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Tratamento da migrânea: as portas para o futuro estão abertas, mas com cuidado e parcimônia

RESUMO

A migrânea é incapacitante. Os tratamentos atuais apresentam resultados abaixo do desejado. O conhecimento atual indica alvos nos quais o bloqueio pode melhorar a eficácia do tratamento. Isso é mais claro com o peptídeo relacionado ao gene da calcitonina (CGRP) e anticorpos monoclonais contra este peptídeo ou seu receptor interferem com a fisiopatologia migranosa e reduzem a frequência da cefaleia. Erenumab, fremanezumab e galcanezumab já foram aprovados. Eptinezumab o será em breve. Embora a eficácia não tenho sido espetacular, a boa tolerabilidade e melhor adesão foram notáveis. No entanto, cautela deve ser empregada. Os estudos se limitaram a observar os pacientes por até três anos e com três doses mensais seguidas. Existe CGRP em todo o organismo e a migrânea é uma doença crônica, não raro requerendo tratamento por décadas. Não se sabe se a tolerabilidade favorável manter-se-á por anos ou em grávidas e adolescentes. Também houve mortes durante os estudos, mesmo sem ligação comprovada. Novos tratamentos são bem-vindos, mas cautela é necessária neste momento.

Palavras-chave:
Enxaqueca; terapêutica; novos tratamentos; anticorpos monoclonais

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