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Facebookland: o mundo bizarro-linguístico

Resumo

O presente artigo investiga a dinâmica do romeno contemporâneo centrando-se em várias estruturas linguísticas utilizadas em sites de mídias sociais, nos quais conteúdos específicos e estratégias de interação particulares se fazem presentes. O artigo é parte de um projeto mais amplo dedicado ao estudo do empobrecimento linguístico (que afeta tanto o vocabulário quanto a estrutura gramatical da língua), e que tem nos social media apenas uma das áreas que promovem estruturas linguísticas “enfeiadas”; dentre outras valeria mencionar a comunicação de massa (tanto impressa quanto radiofônica), propaganda (externa e interna, comerciais televisivos), os fóruns de internet, o jargão corporativo etc. A estruturas sob escrutínio são em sua maioria traduções emprestadas (i.e. calques) do inglês, falsos cognatos, construções híbridas e, geralmente, esquisitices lexicais e gramaticais (por vezes mesmo na língua de origem), que, no entanto, devido ao uso frequente, entraram no vocabulário ativo de uma vasta gama de falantes, tornando-se recorrentes na conversação cotidiana. A proliferação de tais estruturas híbridas na fala comum é também resultado de sua migração, sob o princípio dos vasos comunicantes, a outras áreas de comunicação interpessoal e pública, em particular a da propaganda. Em um passo além, suas esquisitices e falta de propriedade estão começando a passar despercebidas, à medida que um número cada vez maior de falantes as tratam como formas linguísticas legítimas, o que culmina com sua inclusão em dicionários. Nossa abordagem combina ideias teóricas com soluções práticas e uma perspectiva pragma-linguística com um input corretor da tradução.

Palavras-chave:
empobrecimento linguístico; redes sociais; estruturas linguísticas; tradução; bastardização; circulação; dicionários

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