Acessibilidade / Reportar erro
Arquivos de Neuro-Psiquiatria, Volume: 78, Número: 7, Publicado: 2020
  • A Neurologia brasileira é contra o racismo Editorial

    TEIVE, Hélio Afonso Ghizoni; CARAMELLI, Paulo
  • Preditores de transformação hemorrágica após acidente vascular cerebral isquêmico agudo a partir da opinião de especialistas Article

    ANDRADE, João Brainer Clares de; MOHR, Jay Preston; LIMA, Fabricio Oliveira; BARROS, Levi Coelho Maia; NEPOMUCENO, Camila Rodrigues; PORTELA, Leonardo Barreira; SILVA, Gisele Sampaio

    Resumo em Português:

    RESUMO Introdução: A transformação hemorrágica (TH) é uma complicação comum após a isquemia cerebral e pode estar associada a desfechos desfavoráveis. Alguns fatores de risco para TH têm sido identificados, mas ainda há controvérsias. Objetivo: Descrever os fatores de risco para TH mais frequentemente reportados por um painel de especialistas consultados para esse projeto. Métodos: Enviamos um questionário padronizado por e-mail para 45 especialistas em Neurologia Vascular no período de 2014 a 2018. Vinte dos 45 especialistas responderam ao convite. Preditores citados por três ou mais especialistas foram incluídos em uma tabela e classificados pela frequência em que foram reportados. Uma revisão de literatura foi realizada em busca de escores preditivos de TH publicados anteriormente, comparando-os com as respostas recebidas. Resultados: Os 20 especialistas citaram 23 diferentes fatores de risco para TH. Os fatores mais frequentemente citados foram, pela ordem, volume da isquemia, uso prévio de medicação antitrombótica, gravidade neurológica, idade, hiperglicemia na apresentação, hipertensão na admissão e cardioembolismo. A maioria das variáveis também foi incluída em escores preditivos de TH já publicados, mas sem a mesma frequência e com divergências entre os especialistas consultados. Conclusão: Embora muitos estudos tenham avaliado a TH em pacientes com isquemia cerebral, os fatores de risco já publicados não foram uniformes na concordância com aqueles reportados pelos neurologistas vasculares consultados. Esses achados podem ser úteis para elaborar um escore que possa ser testado para aperfeiçoar a predição de transformação hemorrágica.

    Resumo em Inglês:

    ABSTRACT Background: Hemorrhagic transformation (HT) is a common complication after ischemic stroke. It may be associated to poor outcomes. Some predictors of HT have been previously identified, but there remain controversies. Objective: To describe the risk factors for HT more frequently reported by a panel of experts surveyed for this project. Methods: We sent a standard questionnaire by e-mail to specialists in Vascular Neurology from 2014 to 2018. Forty-five specialists were contacted and 20 of them responded to the invitation. Predictors cited by three or more specialists were included in a table and ranked by the frequency in which they appeared. A review of the literature looking for published predictive scores of HT was performed, comparing to the answers received. Results: The 20 responding specialists cited 23 different risk factors for HT. The most frequent factors in the order of citation were the volume of ischemia, previous use of antithrombotic medication, neurological severity, age, hyperglycemia at presentation, hypertension on admission, and cardioembolism. Most variables were also found in previously published predictive scores, but they were reported by the authors with divergences of frequency. Conclusion: Although many studies have evaluated HT in patients with acute ischemic stroke, the published risk factors were neither uniform nor in agreement with those cited by the stroke specialists. These findings may be helpful to build a score that can be tested with the goal of improving the prediction of HT.
  • Uma nova abordagem via biofeedback para o controle do bruxismo de vigília e de enxaqueca crônica: utilização de um dispositivo interoclusal posterior em vigília Article

    HAGGIAG, Alain; SPECIALI, José Geraldo

    Resumo em Português:

    RESUMO Introdução: A relação de comorbidade bidirecional entre enxaqueca crônica e dor no segmento cefálico nos levou a avaliar a melhora na redução da dor em pacientes diagnosticados com cefaleia crônica de enxaqueca e bruxismo de vigília, quando submetidos a tratamento com dispositivo interoclusal posterior parcial projetado para o manejo e o controle do bruxismo acordado através de biorretroalimentação (biofeedback). Métodos: Setenta e quatro pacientes foram avaliados durante os seguintes períodos: pré-tratamento, sete, trinta, noventa e cento e oitenta dias, e um ano. A avaliação foi realizada por meio da avaliação da dor no período pré-tratamento e redução da dor após o tratamento do bruxismo de vigília, através de avaliação clínica e escalas numéricas de dor. Resultados: A maioria dos pacientes que se queixou de dor de cabeça com enxaqueca, dor miofascial mastigatória, articulação temporomandibular e dor no pescoço sofreu uma redução significativa na dor geral, incluindo dores de cabeça, entre t0 e t30 (p<0,0001). Após 30 dias de uso do dispositivo, observou-se que a melhora permaneceu no mesmo nível, sem recorrência da dor até t90. Em t180 e t360, observou-se que, mesmo com a retirada do dispositivo (em t90), a melhoria permaneceu no mesmo nível. Conclusão: A utilização de um dispositivo interoclusal posterior projetado para o controle do bruxismo de vigília através de biofeedback parece contribuir para a redução da dor (incluindo enxaqueca) na maioria dos pacientes, e, mesmo com a retirada do dispositivo (t90), a melhora manteve-se no mesmo nível, sugerindo que os pacientes conseguiram controlar o seu bruxismo de vigília e a dor associada a esse hábito.

    Resumo em Inglês:

    ABSTRACT Background: The relationship of bidirectional comorbidity between chronic migraine and pain in the cephalic segment led us to evaluate the improvement in reducing the pain in patients diagnosed with chronic migraine headache and awake bruxism, when undergoing treatment with a partial posterior interocclusal device designed for the management and control of awake bruxism through biofeedback. Methods: Seventy-four patients were evaluated during the following periods: pretreatment, seven, thirty, ninety, one hundred and eighty days, and one year. The evaluation was carried out by measuring the pain in the pretreatment period and pain reduction after awake bruxism treatment, using clinical evaluation and numerical scales for pain. Results: Most of the patients who complained of headache migraine pain, masticatory myofascial pain, temporomandibular joint and neck pain experienced a significant reduction in overall pain, including headaches, between t0 and t30 (p<0.0001). After 30 days of using the device, it was observed that the improvement remained at the same level without any recurrence of pain up to t90. At t180 and t360, it was observed that even with the device withdrawal (at t90) the improvement remained at the same level. Conclusion: The utilization of a posterior interocclusal device designed for the management and control of awake bruxism through biofeedback seems to contribute to the reduction of pain (including migraine headache) in the majority of patients, and, even with the device withdrawal (at t90), the improvement remained at the same level, suggesting the patients succeeded in controlling their awake bruxism and consequently the pains.
  • Características clínicas de crianças com síndrome do zika congênita: uma série de casos Article

    MASSETTI, Thais; HERRERO, Dafne; ALENCAR, Julliana; SILVA, Talita; MORIYAMA, Cristina; GEHRKE, Flavia; TONKS, James; FONSECA, Fernando; WATSON, Suzanna; MONTEIRO, Carlos; VOOS, Mariana

    Resumo em Português:

    RESUMO Introdução: A síndrome congênita do zika envolve alterações estruturais do cérebro, incluindo ventriculomegalia, córtices finos do cérebro, padrão giral anormal, malformações corticais, hipoplasia do corpo caloso, atraso de mielinização, calcificações difusas subcorticais, hipoplasia do tronco cerebral e microcefalia em recém-nascidos. Objetivo: Este estudo teve como objetivo descrever as características clínicas de crianças com síndrome congênita do zika; comparar os resultados de bebês infectados no primeiro (1T, n=20) e no segundo trimestres da gravidez (2T, n=11); investigar correlações entre peso ao nascer, perímetro cefálico ao nascer e acompanhamento, idade gestacional ao nascer e escores motores brutos. Método: Os participantes foram avaliados com a Escala Motora Infantil de Alberta (Alberta Infant Motor Scale - AIMS) e a parte A da Medida da Função Motora Grossa (Gross Motor Function Measure - GMFM-A). A ANOVA comparou a circunferência da cabeça, a idade gestacional ao nascer, o peso ao nascer e o desempenho motor bruto de 1T e 2T. As correlações foram investigadas pelos coeficientes de correlação de Pearson. A ANOVA mostrou diferenças no perímetro cefálico ao nascimento e acompanhamento. A circunferência da cabeça foi menor no 1T, em comparação ao 2T. Resultados: O desempenho motor foi classificado como abaixo do quinto percentil na AIMS para todas as crianças e o 1T apresentou escores mais baixos na posição de bruços, sentado e no escore total da AIMS, em comparação ao 2T. As crianças variaram de 8 a 78% no GMFM-A e houve um desempenho motor pior de 1T. Dezenove crianças apresentaram hipertonia, seis apresentaram tônus normal e seis apresentaram hipotonia. A circunferência da cabeça no nascimento foi correlacionada com o controle postural em posição de bruços à AIMS. Discussão: O perímetro cefálico de acompanhamento foi correlacionado aos escores AIMS em posição de bruços, em supino e no escore total. Menor perímetro cefálico ao nascimento e acompanhamento indicaram pior controle postural. Crianças com síndrome congênita do zika apresentaram microcefalia ao nascimento e acompanhamento. Circunferências da cabeça menores e piores resultados motores foram observados no 1T. Os bebês apresentaram maus resultados visuais e motores. Foram encontradas correlações moderadas positivas entre o nascimento e a circunferência da cabeça de acompanhamento, e a função motora grossa.

    Resumo em Inglês:

    ABSTRACT Background: The congenital Zika syndrome involves structural brain changes, including ventriculomegaly, thin cerebral cortices, abnormal gyral pattern, cortical malformations, hypoplasia of the corpus callosum, myelination delay, subcortical diffuse calcifications, brainstem hypoplasia, and microcephaly in newborns. Objective: This study aimed to describe the clinical characteristics of children with congenital Zika syndrome; to compare the outcomes of infants infected in the first (1T, n=20) and second trimesters of pregnancy (2T, n=11); to investigate correlations between birth weight, birth and follow-up head circumference, birth gestational age, and gross motor scores. Methods: Participants were evaluated with Alberta Infant Motor Scale (AIMS) and part A of the Gross Motor Function Measure (GMFM-A). ANOVA compared head circumference, birth gestational age, birth weight, and gross motor performance of 1T and 2T. Results: The correlations were investigated by Pearson correlation coefficients. ANOVA showed differences in birth and follow-up head circumferences. Head circumference was smaller in 1T, compared to 2T. Motor performance was classified as below the fifth percentile in AIMS in all children and 1T showed lower scores in prone, sitting, and total AIMS score, compared to 2T. Children ranged from 8 to 78% on GMFM-A and there was a poorer motor performance of 1T. Nineteen children showed hypertonia, six showed normal tone and six showed hypotonia. Birth head circumference was correlated with AIMS prone postural control. Follow-up head circumference was correlated to prone, supine and total AIMS scores. Smaller head circumference at birth and follow-up denoted poorer postural control. Discussion: Children with congenital Zika syndrome showed microcephaly at birth and follow-up. Smaller head circumferences and poorer motor outcomes were observed in 1T. Infants showed poor visual and motor outcomes. Moderate positive correlations between birth and follow-up head circumference and gross motor function were found.
  • Hipertensão arterial sistêmica e cognição em adultos: efeitos no funcionamento executivo Article

    MORAES, Natália Cristina; MUELA, Henrique Cotchi Simbo; MEMÓRIA, Claudia Maia; COSTA-HONG, Valéria Aparecida da; MACHADO, Michel Ferreira; CECHINHI, Mario Amore; NITRINI, Ricardo; BORTOLOTTO, Luiz Aparecido; YASSUDA, Monica Sanches

    Resumo em Português:

    RESUMO Introdução: As alterações do sistema nervoso central associadas à hipertensão arterial sistêmica (HAS) são progressivas e podem ocasionar efeitos negativos no desempenho cognitivo. O objetivo deste estudo foi investigar a relação entre a HAS e os componentes das funções executivas (FE), controle inibitório (CI), atualização e alternância, comparando um grupo controle (sem HAS) a pacientes com HAS, em dois níveis de gravidade. Métodos: O protocolo incluiu os seguintes testes para avaliar os componentes das FE: T.O.V.A. Test (CI), Dígitos Ordem Indireta da Escala de Inteligência Wechsler para Adultos (Wechsler Adults Intelligence Scale - WAIS-III), Fluência Verbal fonêmica e semântica (atualização) e Teste de Trilhas parte B (alternância). Resultados: Foram incluídos 204 participantes, sendo 56 do Grupo Controle (GC), 87 HAS estágio 1 (HAS 1) e 61 de HAS estágio 2 (HAS 2). Os grupos não foram diferentes em relação à idade (52,37±12,29) e escolaridade (10,98±4,06). Em relação à pressão arterial (PA) controlada, tempo de tratamento da HAS e número de medicações, o grupo HAS 2 apresentou pior controle de PA, mais tempo de tratamento da HAS e uso de maior número de medicações quando comparado ao grupo HAS 1. Os achados revelaram que os pacientes com HAS em estágio mais grave apresentaram pior desempenho nos testes de alternância (Teste de Trilhas parte B) e atualização (Dígitos Ordem Indireta, FV fonêmica e semântica). Conclusão: Esses resultados sugerem que pacientes com a HAS possuem prejuízo significativo em FE, especificamente em alternância e atualização, e que esse prejuízo pode ser diretamente proporcional à gravidade da HAS. Sugere-se que, em estudos futuros, incluam-se exames de neuroimagem com o objetivo de excluir possíveis doenças cerebrovasculares.

    Resumo em Inglês:

    ABSTRACT Background: Central nervous system changes associated to systemic arterial hypertension (SAH) are progressive and may cause negative effects on cognitive performance. The objective of this study was to investigate the relation between SAH and the components of executive functions (EF), inhibitory control (IC), updating and shifting, comparing a control group (without SAH) to patients with SAH, in two levels of severity. Methods: The protocol included the following tests to evaluate EF components: T.O.V.A. Test (IC), Backward Digit Span from Wechsler Adults Intelligence Scale (WAIS-III), Phonemic and Semantic Verbal Fluency (updating), and Trail Making Test Part B (shifting). Results: A total of 204 participants was included: 56 from the Control Group (CG), 87 SAH stage 1, and 61 SAH stage 2. The groups were not different for age (52.37±12.29) and education (10.98±4.06). As to controlled blood pressure (BP), duration of hypertension treatment and number of drugs, the SAH 2 group had a worse BP control, longer duration of hypertension treatment and use of more drugs when compared to the SAH 1. The findings revealed that patients with more severe hypertension presented worse performance in updating (Backward Digit Span, phonemic and semantics VF) and shifting (Trail Making Test Part B). Conclusion: The results suggest that patients with SAH have a significant impairment in EF, more specifically in updating and shifting. Besides that, such damage may be directly proportional to the severity of SAH. It is suggested that future studies include neuroimaging exams to exclude possible cerebrovascular diseases.
  • Validade e confiabilidade da Escala de Equilíbrio de Berg de 12 itens em uma população italiana com doença de Parkinson: um estudo transversal Articles

    BERARDI, Anna; GALEOTO, Giovanni; VALENTE, Donatella; CONTE, Antonella; FABBRINI, Giovanni; TOFANI, Marco

    Resumo em Português:

    RESUMO Introdução: A Escala de Equilíbrio de Berg é amplamente usada para medir a capacidade de equilíbrio na prática clínica. Recentemente, a versão original foi redefinida de 14 para 12 itens. Suas propriedades psicométricas foram investigadas para diferentes populações. No entanto, para a doença de Parkinson, a nova versão ainda não foi validada. Objetivo: O objetivo do presente estudo foi avaliar as propriedades psicométricas da Escala de Equilíbrio de Berg de 12 itens (Berg Balance Scale - BBS-12) em uma população com doença de Parkinson. Métodos: A consistência interna foi avaliada pelo coeficiente alfa de Cronbach, ao passo que a confiabilidade foi avaliada pelo coeficiente de correlação intraclasse. Para análise de validade, foi avaliado o coeficiente de correlação de Pearson da BBS-12 com a escala de Tinetti e a escala de atividade física para idosos. Resultados: A BBS-12 foi administrada a 50 indivíduos com idade média de 65,6 anos (DP 11,8). A consistência interna mostrou um valor bom (alfa de Cronbach 0.886) e a reprodutibilidade revelou desempenhos muito altos para a confiabilidade inter e intra-avaliadores (ICC 0.987 e 0.986, respectivamente). O estudo de validade demonstrou boa correlação linear com a Escala de Tinetti (p<0,01) e com as Subescalas de Esporte e Doméstica da Escala de Atividade Física para Idosos (p<0,01). Conclusões: Os resultados encontrados revelaram a BBS-12 como uma ferramenta de avaliação válida e confiável para medir a capacidade de equilíbrio na doença de Parkinson. Os profissionais de saúde italianos agora podem usá-la com mais confiança.

    Resumo em Inglês:

    ABSTRACT Background: The Berg Balance Scale is widely used to measure balance ability in clinical practice. Recently, the original version was redefined from 14 into 12 items. Its psychometric properties were investigated for different populations. However, for Parkinson disease the new version has not been validated yet. Objective: The purpose of the present study was to evaluate psychometric properties of the 12-item Berg Balance Scale (BBS-12) in a population with Parkinson disease. Methods: Internal consistency was evaluated with Cronbach’s alpha coefficient, whereas reliability was assessed with the intraclass correlation coefficient. For validity analysis, the Pearson correlation coefficient of the BBS-12 was evaluated with the Tinetti Scale and the Physical Activity Scale for the Elderly. Results: The BBS-12 was applied to 50 individuals with a mean age of 65.6 years (SD 11.8). The internal consistency showed a good value (Cronbach's alpha 0.886) and reproducibility reveled very high performances for both inter-rater and intra-rater reliabilities (ICC 0.987 and 0.986, respectively). The validity study demonstrated good linear correlation with the Tinetti Scale (p<0.01) and with the Sport and Home Subscales of the Physical Activity Scale for the Elderly (p<0.01). Conclusions: The present findings revealed the BBS-12 as a reliable and valid assessment tool to measure balance ability in Parkinson disease. Italian health professionals can now use it with more confidence.
  • Avaliação dos níveis de enzima ubiquitina C-terminal hidrolase-L1 em pacientes com epilepsia Article

    YASAK, Ibrahim Halil; YILMAZ, Mustafa; GÖNEN, Murat; ATESCELIK, Metin; GURGER, Mehtap; ILHAN, Nevin; GOKTEKIN, Mehmet Cagri

    Resumo em Português:

    RESUMO Objetivo: Níveis da enzima ubiquitina C-terminal hidrolase-L1 (UCH-L1) foram investigados em pacientes com epilepsia, crise epiléptica, período de remissão e indivíduos saudáveis. Método: Foram avaliados três grupos principais, incluindo crise epiléptica, epilepsia no período não convulsivo e voluntários saudáveis. Pacientes com convulsão no departamento de emergência ou trazidos por confusão pós-ictal foram incluídos no grupo de crise epiléptica. Os pacientes que tiveram crise epiléptica ou foram ao ambulatório de Neurologia para acompanhamento foram incluídos no grupo não convulsivo (período de remissão). Resultados: Os níveis da enzima UCH-L1 de 160 pacientes com epilepsia (80 pacientes com crise epiléptica e 80 pacientes com epilepsia no período não convulsivo) e 100 voluntários saudáveis foram comparados. Enquanto os níveis da enzima UCH-L1 foram 8,30 (IQR=6,57‒11,40) ng/mL em todos os pacientes com epilepsia, os níveis detectados foram de 3,90 (IQR=3,31‒7,22) ng/mL em voluntários saudáveis e aumentaram significativamente na epilepsia (p<0,001). No entanto, ao passo que os níveis de UCH-L1 foram 8,50 (IQR=6,93‒11,16) ng/mL nos pacientes com crise epiléptica, foram 8,10 (IQR=6,22‒11,93) ng/mL no período não convulsivo, e nenhuma diferença significativa foi detectada (p=0,6123). Quando o valor de corte de UCH-L1 foi considerado 4,34 mg/mL com base na análise da curva ROC, sensibilidade e especificidade foram detectadas como 93,75 e 66,00%, respectivamente (AUG=0,801; p<0,0001; IC95% 0,747‒0,848) para os pacientes com epilepsia. Conclusão: Embora os níveis de UCH-L1 tenham aumentado significativamente nos pacientes com epilepsia em relação aos indivíduos saudáveis, não foi observada diferença entre crise epiléptica e períodos não convulsivos.

    Resumo em Inglês:

    ABSTRACT Objective: Ubiquitin C-terminal Hydrolase-L1 (UCH-L1) enzyme levels were investigated in patients with epilepsy, epileptic seizure, remission period, and healthy individuals. Methods: Three main groups were evaluated, including epileptic seizure, patients with epilepsy in the non-seizure period, and healthy volunteers. The patients having a seizure in the Emergency department or brought by a postictal confusion were included in the epileptic attack group. The patients having a seizure attack or presenting to the Neurology outpatient department for follow up were included in the non-seizure (remission period) group. Results: The UCH-L1 enzyme levels of 160 patients with epilepsy (80 patients with epileptic attack and 80 patients with epilepsy in the non-seizure period) and 100 healthy volunteers were compared. Whereas the UCH-L1 enzyme levels were 8.30 (IQR=6.57‒11.40) ng/mL in all patients with epilepsy, they were detected as 3.90 (IQR=3.31‒7.22) ng/mL in healthy volunteers, and significantly increased in numbers for those with epilepsy (p<0.001). However, whereas the UCH-L1 levels were 8.50 (IQR=6.93‒11.16) ng/mL in the patients with epileptic seizures, they were 8.10 (IQR=6.22‒11.93) ng/mL in the non-seizure period, and no significant difference was detected (p=0.6123). When the UCH-L1 cut-off value was taken as 4.34 mg/mL in Receiver Operating Characteristic (ROC) Curve analysis, the sensitivity and specificity detected were 93.75 and 66.00%, respectively (AUG=0.801; p<0.0001; 95%CI 0.747‒0.848) for patients with epilepsy. Conclusion: Even though UCH-L1 levels significantly increased more in patients with epilepsy than in healthy individuals, there was no difference between epileptic seizure and non-seizure periods.
  • Manejo de doenças desmielinizantes do sistema nervoso central na pandemia de doença do coronavírus 2019: uma abordagem prática View And Review

    APÓSTOLOS-PEREIRA, Samira Luisa; SILVA, Guilherme Diogo; DISSEROL, Caio César Diniz; FEO, Lucas Bueno; MATOS, Aline de Moura Brasil; SCHOEPS, Vinicius Andreoli; GOMES, Ana Beatriz Ayroza Galvão Ribeiro; BOAVENTURA, Mateus; MENDES, Maria Fernanda; CALLEGARO, Dagoberto

    Resumo em Português:

    RESUMO Introdução: A mais recente pandemia causada pelo coronavírus SARS-CoV-2 (COVID-19, do inglês coronavirus disease 2019) representa uma ameaça potencial para pacientes com doenças autoimunes, incluindo esclerose múltipla (EM) e transtorno do espectro de neuromielite óptica (NMOSD, do inglês neuromyelitis optica spectrum disorders). Esses pacientes são geralmente tratados com medicamentos imunomoduladores ou imunossupressores que podem alterar a resposta normal do organismo a infecções. Até o momento, não há consenso sobre como o manejo dos pacientes com EM e NMOSD deve ser realizado durante a pandemia. Objetivo: Discutir estratégias para manejar esses pacientes. Métodos: Focamos em como 1) reduzir o risco de infecção por COVID-19, como distanciamento social, telemedicina e exames laboratoriais e de imagem em intervalos mais amplos; 2) manejo de surtos, incluindo evitar tratamento de surto leve e uso de corticoide oral; 3) gerenciar terapias modificadoras de doença, como a preferência por medicamentos associados a menor risco de infecção (interferons, glatirâmer, teriflunomida e natalizumabe) e infusão em intervalo estendido de natalizumabe, quando seguro; 4) individualizar a escolha da terapia de indução para EM (anticorpos monoclonais anti-CD20, alentuzumabe e cladribina); 5) manejar terapias preventivas de NMOSD, incluindo seleção inicial de terapia e manutenção do tratamento atual; 6) manejar pacientes com EM/NMOSD que foram infectados por COVID-19. Conclusão: No futuro, séries de casos de pacientes com MS/NMOSD infectados com COVID-19 nos ajudará a definir as melhores estratégias de manejo. Por enquanto, contamos com a experiência e orientação especializadas.

    Resumo em Inglês:

    ABSTRACT Background: The novel coronavirus disease 2019 (COVID-19) pandemic poses a potential threat to patients with autoimmune disorders, including multiple sclerosis (MS) and neuromyelitis optica spectrum disorder (NMOSD). Such patients are usually treated with immunomodulatory or immunosuppressive agents, which may tamper with the organism’s normal response to infections. Currently, no consensus has been reached on how to manage MS and NMOSD patients during the pandemic. Objective: To discuss strategies to manage those patients. Methods: We focus on how to 1) reduce COVID-19 infection risk, such as social distancing, telemedicine, and wider interval between laboratory testing/imaging; 2) manage relapses, such as avoiding treatment of mild relapse and using oral steroids; 3) manage disease-modifying therapies, such as preference for drugs associated with lower infection risk (interferons, glatiramer, teriflunomide, and natalizumab) and extended-interval dosing of natalizumab, when safe; 4) individualize the chosen MS induction-therapy (anti-CD20 monoclonal antibodies, alemtuzumab, and cladribine); 5) manage NMOSD preventive therapies, including initial therapy selection and current treatment maintenance; 6) manage MS/NMOSD patients infected with COVID-19. Conclusions: In the future, real-world case series of MS/NMOSD patients infected with COVID-19 will help us define the best management strategies. For the time being, we rely on expert experience and guidance.
  • Tratamento do acidente vascular cerebral agudo e realização de procedimentos de neurointervenção urgentes durante a pandemia de COVID-19: recomendações do Departamento Científico de Doenças Cerebrovasculares da Academia Brasileira de Neurologia, Sociedade Brasileira de Doenças Cerebrovasculares e Sociedade Brasileira de Neurorradiologia View And Review

    MONT’ALVERNE, Francisco José Arruda; LIMA, Fabrício Oliveira; NOGUEIRA, Raul Gomes; FREITAS, Carlos Clayton Macedo de; NETO, Octávio Marques Pontes; SILVA, Gisele Sampaio; OLIVEIRA, Maura Salaroli de; FRUDIT, Michel; CALDAS, Jose Guilherme Mendes Pereira; ABUD, Daniel Giansante; CONFORTO, Adriana Bastos; CARVALHO, Fernanda Martins Maia; DIAS, Francisco Antunes; BAZAN, Rodrigo; AVELAR, Wagner Mauad; MORO, Carla Heloísa Cabral; MAGALHÃES, Pedro Silva Correa de; MIRANDA, Maramelia; BARBOSA, Leandro de Assis; FIOROT JUNIOR, José Antonio; CARDOSO, Fabrício Buchdid; REBELLO, Leticia Costa; PARENTE, Bruno de Sousa Mendes; FARIA, Mário de Barros; FREITAS, Gabriel Rodriguez de; ZÉTOLA, Viviane de Hiroki Flumignan; OLIVEIRA-FILHO, Jamary; BEZERRA, Daniel da Cruz; RODRIGUES, Jorge Luis Nobre; KUSTER, Gustavo; MARTINS, Sheila; CARVALHO, João José Freitas de

    Resumo em Português:

    RESUMO Introdução: A pandemia causada pelo novo coronavírus da síndrome respiratória aguda grave 2 (SARS-CoV-2, COVID-19) apresenta novos e importantes desafios à gestão de saúde no Brasil. Além da difícil missão de prestar atendimento aos milhares de pacientes infectados pelo COVID-19, os sistemas de saúde têm que manter a assistência às emergências médicas comuns em períodos sem pandemia, tais como o acidente vascular cerebral (AVC), que continuam ocorrendo e requerem tratamento com presteza e eficiência. A alocação de recursos materiais e humanos para o enfrentamento à pandemia não pode comprometer o atendimento ao AVC agudo, uma emergência cujo tratamento é tempo-dependente e se não realizado implica em importante impacto na mortalidade e incapacitação a longo prazo. Objetivo: Este trabalho resume as recomendações do Departamento Científico de Doenças Cerebrovasculares da Academia Brasileira de Neurologia, da Sociedade Brasileira de Doenças Cerebrovasculares e da Sociedade Brasileira de Neurorradiologia para o tratamento do AVC agudo e para a realização de procedimentos de neurointervenção urgentes durante a pandemia de COVID-19, incluindo o uso adequado de ferramentas de triagem e equipamentos de proteção pessoal (para pacientes e profissionais de saúde), além da alocação apropriada de pacientes.

    Resumo em Inglês:

    ABSTRACT Introduction: Although the 2019 severe acute respiratory syndrome coronavirus 2 infection (SARS-CoV-2, COVID-19) pandemic poses new challenges to the healthcare system to provide support for thousands of patients, there is special concern about common medical emergencies, such as stroke, that will continue to occur and will require adequate treatment. The allocation of both material and human resources to fight the pandemic cannot overshadow the care for acute stroke, a time-sensitive emergency that with an inefficient treatment will further increase mortality and long-term disability. Objective: This paper summarizes the recommendations from the Scientific Department on Cerebrovascular Diseases of the Brazilian Academy of Neurology, the Brazilian Society of Cerebrovascular Diseases and the Brazilian Society of Neuroradiology for management of acute stroke and urgent neuro-interventional procedures during the COVID-19 pandemic, including proper use of screening tools, personal protective equipment (for patients and health professionals), and patient allocation.
  • Quem foi Pierre Marie? Historical Notes

    MARANHÃO-FILHO, Péricles; VINCENT, Maurice

    Resumo em Português:

    RESUMO Neste manuscrito, prestamos homenagem a Pierre Marie (1853-1940), destacando sua grande contribuição para a medicina e a neurologia, descrevendo várias doenças e síndromes. Enfatizamos principalmente aspectos de sua vida pessoal e traços de personalidade. Considerado um dos três maiores neurologistas do final do século XIX e início do século XX, sua brilhante carreira começou em La Salpêtrière, seguida pelo desenvolvimento de uma escola de neurologia no Hospice Bicêtre. Pierre Marie teve numerosos discípulos em todo o mundo, incluindo o Brasil, e publicou sobre vários temas neurológicos e endocrinológicos. De volta a La Salpêtrière, ele concluiu sua vida profissional como líder da Neurologia. Porém, após aposentadoria, seu ocaso foi triste e solitário

    Resumo em Inglês:

    ABSTRACT In this manuscript we pay a tribute to Pierre Marie (1853-1940), highlighting his great contribution to medicine and neurology describing several diseases and syndromes. We mainly emphasize aspects of his personal life and personality traits. Considered one of the three greatest neurologists of the late nineteenth and early twentieth centuries, his brilliant career began at La Salpêtrière, followed by the development of a neurological school at Hospice Bicêtre. Pierre Marie had numerous disciples around the world, including Brazil, and published on various neurological and endocrinological themes. Back to La Salpêtrière, he concluded his professional life as a Neurology leader. However, after retirement, his demise was sad and lonely
  • Sinal de três territórios arteriais em acidente vascular cerebral isquêmico agudo relacionado a câncer Images In Neurology

    DE BRITO, Marcelo Houat; PIMENTEL, Gabriela Almeida; DOCEMA, Marcos Fernando de Lima; TRINDADE, Mateus Correa da
  • Acidente vascular cerebral isquêmico agudo em paciente com COVID-19 Images In Neurology

    LIMA, Carla Franco Costa; HOLANDA, Jorge Luis Bezerra; PESSOA, Mariana Santos Leite; COIMBRA, Pablo Picasso de Araújo
  • Constipação associada à cefaleia tensional em mulheres. Letter

    MADDAHIAN, Alimohamad; VAKILIAN, Alireza
Academia Brasileira de Neurologia - ABNEURO R. Vergueiro, 1353 sl.1404 - Ed. Top Towers Offices Torre Norte, 04101-000 São Paulo SP Brazil, Tel.: +55 11 5084-9463 | +55 11 5083-3876 - São Paulo - SP - Brazil
E-mail: revista.arquivos@abneuro.org