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Focando na variação: métodos e aplicações do conceito de diversidade beta em ecossistemas aquáticos

Ecólogos geralmente estimam médias, mas dedicam pouca atenção à variação. O estudo da variação é um aspecto chave para entender sistemas naturais e fazer predições. Em ecologia de comunidades, a maioria dos estudos foca na diversidade local de espécies (diversidade alfa), e apenas recentemente ecólogos passaram a dar atenção apropriada a variação na composição de comunidades entre sítios amostrais (diversidade beta). Isto acontece apesar do fato das primeiras tentativas de estimar diversidade beta terem sido feitas pelos trabalhos pioneiros de Koch e Whittaker na década de 1950. Houve significativo progresso na última década no desenvolvimento tanto de métodos como de hipóteses sobre a origem e manutenção da variação na composição de comunidades. Por exemplo, métodos estão disponíveis para particionar a diversidade total de uma região (diversidade gama) num componente local (alfa) e diversos componentes de diversidade beta, cada um referente a uma escala na hierarquia. A popularização da chamada abordagem de dados brutos (raw-data approach) (baseada em técnicas de ordenação parcial restrita) e abordagem baseada em distância (distance-based approach) (baseada em correlações de matrizes de dissimilaridade/distância) tem possibilitado a avaliação de hipóteses sobre os padrões de diversidade beta. De maneira geral, estas hipóteses são baseadas nas teorias de nicho e neutra, e levam em consideração o papel do ambiente e do espaço (ou combinação deles) na determinação das metacomunidades. Estudos recentes avaliaram estes temas em grande variedade de escalas espaciais e temporais, de habitats e grupos taxonômicos. Adicionalmente, histórias de vida e traços funcionais das espécies tais como habilidades de dispersão e raridade estão começando a ser consideradas nos estudos de diversidade beta. Neste artigo nós revisamos brevemente algumas destas novas ferramentas e abordagens e as ilustramos com estudos de caso em ecossistemas aquáticos.

substituição temporal; escalas hierarquicas; espécies raras; dissimilaridade; CCA


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