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Esquizofrenia e psicoses degenerativas de Kleist: patogenia e psicopatologia diferenciais

Schizophrenias and degeneration psychoses, after Kleist: Differential pathogenesis and psychopathology

Resumos

Impõe-se o diagnóstico diferencial das formas esquizofrênicas entre si e para com numerosas doenças hoje confundidas com elas. Entre estas sobre-leva considerar as psicoses endógenas benignas, de Kleist, as quais têm sido em geral diagnosticadas como esquizofrenia. Kleist distingue na esquizofrenia 25 formas autônomas, para o que se baseia em rigoroso critério ao mesmo tempo patogênico, psicopatológico, heredológico-evolutivo. Tais divisões foram confirmadas por amplas revisões catamnésticas em base genética após cinco anos de decurso, no mínimo. Tanto na fase inicial (quadro 1) quanto na presente (quadro 3) a sistemática se fundamenta na concepção de sistemas cerebrais. É a participação predominante dos diferentes sistemas, no âmbito das várias esferas psíquicas, o que imprime o colorido clínico principal aos quadros mórbidos. Êstes constituem assim (quadro 2) formas sistemáticas e assistemáticas. As psicoses endógenas benignas, descritas por Kleist (quadros 4 e 5) obedecem a dinamismos patogênicos precisos e também envolvem sistemas cerebrais distintos, que são os que lhes imprimem o característico clínico. Os fatôres fundamentais são as tendências genéticas, não manifestas como nas psicoses endógenas constitucionais, mas latentes. Por isso Kleist as cognominava de início degenerativas, atípicas, e marginais às endógenas comuns; acreditamos poder chamá-las diatéticas, como designação geral, uma vez que o conceito de diátese corresponde a tendências genéticas latentes. Algumas formas têm decurso cíclico ou por fases; outras ocorrem como surtos esporádicos ou episódicos. No quadro 6 procuramos distribuir as formas diatéticas e as formas esquizofrênicas segundo as esferas e os sistemas cerebrais envolvidos em comum. Cremos que é o dinamismo patogênico, em ambos os casos, o que leva à confusão diagnóstica, quando o psiquiatra não o toma em devida conta.


It is most relevant to make the differential diagnosis in the several forms of schizophrenia with one another and especially against a number of psychoses. Among the latter ones are Kleist's benign endogenous psychoses, almost always labeled schizophrenias. On the basis of a close criterion at a time pathogenic, pathopsychologic and heredobiologic-evolutional, Kleist describes 25 forms of schizophrenia. These have been ascertained by large and meticulous follow-up, human genetic-minded, after at least 5 years of course. Such set of patterns, initially as well as in the revised form (Tables 1 and 3), is based on the conception of brain systems. It is the specifical working of these systems, within any psychic sphere, that stamps on the clinical variety its distinctive traits. Thus, as shown on Table 2, the schizophrenias may be either systematic or unsystematic in type. The endogenous benign psychoses described by Kleist (Tables 4 and 5) also recognize precise pathogenic dynamisms regarding cerebral systems, which explain the clinical patterns. Their underlying causes are genetic trends, not overt as in the constitutional psychoses, but in latency. This is why Kleist called them degeneration psychoses, atypical endogenous or marginal regards the common ones. Since the term diathesis refers to such latent traits, we assume they may also be called diathetic endogenous psychoses. Some clinical forms follow a cyclic course, other ones occur as isolated attacks. Table 6 shows side by side the diathetic and the schizophrenic forms, according to the spheres and psychic systems envolved. We feel that it is the pathogenic dynamism in both instances what misleads the diagnosis when the psychiatrist does not bear it in mind.


Aníbal Silveira

Docente Livre de Psiquiatria da Fac. Med. da Univ. de São Paulo; Professor de Psicopatologia da Fac. Filosofia, Ciências e Letras da Univ. de São Paulo

RESUMO

Impõe-se o diagnóstico diferencial das formas esquizofrênicas entre si e para com numerosas doenças hoje confundidas com elas. Entre estas sobre-leva considerar as psicoses endógenas benignas, de Kleist, as quais têm sido em geral diagnosticadas como esquizofrenia.

Kleist distingue na esquizofrenia 25 formas autônomas, para o que se baseia em rigoroso critério ao mesmo tempo patogênico, psicopatológico, heredológico-evolutivo. Tais divisões foram confirmadas por amplas revisões catamnésticas em base genética após cinco anos de decurso, no mínimo. Tanto na fase inicial (quadro 1) quanto na presente (quadro 3) a sistemática se fundamenta na concepção de sistemas cerebrais. É a participação predominante dos diferentes sistemas, no âmbito das várias esferas psíquicas, o que imprime o colorido clínico principal aos quadros mórbidos. Êstes constituem assim (quadro 2) formas sistemáticas e assistemáticas.

As psicoses endógenas benignas, descritas por Kleist (quadros 4 e 5) obedecem a dinamismos patogênicos precisos e também envolvem sistemas cerebrais distintos, que são os que lhes imprimem o característico clínico. Os fatôres fundamentais são as tendências genéticas, não manifestas como nas psicoses endógenas constitucionais, mas latentes. Por isso Kleist as cognominava de início degenerativas, atípicas, e marginais às endógenas comuns; acreditamos poder chamá-las diatéticas, como designação geral, uma vez que o conceito de diátese corresponde a tendências genéticas latentes. Algumas formas têm decurso cíclico ou por fases; outras ocorrem como surtos esporádicos ou episódicos. No quadro 6 procuramos distribuir as formas diatéticas e as formas esquizofrênicas segundo as esferas e os sistemas cerebrais envolvidos em comum. Cremos que é o dinamismo patogênico, em ambos os casos, o que leva à confusão diagnóstica, quando o psiquiatra não o toma em devida conta.

SUMMARY

It is most relevant to make the differential diagnosis in the several forms of schizophrenia with one another and especially against a number of psychoses. Among the latter ones are Kleist's benign endogenous psychoses, almost always labeled schizophrenias.

On the basis of a close criterion at a time pathogenic, pathopsychologic and heredobiologic-evolutional, Kleist describes 25 forms of schizophrenia. These have been ascertained by large and meticulous follow-up, human genetic-minded, after at least 5 years of course. Such set of patterns, initially as well as in the revised form (Tables 1 and 3), is based on the conception of brain systems. It is the specifical working of these systems, within any psychic sphere, that stamps on the clinical variety its distinctive traits. Thus, as shown on Table 2, the schizophrenias may be either systematic or unsystematic in type.

The endogenous benign psychoses described by Kleist (Tables 4 and 5) also recognize precise pathogenic dynamisms regarding cerebral systems, which explain the clinical patterns. Their underlying causes are genetic trends, not overt as in the constitutional psychoses, but in latency. This is why Kleist called them degeneration psychoses, atypical endogenous or marginal regards the common ones. Since the term diathesis refers to such latent traits, we assume they may also be called diathetic endogenous psychoses. Some clinical forms follow a cyclic course, other ones occur as isolated attacks. Table 6 shows side by side the diathetic and the schizophrenic forms, according to the spheres and psychic systems envolved. We feel that it is the pathogenic dynamism in both instances what misleads the diagnosis when the psychiatrist does not bear it in mind.

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Trabalho inscrito no I Congresso Peruano de Neuro-Psiquiatria (Lima, novembro de 1958).

Rua Marconi, 53, 8° andar - São Paulo, Brasil.

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    Schizophrenias and degeneration psychoses, after Kleist. Differential pathogenesis and psychopathology
  • Datas de Publicação

    • Publicação nesta coleção
      11 Dez 2013
    • Data do Fascículo
      Jun 1959
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