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DISCURSOS DE RESISTÊNCIA: DO PARATEXTO AO TEXTO. OU VICE-VERSA?

RESUMO:

O objetivo desta pesquisa é discutir estratégias de discursos de resistência que tomam como objeto de enfrentamento à ditadura militar vigente no Brasil no período compreendido entre as décadas 1960 e 1980, cujas sequelas se fazem sentir até hoje. Dentre esses discursos, que não cessam de emergir em diversas esferas, por meio de diferentes gêneros, o discurso literário será entendido como um dos que, mobilizando memória individual e coletiva, pela via de documentos e/ou relatos, procura desacobertar e fazer conhecer os efeitos devastadores dos anos de chumbo. Com base em fundamentação teórica oferecida pela perspectiva dialógica do discurso, as narrativas K. Relato de uma busca (KUCINSKI, 2012KUCINSKI, B. K. 2. ed. São Paulo: Expressão Popular, 2012.) e Os visitantes (KUCINSKI, 2016bKUCINSKI, B. Os visitantes. São Paulo: Companhia das Letras, 2016b.), do jornalista e escritor Bernardo Kucinski, são consideradas como sequência discursiva articulada, na medida em que a segunda retoma a primeira, instaura uma interação polêmica e possibilita a observação dos valores em tensão que organizam o todo e delineiam faces de um projeto discursivo e do sujeito que o enuncia. Para efeito deste artigo, é destacada a relação dialógica estabelecida entre textos e paratextos, uma das estratégias do discurso literário de resistência que, pela instauração de vozes, busca respostas para acontecimentos escamoteados e para formas possíveis de presentificá-los pela linguagem.

PALAVRAS-CHAVE:
Enunciados de resistência; Paratexto; Estilística discursiva; Heterodiscurso; Prosa brasileira; Bernardo Kucinski

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