RESUMO
Esse artigo tem por objetivo comparar algumas imagens de servidores imberbes nos relevos monumentais dos Impérios Aquemênida (c. 559-330 a.C.) e Neoassírio (c. 911-612 a.C.), que consideramos fontes relevantes para o estudo dos eunucos da corte e de noções culturais sobre castrati. Argumentamos que tais comparações são possíveis, uma vez que a instituição dos eunucos tem uma longa história no Antigo Oriente Próximo, o que demonstramos através de diversas analogias com a evidência assíria. Também argumentamos que a importância dos eunucos da corte foi minimizada pelos especialistas em razão de pressupostos de gênero e sexo baseados em perspectivas ocidentais e modernas, as quais consideram a instituição de eunucos incompatível com posições sociais elevadas. Tendo em vista tais considerações teóricas, esboçamos, por fim, algumas possíveis propostas analíticas para explorar as imagens de servidores imberbes na Pérsia e na Assíria.
PALAVRAS-CHAVE:
Império Aquemênida; Império Neoassírio; Eunucos; Gênero; Relevos monumentais