Estudos quantitativos anteriores têm demonstrado que hereditariedade, dano cerebral, aspectos psico-sociais, fenômenos ictais e interictais e drogas antiepilépticas interferem na disfunção cognitiva de pacientes epilépticos. Neste estudo os métodos objetivos incluiram memória e reconhecimento imediatos e tardio nas figuras, teste de Stroop e seleção auditiva. Vinte pacientes com epilepsia localizada sintomática entre 17 e 52 anos de idade (27±10, média ±d.p.) foram comparados a grupo controlado para idade e classe social. Os pacientes tinham concentrações terapêuticas (25±12 mg/ml) de fenobarbital e epilepsia ativa com 1,94 crises generalizadas tônico-clônicas, 0,85 parciais simples e 6,28 parciais complexas por mês (médias). Pacientes tiveram performances piores que controles em todos testes (P<0.05 a 0.001), indicando disfunção cognitiva generalizada relacionada com crises epilépticas e/ou tratamento com barbitúricos. Sugerimos que outros estudos com populações uniformes em regimes monoterapêuticos e síndromes epilépticas uniformes sejam realizados, para isolar fatores relacionados à disfunção cognitiva de pacientes epilépticos.