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A diversidade e a biomassa de macrófitas nativas são negativamente relacionadas com a dominância de uma Poaceae invasora em riachos sub-tropicais

Juntamente com a exploração exacerbada, poluição, alteração de regime hidrológico e degradação de habitas as invasões biológicas são consideradas uma ameaça à biodiversidade dos ecossistemas aquáticos continentais. Nesse sentido, a Poaceae Urochloa arrecta é reconhecida como uma invasora bem sucedida em ambientes aquáticos brasileiros. Nós comparamos bancos de macrófitas dominados e não-dominados por esta invasora. Foram amostrados oito córregos no noroeste do Estado do Paraná (Brasil). Em cada córrego registramos a riqueza e a biomassa de macrófitas nativas em locais onde U. arrecta era dominante e em locais onde ela não dominava ou era ausente. Em sete dos oito locais onde U. arrecta dominava, não haviam macrófitas nativas. Assim, encontramos maiores riqueza de espécies nativas, índice de Shannon e biomassa nativa nos locais não dominados por U. arrecta com relação aos locais dominados. Apesar da dificuldade em se extrair conclusões sobre as causas dessas diferenças, inferimos que a elevada biomassa da invasora pode ser a principal fonte de alterações nesses ambientes, com consequentes impactos na comunidade nativa. Porém, resistência biótica oferecida por locais com maior riqueza de espécies nativas seria uma explicação alternativa para nossos resultados. Para mitigar os potenciais impactos e prevenir futuras perturbações ecológicas, propomos a remoção mecânica dessa espécie invasora e a preservação e/ou restauração da vegetação ripária, pois ambientes de água doce são de importância vital para a manutenção de serviços ambientais e biodiversidade.

capim-braquiária; macrófitas invasoras; córregos; biodiversidade


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