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Lateralização de descargas epileptiformes em pacientes com epilepsia e lesões cerebrais destrutivas precoces

Lesões cerebrais destrutivas unilaterais ocorridas em fase precoce do desenvolvimento podem resultar em espessamento compensatório da calota craniana ipsilateral. O objetivo deste estudo foi determinar a freqüência destas alterações ósseas em pacientes com epilepsia e lesões destrutivas precoces e avaliar se há associação entre estas alterações e lateralização de descargas epileptiformes. Foram analisados EEGs interictais / ictais e espessura do crânio pela RM de 51 pacientes. Os pacientes foram divididos em três grupos de acordo com a distribuição topográfica da lesão à RM: hemisférico (H) (n=9); território arterial (AT) (n=25); fronteira arterial (Bdz) (n=17). A atividade de base no EEG foi anormal em 26 pacientes e foi mais freqüente entre os pacientes do grupo H (p=0,044). Espessamento unilateral da calota craniana foi mais freqüente entre os pacientes do grupo H (p=0,004). Cinco pacientes (9,8%) apresentaram discordância lateralizatória entre as descargas epileptiformes e lesão estrutural (quatro deles com atividade de base anormal, e apenas dois deles com espessamento da calota craniana). Em um destes pacientes, o SPECT ictal revelou forte evidência de falsa lateralização pelo EEG. Os achados sugerem que o espessamento compensatório da calota craniana é mais freqüente entre pacientes com lesões unilaterais e extensas. No entanto, a lateralização de descargas epileptiformes parece estar mais relacionada ao grau de alteração da atividade de base e extensão da lesão cerebral do que às alterações ósseas.

hemiatrofia; infarto; RM; EEG; Dyke-Davidoff-Masson syndrome


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