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O eletrencefalograma nos tumores metastáticos do encéfalo

São apresentados 60 casos de tumores metastáticos intracranianos, diagnosticados clinicamente ou pela neurocirurgia (28 casos operados, 26 com exames radiológicos contrastados e 6 com diagnóstico clínico). Os exames eletrencefalográficos tinham sido feitos previamente e na mesma época do diagnóstico e da intervenção. Os resultados do EEG, interpretados previamente ao conhecimento do diagnóstico clínico, são apresentados em 5 quadros, nos quais os casos são catalogados segundo a topografia da metástase. Os dados fornecidos pelo EEG são analisados e a possibilidade do diagnóstico topográfico é discutida. Os resultados são concordantes com os da literatura. Os AA. concluem: 1) nos pacientes com suspeita de metástase cerebral o EEG normal permite, com grande probabilidade, excluir essa possibilidade; 2) nos pacientes com tumores malignos os sinais eletrencefalagráficos indicando sofrimento do parênquima nervoso são os mais importantes para um diagnóstico afirmativo de metástase cerebral; 3) nos casos de metástases desenvolvendo-se na fossa posterior o EEG se mostra normal ou, então, revela sinais indicativos de processo nessa região; 4) os sinais eletrencefalográficos de processo irritativo no córtex cerebral foram pouco frequentes e, na maioria dos casos, apareceram nas áreas temporais ou parietais; 5) os sinais de envolvimento das estruturas mesodiencefálicas em tumores dos hemisférios cerebrais aparecem nos casos de localização na parte mediana do hemisfério cerebral (lobos temporais ou parietais); 6) os sinais de depressão da ativodade elétrica cerebral de base nas áreas afetadas aparecem raramente em casos de tumores parietais ou occipitais; 7) a atividade elétrica cerebral em outras áreas do hemisfério envolvido pelo tumor e nas do hemisfério oposto se apresentou normal na maioria dos casos. Considerando os resultados da literatura e os seus próprios os AA. pensam que o EEG é um método semiológico que deva ser usado em todos os casos de pacientes com tumores malignos e candidatos a um terapêutica cirúrgica. A evidenciação de uma metástase cerebral, por este método semiológico, evitará que o paciente seja submetido a intervenção cirúrgica penosa e inútil.


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