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Avaliação microbiológica de carne de charque produzida industrialmente

Microbiological evaluation of industrially produced charqui meat

Resumos

O charque é um produto cárneo salgado e seco ao Sol obtido por desidratação da carne bovina, preservando-se, assim, por longo tempo. Apesar de passar por etapas que dificultam o crescimento de micro-organismos, pode ser contaminado durante o seu processamento. Dessa forma, objetivou-se avaliar microbiologicamente 25 amostras de charque de um frigorífico com serviço de inspeção estadual localizado no Rio Grande do Norte, Brasil. As amostras foram avaliadas quanto à contagem de estafilococos coagulase positiva, NMP de coliformes termotolerantes, Salmonella spp. e contagem de bactérias halofílicas. Avaliando a qualidade microbiológica da carne de charque, verificaram-se que cinco amostras (20%) encontravam-se em desacordo com a legislação vigente (ANVISA) para análises de estafilococos coagulase positiva, apresentando uma variação de 1,38 a 3,93 UFC/g; todas as amostras estavam em conformidade para coliformes termotolerantes. Quanto à determinação da Salmonella spp., verificou-se sua presença em sete amostras (28%), e para bactérias halofílicas, uma média de 2,25 UFC/g. Assim, as carnes de charque apresentaram micro-organismos que comprometem a qualidade do produto e podem proporcionar risco ao consumidor.

manipulação; Salmonella spp.; coliformes termotolerantes; higiene


Charqui is a salted and sun dried meat product, obtained by the dehydration of beef, thus being preserved for a long time. Despite going through steps which hamper microorganisms' growth, it can be contaminated during the processing stages. Therefore, this study was aimed at microbiologically evaluating 25 samples of charqui meat taken from a slaughterhouse in Rio Grande do Norte, Brazil. Samples were analyzed as to the counts of coagulase-positive staphylococci, the MPN of thermotolerant coliforms, the presence of Salmonella spp., and the counts of halophilic bacteria. By evaluating the microbiological quality of charqui meat, we observed that five samples (20%) were off legal standards (ANVISA) as to coagulase positive staphylococci, with counts ranging from 1.38 to 3.93 CFU/g, and all samples were within patterns for the thermotolerant coliform count. The presence of Salmonella spp. was observed in seven samples (28%), and the average count of halophilic bacteria was of 2.25 CFU/g. Thus, charqui meat presents microorganisms which compromise the quality of products and put the consumer's health at risk.

manipulation; Salmonella spp.; thermotolerant coliforms; hygiene


Charque é um produto cárneo salgado e seco ao Sol, típico do Brasil, conhecido também como carne do sertão, carne seca ou jabá (SHIMOKOMAKIet al., 2006SHIMOKOMAKI, M.; OLIVIO, R.; TERRA, N.N.; FRANCO, B.D.G.M. Atualidades em ciência e tecnologia de carnes. São Paulo: Livraria Varela, 2006. 236p.; CORREIA; BISCONTINI, 2003CORREIA, R.T.P.; BISCONTINI, T.M.B. Influência da dessalga e cozimento sobre a composição química e perfil de ácidos graxos de charque e jerkedbeef. Ciência e Tecnologia de Alimentos, v.23, n.1, p.38-42, 2003.).

Atualmente, no Brasil, o principal público consumidor se concentra nas regiões Nordeste, Centro Oeste e Sul, sendo também consumido por populações nordestinas fixadas na região Sudeste (LIRA; SHIMOKOMAKI, 1998LIRA, G.M.; SHIMOKOMAKI, M. Parâmetros da qualidade da carne de sol e dos charques. Revista Higiene Alimentar, v.12. n.58, p.33-35, 1998.).

Apesar de ser um dos produtos cárneos industrializados mais consumidos no país, sua expansão no mercado consumidor está longe de ser completamente explorada. Seu potencial ultrapassa o mercado interno, sendo um produto que não requer a utilização da cadeia do frio para a sua preservação. É, portanto, uma fonte de proteína de origem animal para qualquer região do mundo, desprovida das dificuldades de refrigeração (SHIMOKOMAKI et al., 2006SHIMOKOMAKI, M.; OLIVIO, R.; TERRA, N.N.; FRANCO, B.D.G.M. Atualidades em ciência e tecnologia de carnes. São Paulo: Livraria Varela, 2006. 236p.), constituindo a base alimentar proteica de grande parte da população do Nordeste brasileiro, sendo típica do sertão e provavelmente tendo surgido em consequência das dificuldades de conservação da carne in natura nesta região (SOUZA, 2007SOUZA, D.R.S. Aspectos industriais na produção de charque. 2007. Trabalho monográfico de conclusão do curso de Higiene e Inspeção de produtos de Origem Animal (TCC) - Universidade Castelo Branco, São Paulo, 2007.).

O uso de matéria prima de qualidade microbiológica inadequada, bem como condições insatisfatórias de higiene durante e após o processamento do charque, pode resultar em produto com elevada carga microbiana (SHIMOKOMAKIet al., 2006SHIMOKOMAKI, M.; OLIVIO, R.; TERRA, N.N.; FRANCO, B.D.G.M. Atualidades em ciência e tecnologia de carnes. São Paulo: Livraria Varela, 2006. 236p.).

Caso esses micro-organismos não sejam destruídos durante o processamento, podem multiplicar-se durante a produção, distribuição e comercialização dos alimentos, reduzindo a qualidade e aumentando o risco de provocar surtos (KUNIGK; ALMEIDA, 2001KUNIGK, L.; ALMEIDA, M.C.B. Action of peracetic acid on Escherichia coli and Staphylococcus aureus in suspension or settled on stainless steel surfaces. Brazilian Journal of Microbiology, v.32, p.38-41, 2001.). Considerando a possibilidade de desenvolvimento microbiano neste produto cárneo bastante consumido, e pela sua relevante importância nutricional e econômica, objetivou-se avaliar a qualidade microbiológica da carne de charque produzida industrialmente sob serviço de inspeção estadual.

Foram coletadas no estado do Rio Grande do Norte, entre junho de 2009 e janeiro de 2010, 25 amostras de charque, prontas para comercialização, oriundas de um frigorífico com inspeção estadual (SIE). As amostras foram encaminhadas, devidamente acondicionadas, ao Laboratório de Inspeção de Produtos de Origem Animal (LIPOA), da Universidade Federal Rural do Semiárido (UFERSA), para serem submetidas às análises microbiológicas, com período em torno de quatro horas entre o momento da coleta e o início das análises. Logo após a recepção das amostras, eram realizadas as análises de acordo com as recomendações da Instrução Normativa nº 62, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (BRASIL, 2003BRASIL. MINISTÉRIO DA AGRICULTURA. Instrução Normativa n° 62, de 26 de Agosto de 2003. Oficializa os métodos analíticos oficiais para análises microbiológicas para controle de produtos de origem animal e água. Diário Oficial da União, Brasília, p.14,. Seção 1.) para estafilococos coagulase positiva, Número Mais Provável (NMP) de coliformes termotolerantes e Salmonella spp. Para pesquisa de bactérias halofílicas, seguiu-se a metodologia descrita por VANDERZANT; SPLITTSTOESSER (1992)VANDERZANT, C.; SPLITTSTOESSER, D.F. Compendium of methods for the microbiological examination of food. American Public Health Association, 1992..

Foram pesados assepticamente 25 g de cada amostra de charque, sendo homogeneizadas em 225 mL de água peptonada 0,1% em "stomacher". A diluição obtida correspondeu a 10-1, a partir da qual foram obtidas as demais diluições decimais até 10-3. Em seguida, foram submetidas às técnicas recomendadas para realização das análises.

Nas análises de estafilococos coagulase positiva, foram transferidas de cada diluição alíquotas de 1 mL para placas de Petri devidamente esterilizadas. Posteriormente, foram adicionados 15 mL de Ágar Baird-Parker enriquecido com solução de gema de ovo, com telurito 0,1%. Logo após a secagem, as placas foram incubadas em estufas a 37°C por 48 horas para posterior contagem das colônias. Os resultados foram expressos em UFC/g.

Para quantificação de coliformes termotolerantes utilizou-se a técnica de diluições decimais em triplicata, iniciando com a prova presuntiva, a qual consiste na incubação das diluições em caldo lauril sulfato de sódio contendo tubos de fermentação invertidos, incubados por 48 horas a 36° ± 1ºC em banho-maria. Os tubos com produção de gás foram inoculados em Verde Brilhante Bile Lactose a 2%, a 36º ± 1ºC por 48 horas. A partir de cada tubo positivo, foram inoculados em tubos contendo caldo E.C. e incubados a 45°C ± 0,2ºC por 48 horas para teste confirmativo de coliformes termotolerantes, sendo os resultados expressos em NMP/g.

Na determinação da ausência ou presença de Salmonella spp., utilizou-se a diluição correspondente a 10-1incubados a 36ºC, por 20 horas, como pré-enriquecimento. Para o enriquecimento seletivo, foram utilizados os caldos tetrationato (TT), Rappaport (RR) e caldo selenito-cistina, incubados juntamente com alíquotas das amostras em tubos a 41 ± 0,5ºC em banho-maria, com circulação contínua de água por 24 horas. A partir dos caldos seletivos de enriquecimento, foram repicados em placas contendo meio sólido seletivo, sendo incubados em estufa, por 24 horas, a 36ºC. Colônias suspeitas foram submetidas a provas bioquímicas para confirmação de Salmonella spp.

Para contagem de bactérias halofílicas transferiu-se 1 mL de cada diluição para placas de Petri estéreis, utilizando-se a técnica de semeadura em profundidade, adicionando, em seguida, 15 mL de Agar Plate Count (PCA), com 2% de NaCl, com incubação a 37°C por 24 horas. Os resultados foram expressos em Unidades Formadoras de Colônia (UFC)/g.

Avaliando a qualidade microbiológica da carne de charque (n = 25), verificou-se que cinco amostras (20%) encontravam-se em desacordo com a legislação vigente, que estabelece a contagem máxima de 5 x 103 UFC/g ou seu log 10 igual a 3,69 para análises de estafilococos coagulase positiva (BRASIL, 2001BRASIL. AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. Resolução da Diretoria Colegiada da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, Regulamento Técnico sobre os Padrões Microbiológicos para Alimentos. RDC N° 12, de 2 de janeiro de 2001. Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Poder Executivo, Brasília, 2001.), apresentando uma variação de 1,38 a 3,93 UFC/g, valores expressos em log10 (Tabela 1).

Tabela 1
Valores das análises microbiológicas de amostras de carne de charque de um frigorífico no estado do Rio Grande do Norte.

ARAÚJOet al. (2006)ARAÚJO, R.S.; CALVET, R.M.L.; LACERDA, L.M.; LIMA, M.F.V.; SILVA, M.I.S.; LIMA, B.G. Microbiologia do charque produzido em fábrica sob serviço de inspeção estadual em São Luís - MA. Higiene Alimentar, v.20, n.146, p.62-65, 2006., em estudo sobre a microbiologia do charque produzido em fábrica sob serviço de inspeção estadual em São Luís (MA), não detectaram crescimento de estafilococos coagulase positiva em nenhuma das sete amostras analisadas, e confirmaram presença de coliformes termotolerantes em duas delas.

Utilizando a mesma legislação como referência, os resultados das análises para coliformes termotolerantes neste estudo encontravam-se em conformidade, não sendo observado NMP acima de 103 por grama de carne, ou seu log10 igual a 3 (BRASIL, 2001BRASIL. AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. Resolução da Diretoria Colegiada da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, Regulamento Técnico sobre os Padrões Microbiológicos para Alimentos. RDC N° 12, de 2 de janeiro de 2001. Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Poder Executivo, Brasília, 2001.). A presença dessas bactérias em alimentos com quantidades elevadas indica a possibilidade de contaminação fecal e da presença de outros micro-organismos enteropatogênicos, bem como a qualidade higiênico-sanitária do produto insatisfatória (MOURA, 2011MOURA, E.S.R. Aspectos sanitários dos abatedouros municipais do Estado do Rio Grande do Norte. 61f. Dissertação (Mestrado em Ciência Animal do Departamento de Ciência Animal) - Universidade Federal Rural do Semi-Árido, 2011.).

Os alimentos estão sujeitos à contaminação por micro-organismos, que são capazes de levar ao desenvolvimento de enfermidades, causando risco à saúde pública, seja desencadeada por micro-organismos patogênicos ou suas toxinas (CUNHA NETO et al., 2002CUNHA NETO, A.C.; SILVA, C.G.M.; STAMFORD, T.L.M. Staphylococcus enterotoxigênicos em alimentos in natura e processados no estado de Pernambuco, Brasil. Ciência e Tecnologia de Alimentos, v.22, n.3, p.263-271, 2002.). Alguns alimentos estão frequentemente envolvidos em surtos de doenças, como leite e seus derivados, ovos, carnes e derivados. Entre os agentes causais mais envolvidos estão Staphylococcus aureus, Salmonella spp. e Escherichia coli (GERMANO; GERMANO, 2008GERMANO, P.M.L; GERMANO, M.I.S. Higiene e Vigilância Sanitária dos Alimentos. 3ª ed. São Paulo: Manole, 2008. 986p.).

A carne de charque pode servir de veículo para micro-organismos e causar surtos alimentares. Isso pode ocorrer devido ao processamento ao qual este produto é submetido, requerendo considerável manipulação, o que propicia a contaminação pelo S. aureus (FORSYTHE, 2002FORSYTHE, S.J. Microbiologia da segurança alimentar. Porto Alegre: Artmed, 2002. 424p.). Além disso, o S. aureus tem a capacidade de sobreviver em meio a dificuldades, e sua enterotoxina termoestável é capaz de resistir às técnicas convencionais de processamento térmico (PINTO et al., 1998PINTO, M.F.; PONSANO, E.H.G.; FRANCO, B.D.G. M.; SHIMOKOMAKI, M. Controle de Staphylococcus aureus em charques (jerkedbeef) por culturas iniciadoras. Ciência e Tecnologia de Alimentos, v.18, n.2, p.200-204, 1998.).

Quanto à determinação da Salmonella spp., foi observada sua presença em sete amostras (28%), sendo estas impróprias ao consumo humano, de acordo com o regulamento vigente que determina ausência de Salmonella spp. em 25 g (BRASIL, 2001BRASIL. AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. Resolução da Diretoria Colegiada da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, Regulamento Técnico sobre os Padrões Microbiológicos para Alimentos. RDC N° 12, de 2 de janeiro de 2001. Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Poder Executivo, Brasília, 2001.).

A salmonelose é uma das zoonoses de maior importância no mundo, devido a perdas econômicas causadas na produção animal e por sua implicação em saúde pública (STRECK et al., 2007STRECK, A.F.; VAZ, C.S.L.; MARKS, F.S.M.; OLIVEIRA, S.D.; CARDOSO, M.R.I.; CANAL, C.W. Análise do poder discriminatório da SE-AFLP para Salmonella Enteritidis frente a outras técnicas fenotípicas e genotípicas. Acta Scientiae Veterinariae, v.35, n.1, p.73-78, 2007.). O risco de desenvolvimento desta enfermidade pelo consumo de um alimento é influenciado por diversos fatores, entre eles, a quantidade de Salmonella spp. presente, as práticas de armazenamento e a manipulação de alimentos (MÜRMANNet al., 2007MÜRMANN, L.; SANTOS, M.C.M.; CARDOSO, M. Curvas de crescimento e destruição térmica de sorovares de Salmonellasp. isolados de linguiça frescal de carne suína. Acta Scientiae Veterinariae, v.35, n.3, p.309-313, 2007.).

A presença desses micro-organismos em alimentos direcionados ao consumo humano, como o do presente estudo, é inaceitável, tendo em vista os riscos à saúde que estes causam. Isso se torna ainda mais preocupante considerando que este produto apresenta inspeção, realizada por órgãos oficiais. Segundo BEZERRAet al. (2012)BEZERRA, M.V.P.; ABRANTES, M.R.; SILVESTRE, M.K.S.; SOUSA, E.S.; ROCHA, M.O.C.; FAUSTINO, J.G.; SILVA, J.B.A. Avaliação microbiológica e físico-química de linguiça toscana no município de Mossoró, RN. Arquivo Instituto Biológico., v.79, n.2, p.297-300, 2012., produtos como este devem apresentar condições apropriadas de consumo, entretanto, a manipulação a que são submetidos propicia contaminação pela falta de aplicação das boas práticas.

Segundo AMSONet al. (2006)AMSON, G.V.; HARACEMIV, S.M.C.; MASSON, M.L. Levantamento de dados epidemiológicos relativos à ocorrências/surtos de doenças transmitidas por alimentos (DTAS) no Estado do Paraná - Brasil, no período de 1978 a 2000. Ciência e Agrotecnologia de Lavras, v.30, n.6, p.1139-1145, 2006., práticas inadequadas que ocorrem durante o processamento dos alimentos permitem contaminações, sobrevivência e multiplicação de micro-organismos patogênicos, sendo necessário melhorar os métodos de adoção e aplicação de programas de Boas Práticas de Fabricação. Dessa forma, será possível reduzir a incidência das doenças de origem alimentar.

Para as bactérias halofílicas, constatou-se em média 2,25 UFC/g (Tabela 1), com contagem variando de 1,47 a 5,24 UFC/g. Os padrões microbiológicos atuais da ANVISA não fazem referência a limites de bactérias halofílicas para a carne de charque.

Para obter o charque, a carne passa por processamentos com o objetivo de promover a diminuição da atividade de água nos tecidos, com a adição de cloreto de sódio e a etapa de secagem ao Sol, dificultando, assim, o desenvolvimento de micro-organismos patogênicos (GOMEZ, 2006GOMEZ, C.H.M.P. Jerkedbeef fermentado. Desenvolvimento de nova tecnologia de processamento. 2006. 101f. Dissertação (Mestrado em Ciência de Alimentos do Departamento de Tecnologia de Alimentos e Medicamentos) - Universidade Estadual de Londrina, 2006.).

Entretanto, o sal utilizado durante o processamento na salga pode comprometer a qualidade final do produto, uma vez que o NaCl contaminado por bactérias halofílicas pode produzir nos alimentos pigmentação vermelha, sendo importante utilizar sal de boa qualidade (VAZ et al., 2007VAZ, J.; LOPES, B.; SOUSA, J. Processamento de bacalhão salgado seco. Processamento Geral de Alimentos. Coimbra: Instituto Politécnico de Coimbra. Escola Superior Agrária, 2007.).

As amostras de charque analisadas apresentaram micro-organismos que comprometem a qualidade do produto e causam risco ao consumidor, havendo a necessidade de readequação das Boas Práticas de Fabricação durante o processamento do produto.

REFERÊNCIAS

  • AMSON, G.V.; HARACEMIV, S.M.C.; MASSON, M.L. Levantamento de dados epidemiológicos relativos à ocorrências/surtos de doenças transmitidas por alimentos (DTAS) no Estado do Paraná - Brasil, no período de 1978 a 2000. Ciência e Agrotecnologia de Lavras, v.30, n.6, p.1139-1145, 2006.
  • ARAÚJO, R.S.; CALVET, R.M.L.; LACERDA, L.M.; LIMA, M.F.V.; SILVA, M.I.S.; LIMA, B.G. Microbiologia do charque produzido em fábrica sob serviço de inspeção estadual em São Luís - MA. Higiene Alimentar, v.20, n.146, p.62-65, 2006.
  • BEZERRA, M.V.P.; ABRANTES, M.R.; SILVESTRE, M.K.S.; SOUSA, E.S.; ROCHA, M.O.C.; FAUSTINO, J.G.; SILVA, J.B.A. Avaliação microbiológica e físico-química de linguiça toscana no município de Mossoró, RN. Arquivo Instituto Biológico., v.79, n.2, p.297-300, 2012.
  • BRASIL. AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. Resolução da Diretoria Colegiada da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, Regulamento Técnico sobre os Padrões Microbiológicos para Alimentos. RDC N° 12, de 2 de janeiro de 2001. Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Poder Executivo, Brasília, 2001.
  • BRASIL. MINISTÉRIO DA AGRICULTURA. Instrução Normativa n° 62, de 26 de Agosto de 2003. Oficializa os métodos analíticos oficiais para análises microbiológicas para controle de produtos de origem animal e água. Diário Oficial da União, Brasília, p.14,. Seção 1.
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  • GOMEZ, C.H.M.P. Jerkedbeef fermentado. Desenvolvimento de nova tecnologia de processamento. 2006. 101f. Dissertação (Mestrado em Ciência de Alimentos do Departamento de Tecnologia de Alimentos e Medicamentos) - Universidade Estadual de Londrina, 2006.
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Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    Jul-Sep 2014

Histórico

  • Recebido
    10 Set 2012
  • Aceito
    30 Jul 2014
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