OBJETIVO: O rio Taquari, tributário do Lago Guaíba, constitui importante fonte econômica e ambiental para o Rio Grande do Sul, estado localizado no extremo sul do Brasil; MÉTODOS: O presente estudo avaliou a interferência do sedimento deste rio na reprodução e na sobrevivência de 320 microcrustáceos (80 organismos por local) da espécie Daphnia magna. Foram monitorados quatro locais entre o curso médio e a foz do rio, utilizando oito amostras de cada local, entre junho/06 e abril/10. Mortalidade superior a 20% sugeriu ação aguda da amostra sobre os daphniids, enquanto a baixa reprodução indicou presença de toxicidade crônica. Eventualmente foi observado efeito na sobrevivência, porém a pequena geração de indivíduos foi constante. Ensaios crônicos (21 dias) semi-estáticos foram desenvolvidos em béqueres de 50 mL utilizando sedimento e meio de cultivo M4 na relação de 1:4 (v:v). Cada béquer recebeu um microcrustáceo nascido de lotes apresentando LC50-24 horas = 0,98 mg K2Cr2O7 ± 0,04 mg totalizando dez réplicas por amostra. Os ensaios desenvolveram-se em condições controladas de iluminação (16 horas luz diárias) e temperatura (20 ºC ± 2 ºC) RESULTADOS: O Teste de Duncan mostrou variação na reprodução (p < 0.05) com presença de toxicidade crônica. Ocorreu redução na atividade reprodutiva em 91% das amostras, enquanto que para sobrevivência a redução alcançou 9%. A correlação de Spearman identificou dependência entre índice pluviométrico e reprodução em uma das amostras e esteve ausente quando o índice pluviométrico foi comparado com a sobrevivência CONCLUSÕES: O rio Taquari apresentou episódios de toxicidade sendo necessários estudos na área e fiscalização das fontes poluidoras locais como já vem sendo realizado. Bioensaios crônicos devem ser mantidos quando o objetivo for a avaliação da qualidade ambiental, já que a reprodução foi mais sensível que a sobrevivência.
bioensaios; reprodução; sobrevivência; cladóceros; sedimentos
