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Back from brink

ANÁLISES DE LIVROS

H. Chapman; Abigail Alves dos Reis

BACK FROM BRINK. EDWARD J. SYLVESTER. UM VOLUME (15 x 23 cm) COM 302 PÁGINAS. ISBN 0-97238304-2. WASHNGTON DC, 2004. DANA PRESS (THE DANA CENTER, 900 15th STREET NW, WASHINGTON, DC, USA).

Este livro descreve detalhadamente o funcionamento de duas UTIs neurológicas nos Estados Unidos, nas universidades de Johns Hopkins em Baltimore e Columbia em New York. Incluídos estão os hora-a-hora cursos e tratamentos de muitos pacientes, a ciência e tecnologia envolvidas nestes tratamentos, e as vidas dos pacientes, antes, durante e depois das suas hospitalizações. O autor também trata de muitas pesquisas neurológicas em progresso nessas instituições, as finanças dos hospitais, e a vida profissional e particular dos médicos e enfermeiras que trabalham nos "NICUS" (neurological intensive care units). As condições que os pacientes têm incluem estado de mal epiléptico, aneurismas rotos, encefalite, hematoma subdural, tumores cerebrais e outras.

O autor é brutalmente honesto; a grande maioria dos pacientes focalizados neste livro eventualmente morrem ou sobrevivem com grandes seqüelas, a despeito do tratamento mais moderno possível. O custo de ser um paciente num NICU é astronômico. Num NICU um tablete de aspirina custa 6 dólares (20 reais, no cambio de 2005). O custo é tão grande que NICUS podem ser instalados somente em hospitais onde as despesas serão satisfeitas por grandes pagamentos por empresas de seguros de saúde, doações filantrópicas generosas, subsídios do governo americano para pesquisas e, finalmente, às vezes por pagamentos feitos pelos pacientes devido aos custos que as suas apólices de seguro de saúde não pagam. Tratamento num NICU às vezes causa uma grande queda no padrão de vida de uma família que teve um membro ali tratado.

No fim deste livro, nós, os autores desta análise do livro, perguntamo-nos se os resultados destes NICUS justificam tais despesas enormes. O orçamento anual do hospital Johns Hopkins é 2 bilhões de dólares (6 bilhões de reais). Somente uma pequena minoria dos hospitais americanos tem bastante dinheiro para ter um NICU. Também, o estresse contínuo em que médicos, enfermeiras e técnicas trabalham num NICU é tão grande que hospitais muitas vezes não podem encontrar médicos, e especialmente enfermeiras, que queiram trabalhar neles.

E o Brasil deve, ou pode, ter NICUS?

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    25 Jul 2005
  • Data do Fascículo
    Jun 2005
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