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Esclerose mesial temporal unilateral após insulto sistêmico como possível etiologia de epilepsia refratária do lobo temporal: relato de caso

A esclerose mesial temporal é o principal substrato anatomo-patológico envolvido na epilepsia refratária do lobo temporal e está frequentemente associada à ocorrência de convulsões febris na infância. Persiste até o momento intensa discussão se a esclerose mesial seria causa ou consequência da síndrome epiléptica. Uma criança previamente normal, desenvolveu coma hiperosmolar após intercorrência em cirurgia abdominal aos 6 anos de idade. Após 3 meses iniciaram-se crises parciais simples e complexas em frequência ascendente e refratárias a múltiplos esquemas terapêuticos em mono- e politerapia. Ele realizou investigação pré-operatória para epilepsia aos 13 anos de idade. Registros eletrencefalográficos de superfície ictais e interictais mostraram anormalidades temporais esquerdas. TC de crânio antiga, próxima ao insulto sistêmico, já sugeria atrofia do lobo temporal. RMN demonstrou esclerose mesial temporal. Testagem neuropsicológica mostrou déficit de memória verbal e este paciente apresentou o padrão passa-ipsi/falha contralateralmente no teste de amital sódico. Ele foi submetido a córtico-amígdalo-hipocampectomia e está sem crises desde então. Os achados anátomo-patológicos são de esclerose mesial. Os dados obtidos neste paciente sugerem que, ao menos neste caso, a esclerose mesial temporal está possivelmente relacionada à causa da epilepsia e não à presença de crises recorrentes.

epilepsia; esclerose mesial temporal; insulto sistêmico; convulsão febril


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