RESUMO
Objetivo:
O objetivo deste estudo foi avaliar os fatores que podem influenciar a sobrevida de nonagenários com fratura do quadril.
Métodos:
Foram analisados retrospectivamente 134 pacientes nonagenários internados por fraturas de quadril e seus prontuários, em um período de nove anos. Efetuou-se a revisão de prontuários médicos e os dados sobre a taxa de sobrevida do Registro Nacional de População. A análise incluiu dados demográficos, classificação ASA, atrasos na cirurgia, tipo de tratamento e mortalidade.
Resultados:
A média de idade dos pacientes foi 92,53 anos (de 90 a 103 anos). Do total, 35,8% das fraturas localizaram-se no colo do fêmur e 64,2% na região trocantérica. A mortalidade geral foi 18,7% aos 30 dias seguintes e 9% em um ano. A média de sobrevida de toda a amostra foi de 683 ± 78,1 dias, com mediana de 339 dias. A sobrevida em homens e mulheres foi, respectivamente, 595 ± 136,8 dias e 734 ± 94,6 dias. Constatamos que o tipo de fratura (p = 0,026) e a classificação ASA (p = 0,004) foram os principais fatores que influenciaram a sobrevida. A análise de sobrevida pelo método Kaplan-Meier indicou que os pacientes com fraturas extracapsulares tratados com fixação interna tiveram taxa de sobrevida melhor (p = 0,047). Não houve diferença significativa entre sexos (p = 0,102) ou no diagnóstico (p = 0,537).
Conclusão:
Apesar das numerosas comorbidades em pacientes nonagenários, o tratamento cirúrgico com fixação interna parece ser superior à abordagem conservadora. Nível de Evidência III, Estudo Retrospectivo Comparativo.
Descritores:
Fraturas do quadril; Fraturas do colo femoral; Idoso de 80 anos ou mais; Análise de sobrevida