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Quanto sabemos da qualidade das águas subterrâneas e seu impacto na sociedade brasileira nos dias de hoje?

Resumo

As águas subterrâneas são um recurso imprescindível para a sociedade e o meio ambiente no Brasil. Mais de 557 m3/s (17.5 km3/a) são extraídos através de 2.5 milhões de poços para atender a demanda nas cidades e no campo, gerando uma economia de R$ 56 bilhões ao ano (US$ 14 bilhões/ano). O aquífero tem função impar no ciclo hidrológico, pois seu gigantesco armazenamento regula a perenidade de rios, lagos e mantém mangues, pântanos e a vegetação em épocas secas. Mais de 24% (média anual) a 49% (período de estiagem) da vazão desses corpos hídricos é mantida pela descarga de aquíferos. Embora os estudos sobre a qualidade de suas águas seja ainda restrita, sabe-se que a maior parte dos aquíferos ainda preserva sua excelente qualidade natural. Mais recentemente, tem-se visto o crescente aumento dos casos de contaminação, associadas a: (i) anomalias naturais geoquímicas (ferro, manganês, flúor e, secundariamente, cromo, bário e arsênico), devido à dissolução de minerais específicos; e (ii) atividades humanas contaminantes, relacionadas a áreas urbanas sem rede de esgoto ou com atividades industriais, armazenamento de produtos perigosos e deposição de resíduos sólidos. Dentre os compostos antrópicos comumente manipulados, os mais problemáticos correspondem aos solventes organoclorados e metais pesados e, para áreas sem rede de esgoto, o nitrato. O precário conhecimento da situação da qualidade dos aquíferos, sobretudo em cidades, demonstra a necessidade de se investir em projetos de pesquisa e mapeamento hidrogeológicos permanentes e sistemáticos, que levem à melhoria das práticas de proteção da qualidade das águas subterrâneas.

Palavras-chave:
recurso hídrico; anomalias hidrogeoquímicas; contaminação antrópica


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