Resumo
Diante da intensa resistência à crítica pós-colonial dentro dos estudos brasileiros, este artigo procura organizar a discussão sobre o pensamento pós-colonial no Brasil, estruturando e situando qual seria o seu principal objeto de estudo. De acordo com o argumento desenvolvido ao longo do artigo, a experiência pós-colonial no Brasil é narrada hegemonicamente pelo intelectual nacional-ocidental (o artífice da dialética entre o local e o universal), que sempre atesta uma filiação à tradição ocidental ao mesmo tempo que afirma um desejo por demarcação da singularidade nacional, onde estaria positivada a diferença entre o país e o centro de poder ocidental. Mostro no artigo que esse modo nacional-ocidental de articular o pós-colonial reproduz profundas lógicas de colonialidade. A partir da crítica dessa razão nacional-ocidental, proponho uma outra estruturação do pós-colonial nos estudos brasileiros.
Palavras-chave
Nacional-ocidental; Pós-colonial; Pensamento social brasileiro; Colonialidade