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Achados eletrencefalográficos em pacientes com toxoplasmose

Electroencephalographic findings in patients with toxoplasmosis

Foram estudados os exames eletrencefalográficos de 34 pacientes com toxoplasmose, comparando-os com os eletrencefalogramas obtidos em grupo contrôle constituido por 50 indivíduos sem coriorretinite, sem síndrome convulsiva e sem sintomatologia neurológica. Para diferençar traçados eletrencefalográficos normais de traçados alterados foram considerados: a) a presença, ou não, de atividade paroxística focal; b) a freqüência geral da atividade elétrica; c) as assimetrias de ritmo; d) o caráter e grau de resposta à ativação pela hiperpnéia. Alterações eletrencefalográficas foram observadas em 30 (88,2%) pacientes do grupo com toxoplasmose e em 27 (54%) indivíduos do grupo contrôle. Atividade paroxística focal representada por ondas "sharp" foi registrada em 18 (53%) pacientes do grupo patológico: em 7 a alteração foi encontrada no traçado de repouso e confirmada no traçado ativado pela hiperpnéia; em 10 a alteração só foi registrada durante o traçado ativado; em 1, só foi observada durante o traçado de repouso, não tendo sido o paciente submetido à ativação pela hiperpnéia. No grupo contrôle, a atividade paroxística focal foi observada em 8 (16%) indivíduos, sendo que em um a alteração foi registrada durante o traçado de repouso e durante o sono. Ritmos rápidos de mais de 13 c/seg. foram registrados em 5 (15%) pacientes do grupo patológico; no grupo contrôle não foram encontrados ritmos rápidos. Assimetria da atividade elétrica cerebral apareceu em 7 (21,2%) pacientes do grupo patológico e em 3 (6%) do grupo contrôle. Desorganização do ritmo foi encontrada em 15 (46,9%) pacientes do grupo patológico e em 11 (22%) do grupo contrôle, sempre mediante ativação pela hiperpnéia. A desorganização do ritmo, quando encontrada, revelou-se, em média, mais duradoura no grupo patológico que no grupo contrôle. Irregularidade do ritmo foi observada em 12 (37,5%) pacientes do grupo patológico, sendo que em dois foi registrada tanto no traçado de repouso como no ativado pela hiperpnéia e, em 10, só no traçado ativado pela hiperpneia. No grupo controle, a desorganização foi encontrada em 12 (24%) indivíduos, sempre após ativação pela hiperpnéia. Discreta irregularidade só foi encontrada em 3 (6%) dos indivíduos controles, sempre no traçado ativado pela hiperpnéia.


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