduodenostomy and another (12.5%) to side-to-side choledochoduodenostomy remaining the gallbladder in situ. Seven (87.5%) patients had an uneventful recovery and were discharged in good conditions. One (12.5%) patient presented a postoperative sepsis due to a sub-hepatic abscess, and was reoperated. There was no operative mortality. CONCLUSION: The preoperative diagnosis of Mirizzi syndrome is difficult and an awarded suspicion is necessary to avoid lesions of the biliary tree. The problem may only become evident during the operation due to firm adherences around Calot's triangle. The success of the treatment is related to a precocious recognition of the condition, even at the time of surgery, and adapting the management considering to the individual characteristics of each case.
  • Amplitude e recuperação da velocidade do relaxamento induzida pelo reflexo inibitório retoanal e sua importância na evacuação obstrutiva Original Article

    Netinho, João Gomes; Ayrizono, Maria de Lourdes Setsuko; Coy, Cláudio Saddy Rodrigues; Fagundes, João José; Góes, Juvenal Ricardo Navarro

    Resumo em Português:

    RACIONAL: A constipação intestinal é queixa muito freqüente, sendo o motivo de grande número de consultas médicas. No entanto, apesar dos avanços na compreensão da fisiologia anorretocólica, ainda representa problema clínico de difícil solução. OBJETIVO: Identificar possível correlação entre dados fisiológicos presentes no reflexo inibitório retoanal e a constipação intestinal por evacuação obstruída. MATERIAL E MÉTODOS: Foram selecionados 69 exames de pacientes, submetidos previamente a manometria anorretal no Laboratório de Fisiologia Anorretal da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas, Campinas, SP. Destes, após serem aplicados os critérios de exclusão e inclusão, foram selecionados 29 pacientes com constipação intestinal por evacuação obstruída, sendo 27 do sexo feminino e média de idade de 42,3 (19-73) anos. Da mesma forma, foram selecionados 13 indivíduos sem queixas funcionais anorretais, sendo 8 do sexo feminino, com média de idade de 52,5 (28-73) anos. No reflexo inibitório retoanal foi analisada a pressão anal de repouso média, o ponto de máximo relaxamento e a velocidade de recuperação até atingir a pressão basal, todos nos níveis proximal e distal do canal anal. A seguir foi realizado o estudo comparativo entre esses dados. RESULTADOS: O valor médio da pressão anal de repouso média pré-indução do reflexo inibitório retoanal no nível proximal foi, nos pacientes constipados, de 61,8 mm Hg e no nível distal, 81,7 mm Hg, enquanto que nos assintomáticos encontraram-se 46,0 mm Hg e 64,5 mm Hg, respectivamente, para os níveis proximal e distal. A média da pressão no ponto de máximo relaxamento nos pacientes constipados foi 29,0 mm Hg no nível proximal do canal anal e 52,1 mm Hg no nível distal, enquanto que no grupo de assintomáticos foi 17,8 mm Hg e 36,3 mm Hg, respectivamente, no canal anal proximal e no distal. A média da diferença percentual entre a pressão anal de repouso média e a pressão no ponto de máximo relaxamento no nível proximal, que indicou a amplitude do relaxamento, foi 54,1 % nos constipados e 54,3% nos assintomáticos. No nível distal, a média da diferença foi 35,6% nos constipados e 38,5% no grupo-controle. A média da velocidade de recuperação no nível proximal foi 4,06 mm/seg. nos constipados e 2,98 mm/seg nos assintomáticos, sendo a diferença entre as duas estatisticamente significativa. A média da velocidade de recuperação no grupo de constipados no nível distal do canal anal foi 3,9 mm/seg. e 2,98 mm/seg. nos normais, sendo a diferença entre as duas também significativa do ponto de vista estatístico. CONCLUSÃO: A amplitude de relaxamento, apesar de ser maior no canal anal proximal tanto em constipados, como em controles normais, não parece ter participação no mecanismo da evacuação obstruída. A maior velocidade de recuperação da pressão de repouso em nível proximal em constipados do que em controles normais pode estar associada à condição de evacuação obstruída, uma vez que o canal anal tenderá mais rapidamente ao fechamento na sua porção proximal e, portanto, a maior dificuldade de iniciar a evacuação.

    Resumo em Inglês:

    BACKGROUND: The rectoanal inhibitory reflex has an important rule in the fecal continence mechanism. Alterations in this reflex can be associated with compromised anal sphincteric function. AIM: To identify possible correlation between rectoanal inhibitory reflex parameters and intestinal constipation due to obstructive evacuation. PATIENTS: Sixty nine patients with intestinal constipation had been submitted to anorectal manometry. It was selected 29 patients (27 female, mean age of 42.3 (19-73) years) having intestinal constipation owing to obstructive evacuation. Thirteen individuals without anorectal functional complaints (eight female, mean age 52.5 (28-73) years) formed the control group. RESULTS: The mean value of resting anal pressure before rectoanal inhibitory reflex in the proximal and distal anal canals were 61.8 mm Hg and 81.7 mm Hg respectively, for the constipated patients, and 46.0 mm Hg and 64.5 mm Hg, respectively, for asymptomatic individuals. The mean pressure at the point of maximal relaxation in constipated patients was 29.0 mm Hg in the proximal anal canal, and 52.1 mm Hg in the distal anal canal, whilst in the asymptomatic group they were 17.8 mm Hg and 36.3 mm Hg, respectively. The mean percentage difference between the mean resting anal pressure and the mean point of maximal relaxation pressure in the proximal anal canal (amplitude of relaxation) was 54.1% in constipated patients and 54.3% in asymptomatic individuals. In the distal anal canal it was, respectively, 35.6% in constipated patients, and 38.5% in the control group. The average recovery velocity of relaxation in the proximal anal canal was 4.06 mm/second in constipated patients and 2.98 mm/second in asymptomatic individuals, giving a significant difference between the two groups, as well as in the distal anal canal (3.9 mm/second and 2.98 mm/second, respectively) CONCLUSION: The greater recovery velocity of the resting anal pressure in the proximal anal canal in constipated patients than in controls may be associated with obstructive evacuation.
  • Prevalência e fatores associados à constipação intestinal em mulheres na pós-menopausa Artigo Original

    Oliveira, Simone Caetano Morale de; Pinto-Neto, Aarão Mendes; Góes, Juvenal Ricardo Navarro; Conde, Délio Marques; Santos-Sá, Danielle; Costa-Paiva, Lúcia

    Resumo em Português:

    RACIONAL: A constipação intestinal é mais freqüente na população feminina, apresentando aumento da prevalência com o passar dos anos. Existem poucos estudos que estimaram sua prevalência em mulheres na pós-menopausa. OBJETIVO: Investigar a prevalência e os fatores associados à constipação intestinal em mulheres na pós-menopausa. PACIENTES E MÉTODOS: Estudo de corte transversal com mulheres na pós-menopausa e idade superior a 45 anos. Foram incluídas 100 mulheres atendidas no Ambulatório de Menopausa da Universidade Estadual de Campinas, Campinas, SP, entre março de 2003 e janeiro de 2004. Avaliou-se a prevalência de constipação intestinal, segundo os critérios de Roma II. Foram estudadas as características sociodemográficas e clínicas. A seguir, realizou-se exame físico para avaliação de distopias genitais e do tônus do esfíncter anal. A análise estatística foi realizada por meio de média, desvio-padrão, mediana, freqüências relativas e absolutas e através da razão de prevalência com intervalo de confiança de 95% e regressão logística múltipla. RESULTADOS A média etária das participantes foi de 58,9 ± 5,9 anos, com média de idade à menopausa de 47,5 ± 5,4 anos. A prevalência de constipação intestinal foi de 37%, sendo o sintoma mais freqüente o esforço ao evacuar (91,9%), seguido da sensação de evacuação incompleta (83,8%), fezes endurecidas ou fragmentadas (81,1%), menos que três evacuações por semana (62,2%), sensação de obstrução à evacuação (62,2%) e manobras digitais para facilitar a evacuação (45,9%). A análise bivariada mostrou como fatores associados à constipação o tônus do esfíncter anal diminuído e o antecedente de cirurgia perianal. Após análise de regressão múltipla, o antecedente de cirurgia perianal associou-se significativamente à constipação intestinal (razão de prevalência: 2,68; intervalo de confiança 95%: 1,18-6,11). CONCLUSÕES: A prevalência de constipação intestinal em mulheres na pós-menopausa foi alta. O antecedente de cirurgia perianal associou-se significativamente à constipação intestinal, mesmo quando se considerou a influência de outras variáveis.

    Resumo em Inglês:

    BACKGROUND: Constipation occurs more frequently in the female population and it becomes more prevalent with increasing age. There are few studies that have assessed the prevalence of constipation in postmenopausal women. AIM: To investigate the prevalence and factors associated with constipation in postmenopausal women. PATIENTS AND METHODS: A cross-sectional study of postmenopausal women aged over 45 years was conducted. It included 100 women who sought medical attention at the Menopause Outpatient Facility at the State University of Campinas (UNICAMP), Campinas, SP, Brazil, between March, 2003 and January, 2004. The prevalence of constipation was assessed according to the Rome II criteria. Sociodemographic and clinical features of these patients were studied. Physical examinations were performed to evaluate genital dystopias and anal sphincter tone. Statistical analysis was performed by using the mean, standard deviation, median, relative and absolute frequencies and by using the prevalence ratio with a 95% confidence interval and multiple logistic regression. RESULTS: The mean age of the participants was 58.9 ± 5.9 years and the mean age was 47.5 ± 5.4 years at menopause. The prevalence of constipation was 37%, the most common symptom being excessive straining when defecating (91.9%), followed by a feeling of incomplete evacuation (83.8%), hard or lumpy stools (81.1%), less than three bowel movements per week (62.2%), sensation of anorectal obstruction during defecation (62.2%) and digital maneuvers to facilitate defecation (45.9%). Bivariate analysis showed that anal sphincter tone and the history of perianal surgery were factors associated with constipation. After applying multiple regression analysis, the history of perianal surgery was significantly associated with constipation (prevalence ratio: 2.68; 95% confidence interval: 1.18-6.11). CONCLUSIONS: The prevalence of constipation in postmenopausal women was high. The history of perianal surgery was significantly associated with constipation, even when the influence of other variables were taken into consideration.
  • Proliferação celular e apoptose em câncer gástrico e metaplasia intestinal Original Article

    Forones, Nora Manoukian; Carvalho, Ana Paula Souza; Giannotti-Filho, Oswaldo; Lourenço, Laércio Gomes; Oshima, Celina Tizuko Fujiyama

    Resumo em Português:

    RACIONAL: O aumento da proliferação celular é comumente observado no câncer e a apoptose pode ser medida útil na avaliação da cinética celular do tumor. Alterações do equilíbrio entre proliferação celular e apoptose estão associadas ao câncer. OBJETIVO: Avaliar a proliferação celular e a apoptose no câncer gástrico e na metaplasia intestinal. CASUÍSTICA E MÉTODOS: Vinte e dois tecidos de adenocarcinoma gástrico e 22 biopsias de metaplasia intestinal foram estudados. Os corpos apoptóticos foram estudados em lâminas coradas pela hematoxilina-eosina e a expressão de p53, bcl-2 e Ki67 por imunoistoquímica. RESULTADOS: O número de corpos apoptóticos foi maior no câncer. O Ki67LI aumentou no câncer gástrico em relação ao tecido com metaplasia intestinal. O p53 foi positivo em 68% dos pacientes com câncer, principalmente nos tumores avançados e negativo nos indivíduos com metaplasia intestinal. O bcl-2 foi expresso em 45% dos tecidos com câncer gástrico e em 68% dos tecidos com metaplasia, no entanto, esta diferença não foi significante. Nos doentes com câncer gástrico precoce, o bcl-2 foi expresso com maior freqüência quando comparados aos com câncer em estádio avançado. CONCLUSÃO: A expressão do bcl-2 foi maior no tecido com metaplasia, sugerindo envolvimento desta proteína na evolução da carcinogênese. O p53 foi negativo nos tecidos com metaplasia intestinal e positivo em 50% dos tecidos tumorais, principalmente nos doentes com câncer estádio IV, sugerindo ser um evento tardio no câncer gástrico.

    Resumo em Inglês:

    BACKGROUND: Higher proliferation is commonly observed in cancer cells. Apoptosis can be a useful measure of a tumor cell kinetic. Alteration of the balance between proliferation and apoptosis is associated with cancer. AIM: To study proliferation and apoptosis on gastric cancer and in intestinal metaplasia. METHODOLOGY: Twenty-two samples from gastric adenocarcinomas and 22 biopsies from intestinal metaplasia were studied. The apoptotic bodies in hematoxylin-eosin slides and the expression of p53, bcl-2 and Ki67 were determined by immunohistochemistry. RESULTS: The number of the apoptotic cells was higher in cancer. Ki 67LI increased from intestinal metaplasia to gastric cancer. p53 was positive in 68% of the patients with cancer, more frequently in advanced stage and negative in samples of intestinal metaplasia. Although there was no significant difference between the groups, bcl-2 was positive in 45% of gastric cancer tissue and in 68% of metaplasia. In gastric cancer patients bcl-2 was expressed in early gastric cancer more frequently than in advanced stage. CONCLUSION: The positivity of bcl-2 was higher in metaplasia and probably is involved in the progression of carcinogenesis. p53 was negative in metaplasia and positive in more than half of the gastric cancer, mostly in stage IV, suggesting a late event in gastric cancer.
  • Correlação entre a contagem de plaquetas no sangue e o gradiente de pressão venosa hepática em pacientes cirróticos Artigo Original

    Dittrich, Sirlei; Mattos, Angelo Alves de; Cheinquer, Hugo; Araújo, Fernanda Branco de

    Resumo em Português:

    RACIONAL: A medida do gradiente de pressão venosa hepática é o método mais utilizado para a avaliação da pressão portal. Mais recentemente, a contagem de plaquetas no sangue tem sido apontada como um marcador não-invasivo da presença de hipertensão portal. OBJETIVO: Correlacionar a contagem de plaquetas com os valores do gradiente de pressão venosa hepática em uma população de pacientes cirróticos. PACIENTES E MÉTODOS: Foram estudados 83 pacientes com hepatopatia crônica que realizaram estudo hemodinâmico hepático, em período de 6 anos. Os pacientes foram divididos em grupos conforme a classificação de Child-Pugh e todos realizaram endoscopia digestiva alta para constatar a presença de varizes de esôfago, assim como tiveram a contagem sérica de plaquetas determinada. RESULTADOS: O número de plaquetas variou entre 45.000/mm³ e 389.000/mm³, com média 104.099 e desvio-padrão 58.776. O gradiente de pressão venosa apresentou média igual a 15,2 mm Hg e desvio-padrão igual a 6,4 mm Hg, variando de 1 a 29 mm Hg. Realizou-se regressão linear simples para verificar a correlação entre o gradiente de pressão venosa e o número de plaquetas, o que permitiu constatar fraca correlação entre ambos. Embora se tenha observado menor número de plaquetas, à medida que o calibre das varizes aumentava e nos pacientes com maior grau de disfunção hepatocelular - medida pela classificação de Child-Pugh - não se encontrou significância estatística. CONCLUSÃO: A despeito de não haver demonstrado correlação estatística entre o número de plaquetas com o gradiente de pressão venosa hepática e o grau de disfunção hepatocelular, pelas tendências observadas, acredita-se que ambos os fatores podem estar implicados na patogenia da plaquetopenia em pacientes cirróticos.

    Resumo em Inglês:

    BACKGROUND: Determination of hepatic venous pressure gradient is the main method used to assess portal pressure. Recently, platelet blood levels has been indicated as a non-invasive marker of the presence of portal hypertension. AIM: To correlate platelet blood levels with the hepatic venous pressure gradient among patients with cirrhosis. PATIENTS AND METHODS: A total of 83 cirrhotic patients who had undergone hepatic venous pressure gradient over the last 6 years were included. Patients were divided in groups according to Child-Pugh classification. All had upper digestive endoscopy to assess the presence of esophageal varices and platelet serum levels were recorded. RESULTS: Platelet serum levels range varied between 45,000/mm³ and 389,000/mm³ (mean: 104,099; standard deviation: 58,776). Mean hepatic venous pressure gradient was 15.2 mm Hg with a standard deviation of 6.4 mm Hg (range: 1 to 29 mm Hg). Simple linear regression analysis was applied to verify an association of hepatic venous pressure gradient and platelet serum levels, revealing a weak correlation between both variables. We observed a progressive reduction of serum platelet levels as esophageal varices diameter increased and hepatocellular function (established by Child-Pugh classification) decreased. However, these findings did not reach statistical significance. CONCLUSION: Despite the lack of a statistical significant correlation among serum platelet levels and hepatic venous pressure gradient or hepatocellular function, there was a clear tendency indicating that those variables could be involved in the pathogenesis of low platelet levels.
  • Alotransplante de ilhotas de Langerhans no fígado de ratos submetidos a manipulação tímica com células dendríticas Gastroenterologia Experimental

    Chaib, Eleazar; Papalois, Apostolos; Brons, Ingrid G. M.; Calne, Roy Y.

    Resumo em Português:

    RACIONAL: A maior indicação do transplante de pâncreas ou de ilhotas de Langerhans é o diabetes mellitus do tipo I. O processo deve suprir as necessidades de insulina, mantendo os níveis glicêmicos dentro da normalidade. OBJETIVOS: Estudou-se o alotransplante de ilhotas de Langerhans no fígado de ratos Lewis, tendo como doadores de ilhotas ratos Wistar. No grupo controle (n = 8) injetava-se, no timo, solução de Hanks e no grupo de estudo (n = 9), células dendríticas. MATERIAL E MÉTODOS: No grupo controle com o método de separação e purificação das ilhotas de Langerhans obteve-se 3637 ± 783,3 ilhotas com pureza de 85% ± 3,52%. No grupo de estudo obteve-se 3268 ± 378 ilhotas de Langerhans com pureza de 87% ± 4,47% e com o método de isolamento e purificação das células dendríticas do baço obteve-se 3,34 x 105 ± 1,16 células. RESULTADOS: No grupo controle, o transplante de 3637 ± 783,3 ilhotas de Langerhans no fígado, normalizou a glicemia que chegou a 7,21 ± 0,57 mmol/L no segundo pós-operatório (diferença significativa com relação ao pré-operatório). Do pós-operatório imediato até o 8º pós-operatório a glicemia não se elevou significativamente, porém a partir do 10º pós-operatório houve aumento significativo deste parâmetro, o que pode ser compatível com rejeição aguda do enxerto. No grupo de estudo, o transplante de 3258 ± 378 ilhotas de Langerhans no fígado, normalizou a glicemia, que chegou a 9,3 ± 2,85 mmol/L no segundo pós-operatório (diferença significativa com relação ao pré-operatório). Do 4º ao 10º pós-operatório, a glicemia elevou-se significativamente, o que pode ser compatível com quadro de rejeição aguda do enxerto e certamente precoce. CONCLUSÃO: A inoculação de células alogênicas apresentadoras de antígenos (células dendríticas) no timo de ratos imunossuprimidos e diabéticos, antes do alotransplante de ilhotas de Langerhans no fígado, ao contrário de inibir a reação do receptor contra o enxerto, prolongando a sobrevida média das ilhotas e, possivelmente, levando ao estado de tolerância imunológica, induziu ao processo de rejeição aguda precoce.

    Resumo em Inglês:

    BACKGROUND: The major indication for pancreas or islet transplantation is diabetes mellitus tipe I. This process has to suply the insulin necessity keeping glucose under control. AIM: We studied alogenic islet transplantation on the rat liver, Wistar (RT1u) to Lewis (RT1¹) as a recipient. Control group (n = 8) and dendritic cell group (n = 9) respectively with injection of Hanks solution and dendritic cells in the thymus before islet transplantation. MATERIAL AND METHODS: With the method of isolation and purification of the islets we obtained both in the control group 3637 ± 783,3 islets with purity of 85 ± 3,52% and dendritic cell group 3268 ± 378 islets with purity of 87 ± 4,47%. The dendritic cells were retrieved from the spleen and we obtained 3,34 x 105±1,16 cells. Diabetes was induced by i.v. streptozotocin. RESULTS: Control group the transplantation of 3637 ± 783,3 islets in the rat liver normalized glucose test, 7,21 ± 0,57 mmol/L in the second post-operative day. Acute rejection came in the 10 postoperative day with significantly increase of glucose test. Dendritic cell group, the transplantation of 3258 ± 378 islets in the rat liver, normalized the glucose test was 9,3 ± 2,85 mmoL/L in the second postoperative day. From the 4th postoperative day to 10th postoperative day the glucose test increase significantly showing an early acute rejection. CONCLUSION: The injection of dendritic cells in the thymus before alogenic islet transplantation in the rat liver lead to an early acute rejection.
  • Inibição da formação de abscesso abdominal em rato: mortalidade por sepse Gastroenterologia Experimental

    Rodrigues, Fernando Henrique Oliveira Carmo; Carneiro, Bruno Gustavo Muzzi Carvalho e; Rocha, Renata Figueiredo; Petroianu, Andy

    Resumo em Português:

    RACIONAL: Atribui-se aos abscessos intra-abdominais e às aderências peritoniais a função de isolar os processos sépticos e proteger o organismo da bacteremia. Por outro lado, esses fenômenos também dificultam o afluxo de fatores imunitários e antibióticos para a região infectada. OBJETIVO: Avaliar o efeito da prevenção de abscessos na sobrevida após peritonite bacteriana. MÉTODOS: Foram estudados 30 ratos Wistar machos que receberam solução de fezes a 50% intra-abdominal e que foram distribuídos em três grupos (n = 10). Grupo 1: controle (solução de fezes); grupo 2: solução de fezes mais solução salina a 0,9%; grupo 3: solução de fezes mais carboximetilcelulose a 1%, para inibir a formação de aderências. Os três grupos foram divididos em dois subgrupos (n = 5): subgrupo A: nova laparotomia, após 4 dias, para inspeção da cavidade abdominal; e subgrupo B: acompanhamento durante 30 dias para avaliação da mortalidade e da causa de morte. A análise estatística utilizou o teste exato de Fisher. RESULTADOS: O acréscimo de solução salina a 0,9% não aumentou a mortalidade do grupo. Entretanto, no grupo em que se acrescentou a solução de carboximetilcelulose, houve menor formação de abscessos, que também foram mais tênues e a mortalidade aumentou em relação ao grupo controle. CONCLUSÃO: A inibição na formação de aderências peritoniais e de abscessos acompanha-se de maior mortalidade decorrente do processo séptico intra-abdominal generalizado.
  • Pancreatite aguda experimental induzida pela L-arginina: avaliação histológica e bioquímica Gastroenterologia Experimental

    Ramos Jr., Odery; Leitão, Olival Ronald; Repka, João Carlos Domingues; Barros, Sérgio Gabriel da Silva

    Resumo em Português:

    RACIONAL: Doses excessivas de aminoácidos básicos como a L-arginina têm a capacidade de lesar o pâncreas de ratos. OBJETIVO: Descrever e avaliar as características bioquímicas e histológicas da pancreatite aguda induzida pela L-arginina em ratos durante a instalação, desenvolvimento e reparação do processo inflamatório pancreático. MATERIAL E MÉTODOS: A amostra constituiu-se de 105 ratos machos, da linhagem Wistar. Aos ratos do grupo experimento (n = 70) administrou-se injeção intraperitonial de 500 mg/100 g de peso corporal de L-arginina. No grupo controle (n = 35) foi injetada solução salina isotônica. Analisaram-se 10 animais do grupo experimento e 5 do grupo controle em cada período de 6 h, 12 h, 24 h, 48 h, 72 h, 7 dias e 14 dias. Durante os tempos determinados coletou-se sangue para exames laboratoriais e o pâncreas para análise em microscopia óptica. RESULTADOS: Doze a 24 horas após a injeção de L-arginina os níveis séricos de amilase atingiram valores máximos, comparados àqueles dos ratos controle, decrescendo gradualmente, alcançou-os na 48ªhora sendo significativamente menor após 72 horas e 7 dias. A atividade enzimática retornou a níveis basais após 14 dias. Os valores de amilase estavam normais em todos os tempos avaliados nos animais do grupo controle. Na microscopia óptica, após injeção de L-arginina, observou-se arquitetura pancreática histologicamente preservada no período de 6 horas, evidenciando-se em 24 horas importante edema intersticial. Após 48 horas, a arquitetura acinar estava parcialmente destruída com necrose celular focal, atingindo sua máxima severidade ao ultrapassar 72 horas. No 7º dia a necrose tecidual e o edema haviam diminuído, iniciando-se a regeneração da arquitetura acinar. Observou-se a reconstrução estrutural pancreática após 14 dias. No grupo controle não se encontraram alterações histológicas pancreáticas. CONCLUSÃO: A pancreatite aguda experimental induzida pela L-arginina induz a necrose pancreática, apresentando evolução auto-limitada com regeneração do pâncreas em 2 semanas.

    Resumo em Inglês:

    BACKGROUND: Excessive doses of basic amino acids such as L-arginine are able to injure the pancreas of rats. AIM: To describe and evaluate the biochemical and histological characteristics of acute pancreatitis in rats induced by L-arginine during the installation, development and repair stages of the pancreatic inflammatory process. MATERIAL AND METHODS - The study group consisted of 105 male Wistar rats. The rats in the experimental group (n = 70) received 500 mg/100 g of corporal weight L-arginine injection intraperitoneally. In the control group (n = 35), isotonic saline solution was injected. Ten rats in the experiment group and five in the control group were analyzed after 6, 12, 24, 48, and 72 hours, on the 7th and 14th days. During those times, blood samples were collected for laboratory testing and samples from the pancreas were collected for an optical microscopy analysis. RESULTS: From 12 to 24 hours after the injection of L-arginine, the amylase serum levels raised to their peak values when compared to the rats in the control group, decreasing gradually, reaching an equal level after the 48th hour and being significantly lower after 72 hours and 7 days. The enzymatic activity returned to its basal level after 14 days. The amylase values were normal in all the times evaluated in the control group. In optical microscopy, after the injection of L-arginine, a pancreatic architecture histologically preserved was observed after 6 hours, evidencing an important interstitial edema in 24 hours. After 48 hours, the acinar architecture was partially destroyed with focal cellular necrosis, reaching its maximum severity after 72 hours. On the 7th, the tissue necrosis and the edema had diminished, and the regeneration of the acinar architecture initiated. The pancreatic structural reconstruction could be observed after 14 days. Pancreatic histological changes were not found in the control group. CONCLUSION: - Experimental acute pancreatitis induced by L-arginine leads to pancreatic necrosis showing self-limited evolution with pancreas regeneration in 2 weeks.
  • Análise microbiológica de gastroscópios descontaminados em aparelho Cleantop WM-1 por uso de água eletrolítica ácida Informe Técnico

    Machado, Alexandre Paulo; Fischman, Olga; Geocze, Stephan

    Resumo em Português:

    RACIONAL: O método com utilização manual de glutaraldeído é amplamente empregado para desinfecção de endoscópios. A elevada rotina nos serviços de gastroscopia, pequena quantidade de equipamentos e a falta de conhecimento técnico sobre os processos de descontaminação contribuem para desinfecção inadequada dos endoscópios, intensificando o risco de transmissão de microrganismos. A água eletrolítica ácida tem apresentado eficácia na inativação e destruição de microrganismos e vem sendo usada na descontaminação de endoscópios. OBJETIVO: Verificar a eficiência microbicida da água eletrolítica ácida, produzida pelo aparelho Cleantop WM-1, em 20 gastroscópios contaminados após uso em pacientes. MATERIAL E MÉTODOS: Amostras coletadas do canal de biopsia dos endoscópios, após uso em pacientes (n = 20) e depois da desinfecção (n = 20), foram cultivadas em ágar tripticaseína de soja, MacConkey e Sabouraud dextrose. RESULTADOS: Dezessete das 20 amostras coletadas após o uso do aparelho em pacientes revelaram a presença de bacilos gram-negativos, cocos gram-positivos e leveduras em taxas de 10³ a 10(5) ufc/mL. Nenhuma amostra, das 20 coletadas após a descontaminação, apresentou contaminação microbiana. CONCLUSÃO: Nesse estudo preliminar, a desinfecção mecânica realizada pelo aparelho Cleantop com água eletrolítica ácida revelou resultados satisfatórios pela eliminação de microrganismos e otimização no tempo de processamento dos gastroscópios

    Resumo em Inglês:

    BACKGROUND: The manual disinfection of endoscopes with glutharaldeyde is widely employed. The great routine in gastroenteroscopy services, low number of equipment and the lack of technical knowledge about the decontamination processes are factors that stimulate the inadequate endoscope disinfection, intensifying the risk of transmission of microorganisms. The electrolysed acid water has been effective in the inactivation and destruction of microorganisms. AIM: The purpose of this investigation was to verify the microbicidal efficiency of electrolyzed acid water (Cleantop WM-1) to decontaminate gastroscopes after their using in patients. MATERIAL AND METHODS: Samples from biopsy channel of flexible endoscopes collected after patient use (n = 20) and after disinfection (n = 20) were cultivated in tryptic soy agar, MacConkey agar and Sabouraud dextrose agar. RESULTS: Seventeen of the 20 samples collected after patients examination yielded gram-negative bacilli, gram-positive coccus and yeast cells in contamination of 3 to 5 log10 ufc/mL. Microbial growth was not verified in samples collected after the decontamination process. Conclusion - In this preliminary study, the mechanical disinfection carried through the Cleantop device with electrolyzed acid water showed satisfactory results for the elimination of microorganisms and time optimization in the reprocessing of gastroscopes.
  • Mortalidade por câncer de cólon e reto nas capitais brasileiras no período 1980-1997 Epidemiologia Clínica

    Neves, Fabrícia Junqueira das; Mattos, Inês Echenique; Koifman, Rosalina Jorge

    Resumo em Português:

    RACIONAL: No Brasil, os tumores de cólon e reto estão entre as cinco localizações anatômicas mais importantes em termos de mortalidade, para ambos os sexos. A etiologia dessa neoplasia é complexa e vários fatores estão envolvidos na sua gênese, entre estes os relacionados à dieta. Este país apresenta perfis alimentares heterogêneos nas suas regiões geográficas, que poderiam estar influenciando a distribuição das taxas de mortalidade por esses tumores. OBJETIVO: Descrever o padrão de mortalidade por câncer de cólon e reto nas capitais brasileiras, no período de 1980-1997. MATERIAL E MÉTODOS: Foram utilizados os dados de mortalidade do Subsistema de Informações sobre Mortalidade do Ministério da Saúde para os anos de 1980 a 1997, para indivíduos de ambos os sexos, residentes nas capitais dos Estados brasileiros, com exceção de Palmas, Tocantins. Foram considerados como óbitos por câncer de cólon e de reto aqueles cuja causa básica havia sido codificada como 153.0 a 153.9, 154.0 e 154.1, segundo a Classificação Internacional de Doenças (CID) 9, no período 1980-95; C18.0 a C18.9, C19 e C20, segundo a CID 10, no período 1996-97. A tendência das taxas padronizadas de mortalidade por câncer de cólon e reto foi analisada com base em modelos de regressão linear. RESULTADOS: As maiores taxas padronizadas de mortalidade para câncer de cólon/reto foram observadas nas regiões sul e sudeste, variando entre 8,0 e 10,7/100.000 habitantes. Porto Alegre (11,9), São Paulo (10,8) e Rio de Janeiro (9,6) apresentaram as taxas de maior magnitude no período estudado.Na região Sul, Porto Alegre e Florianópolis apresentaram tendência crescente da mortalidade por essa neoplasia, sendo o mesmo comportamento observado para São Paulo e Vitória, na região Sudeste. Brasília e as capitais da região centro-oeste, com exceção de Goiânia, mostraram tendência de crescimento das taxas de mortalidade. Entre as capitais das regiões norte e nordeste, verificou-se tendência crescente da mortalidade em Rio Branco e Fortaleza. A análise isolada das taxas de mortalidade por tumores de cólon e de reto mostrou comportamento semelhante, com valores mais altos para câncer de cólon. CONCLUSÕES: As taxas de mortalidade padronizadas por câncer de cólon/reto apresentaram importantes diferenças regionais e entre as capitais brasileiras, observando-se taxas mais elevadas nas regiões sul e sudeste. Todas as regiões apresentaram tendência de incremento das taxas de mortalidade padronizadas por câncer de cólon/reto, no período 1980-1997.

    Resumo em Inglês:

    BACKGROUND: In Brazil, colorectal tumors are among the five more important sites of neoplasms, for both sexes, in terms of mortality. The etiology of colon and rectal cancer is complex and some of the factors involved in its genesis are related to diet. Brazilian geographic regions present heterogeneous alimentary profiles, that could be influencing the distribution of the mortality rates for these tumors. OBJECTIVE: To describe the patterns of mortality from cancers of the colon and the rectum in Brazilian State capitals in the period 1980-1997. MATERIAL AND METHODS: Mortality data for individuals of both sexes, residents in Brazilian State capitals (except Palmas, Tocantins) was obtained from the Ministry of Health Mortality System (SIM/MS). We considered as death from colon and rectum cancers those whose underlying cause of death was coded as 153.0 to 153.9, 154.0 and 154.1, according to ICD 9, in the period 1980-95; C18.0 to C18.9, C19 and C20,according to ICD 10, in the period 1996-97. The trends of the standardized mortality rates from colon and rectum cancer were analyzed through linear regression models. RESULTS: The highest standardized mortality rates for colorectal cancer were observed in the South and Southeastern regions and varied between 8,0 and 10,7/100000 inhabitants. Porto Alegre (11,9), São Paulo (10,8) and Rio de Janeiro (9,6) presented the greatest rates among the State capitals in the study period. In the South region, rates of mortality for Porto Alegre and Florianópolis presented an increasing trend in the study period and the same behavior was observed for São Paulo and Vitória in the Southeastern region. Brasilia and the other capitals of the Midwest, with the exception of Goiânia, showed a tendency of increment of the mortality rates. Among the capitals of the North and Northeast regions, an increasing trend of mortality was observed in Rio Branco and Fortaleza. The separate analysis of the mortality rates for tumors of the colon and for tumors of the rectum showed a similar pattern, with higher values being observed for colon neoplasia. DISCUSSION: Regional differences in the mortality rates for colon and rectum neoplasias have been discussed for different authors, who point to the contribution of cultural and alimentary habits, and differences of life style and socioeconomic status to this heterogeneity, besides other aspects related to access to health services and quality of hospital care and preventive services. These factors must be considered in the evaluation of the differences observed in Brazilian capitals. Although the State capitals situated in South and Southeastern regions presented higher rates than the others, mortality rates of Porto Alegre (9,8/100.000) and Rio de Janeiro (9,0/100.000), in period 1983- 85, were about three times lower than those observed in the United States, Canada and France, in 1985. The sex distribution pattern of the mortality rates in Brazilian capitals was not uniform, with higher rates in men. We observed a trend of increment of the mortality rates of colorectal cancer in all Brazilian regions, similar to that was observed in some countries of the world, although with different gradients. CONCLUSIONS: The standardized mortality rates for colon and rectum neoplasias presented important regional differences among Brazilian State capitals. The highest rates were observed in the South and Southeastern regions. A trend of increment of the standardized mortality rates for cancers of the colon and the rectum was observed in all Brazilian regions in the period 1980-1997.
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