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O acesso e a dificuldade na resolutividade do cuidado da criança na atenção primária à saúde

Resumos

Objetivo

Apreender o acesso em duas unidades de atenção primária, tradicional e saúde da família e avaliar se houve resolutividade da assistência a saúde da criança.

Métodos

Trata-se de pesquisa qualitativa, utilizou-se a hermenêutica para compreensão dos dados.O instrumento de pesquisa a técnica de observação não participante, os dados foram analisados pelo método da análise temática.

Resultados

Estão apresentados em quatro sub-categorias: a criança, seus familiares e o primeiro contato na atenção primária; organização do serviço e sua influência no acesso; o itinerário terapêutico da família e sua criança em busca de cuidado em saúde; o acesso à atenção programada em saúde.

Conclusão

O acesso aos serviços de saúde apresentou fragilidades quanto ao cuidado à saúde da criança e que a proposta do acolhimento pode construir relações estáveis e cuidado humanizado à demanda infantil na atenção primária à saúde.

Atenção primária à saúde; Cuidado da criança; Acesso aos serviços de saúde; Cuidados de enfermagem; Enfermagem pediátrica


Objective

To learn how access is conducted in two primary care units, traditional and family health strategy, and assess whether there was resoluteness of assistance to child health.

Methods

This is a qualitative study, we used hermeneutic for understanding the data. The research instrument was non-participant observation technique; the data were analyzed using thematic analysis method.

Results

There are four sub-categories: children, their family members and the first contact in primary care; the service organization and its influence on access; the therapeutic itinerary of the family and child in search of health care; scheduled access to health care.

Conclusion

Access to health services showed weaknesses regarding the child health care and the proposed care service could build stable relationships and humanized care to child demand in primary health care.

Primary health care; Child care; Health services accessibility; Nursing care; Pediatric nursing


Introdução

O cuidado prestado à criança na Atenção Primária à Saúde visa a promoção de saúde por meio de ações prioritárias de vigilância e acompanhamento do crescimento e do desenvolvimento infantil neste âmbito. Faz-se necessário o estabelecimento de condições para a prestação desse cuidado, fortalecendo os atores envolvidos por meio do provimento de recursos e subsídios às equipes de saúde e de autonomia e responsabilização aos usuários, para que o trabalho em saúde alcance sua finalidade que é a de resolver as necessidades de saúde da criança e sua família.(1Iriart C, Franco T, Merhy EE. The creation of the health consumer: challenges on health sector regulation after managed care era. Global Health. 2011; 7(2):2-17.)

Um dos requisitos necessários para se efetivar o cuidado é o acesso dos indivíduos aos serviços de saúde. O acesso de primeiro contato é um dos atributos essenciais da atenção primária à saúde e denota a acessibilidade e uso desses serviços em caso de problemas no qual as pessoas buscam atenção à saúde.(2Malouin RA, Starfield B, Sepulveda MD. Evaluating the tools used to assess the medical home. Manag Care. 2009; 18(6):44-48.)

Pode-se dizer que um serviço acessível é aquele de fácil abordagem, disponível às pessoas, no qual não há barreiras geográficas, gerenciais, financeiras, culturais ou de comunicação, possibilitando que os indivíduos recebam atenção, e que esta seja resolutiva, ou seja, que o problema seja resolvido ou naquele ou em outro ponto de atenção, ao primeiro contato com o serviço.(3Oliveira BR, Viera CS, Collet N, Lima RA. [Access first contact in primary health attention for children]. Rev Rene. 2012; 13(2):332-42. Portuguese.)

Nessa perspectiva, o estudo traçou como objetivo apreender o acesso em duas unidades de atenção primária à saúde, uma tradicional e outra com a estratégia saúde da família, com distintos processos de trabalho e avaliar se houve resolutividade da assistência à saúde da criança nesse âmbito, nesses dois modelos utilizados no Brasil.

Métodos

Trata-se de uma pesquisa descritiva de abordagem qualitativa cujo referencial teórico-metodológico para interpretação dos dados foi a hermenêutica.(4Regan P. Hans-Georg. Gadamer’s philosophical hermeneutics: concepts of reading, understanding and interpretation. META: reseach in hermeneutics, phenomenology, and practical philosophy. 2012; 4(2):286-303.

Carvalho BG, Peduzzi M, Mandú EN, Ayres JR. Work and Inter-subjectivity: a theoretical reflection on its dialectics in the field of health and nursing. Rev Latinoam Enferm. 2012; 20(1):19-26.
-6Ayres JR. [Hermeneutics and humanization of the health practices]. Ciênc Saúde Coletiva. 2005; 10(3): 549-60. Portuguese.)

A coleta de dados foi desenvolvida em dois serviços de atenção primária que possuem modelos de atenção distintos um do outro. Os sujeitos do estudo foram todos os profissionais que atuavam nessas duas unidades.

Para a obtenção dos dados utilizou-se a técnica da observação não participante, com roteiro previamente estabelecido e para o registro da observação foi utilizado o diário de campo. O período de coleta de dados foi de dois meses e encerrou-se em decorrência da saturação das informações observadas, fornecendo ao pesquisador suficientes informações para responder ao seu questionamento de pesquisa.

As informações coletadas do diário de campo provenientes da observação foram ordenadas, organizadas, categorizadas, contextualizadas e interpretadas por meio do método de Análise Temática.(7Minayo MC. Qualitative analysis: theory, steps and reliability. Ciênc Saúde Coletiva. 2012; 17(3):621-6. Portuguese.)

Na pré-análise estabeleceu-se o primeiro contato com o material, identificando os núcleos de sentido, em seguida explorou, por meio de recortes das partes representativas dos textos do diário de campo e, por fim os dados foram agrupados e interpretados possibilitando a construção de uma categoria que explicitasse o acesso aos serviços nas unidades investigadas.

O desenvolvimento do estudo atendeu as normas nacionais e internacionais de ética em pesquisa envolvendo seres humanos.

Resultados

Optou-se pela apresentação dos dados no formato de quadro no qual se pode observar a categoria sistematizada: “A influência do processo de trabalho no acesso e resolutividade da atenção primária à saúde da criança” com suas sub-categorias e os relativos relatos de observação em cada uma delas, conforme quadro 1.

Quadro 1
Categoria sistematizada

Discussão

Entendem-se os resultados como circunscritos à realidade observada, o que é uma limitação do método qualitativo. Por esse motivo, esses resultados não devem ser tomados de forma generalizada. Assim, analisaram-se as informações obtidas e sistematizadas anteriormente em torno da dificuldade do acesso para o cuidado à criança na atenção primária.

Note-se que a atuação na atenção primária à saúde é um campo fértil de trabalho do enfermeiro e este, ao olhar para o conjunto desses dados pode refletir sobre sua forma de cuidar das crianças nesse âmbito de atenção e mudar sua prática no sentido de ampliar o acesso e melhorar a resolutividade para as crianças e suas famílias, sendo esta a aplicação prática do estudo.

Quanto ao acesso aos serviços de saúde, constatou-se que a recepção constitui-se no primeiro local de busca de informações para os usuários que procuram as unidades. Neste local são direcionados os pacientes conforme a apresentação da necessidade, suas dúvidas ou queixas.

A recepção de ambas as unidades, independente do modelo de atenção adotado, se tradicional ou saúde da família, se comportou como uma barreira e filtro aos usuários. A indicação seria de acolhê-los e transformar esse momento em estabelecimento de vínculo, em escuta qualificada, boas práticas de atenção, de forma a garantir um atendimento humanizado, resolutivo, legitimando este ponto como a porta de entrada preferencial para as redes de atenção à saúde.(8Ministério da Saúde (BR). Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Acolhimento à demanda espontânea: queixas mais comuns na Atenção Básica. Brasília: Ministério da Saúde; 2013. 290p. (Cadernos de Atenção Básica 28).)

Essas características denotam um cuidado em saúde da criança, envolvendo as mães e a família de forma integral, e pressupõe a adoção de um conceito de saúde ampliado, no qual estão inseridas necessidades biológicas, psicossociais, culturais e subjetivas. Para que isso possa se efetivar é condição essencial atuação interdisciplinar das equipes de saúde, com ações coordenadas e longitudinais de vários profissionais.(9Giovanella L, Mendonça MH, Almeida PF, Escorel S, Senna MC, Fausto MC, et al. Saúde da família: limites e possibilidades para uma abordagem integral de atenção primária à saúde no Brasil. Ciênc Saúde Coletiva. 2009; 14(3):783-94.)

Uma das formas de atuação interdisciplinar é investir na ferramenta do acolhimento, o qual poderá ser desenvolvido por meio de duas dimensões: uma atitudinal, voltada para atenção humanizada, com escuta qualificada dos problemas de saúde, envolvendo uma resposta positiva às demandas e a criação de vínculos entre a equipe de saúde e a população adstrita. A outra, organizativa, para estabelecimento dos fluxos, referência e contrarreferência, territorialização, a superação dos constrangimentos ou de respostas negativas como a ausência de fichas e o estabelecimento de um processo de avaliação inicial adequado.(1010 Mendes EV. O cuidado das condições crônicas na atenção primária à saúde: o imperativo da consolidação da estratégia da saúde da família. Brasília: Organização Pan-Americana da Saúde; 2012.)

Ou seja, a recepção deixa de ser um lugar de poder, capaz de decidir sobre o acesso ou não do usuário.

Tal ferramenta pode ser implantada por meio do estabelecimento do diálogo, podendo proporcionar soluções para dificuldades presentes, formando uma mistura de conhecimento técnico com o conhecimento popular. Nessa perspectiva, a troca de conhecimentos poderá ocorrer desde que o trabalhador de saúde apresente sensibilidade para a escuta, compreenda as necessidades de saúde e, assim, integre-as ao conhecimento técnico, proporcionando uma melhor acolhida ao usuário na unidade de saúde.(1111 Coelho MO, Jorge MS, Araújo ME. [Access through sheltering in basic health attention]. Rev Baiana Saúde Pública. 2009; 33(3):440-52. Portuguese.)

Observou-se a existência de problemas na organização do trabalho, em que muitos trabalhadores deixaram suas funções específicas para exercer seu trabalho em postos diferentes dos de sua competência, suprindo um déficit de trabalhadores. Além do mais, o excesso de trabalho e as condições do local tornaram-se elementos impeditivos para que o trabalhador desenvolvesse seu trabalho de forma acolhedora e humanizada, com vistas à resolução dos problemas de saúde das crianças.

Estudo com trabalhadores da recepção de uma unidade básica de saúde descreveu o trabalho como fragmentado, no qual o foco do seu trabalho voltou-se com base nos procedimentos ofertados, as necessidades de saúde voltadas para uma visão biológica do processo saúde-doença, as tecnologias duras e leve-duras. A finalidade do trabalho neste estudo se revelou como caridade ou indeterminada, desconhecida para o próprio trabalhador.(1212 Sá ET, Pereira MJ, Fortuna CM, Matumoto S, Mishima SM. [The work process in the reception of a Primary Care Unit: worker’s view]. Rev Gaúch Enferm. 2009; 30(3):461-67. Portuguese.)

Outro estudo que avaliou o acesso à unidade de saúde da família na visão dos usuários, obteve resultado semelhante a este, em que os usuários relataram demora no atendimento, contribuindo para a diminuição da credibilidade da estratégia de saúde da família, dificultando o acesso e assim, reiterando a descrença no serviço de saúde prestado pelo setor público.(1313 Schwartz TD, Ferreira JT, Maciel EL, Lima RC. [Family Health Strategy: evaluating the access to SUS from the perception of the users of the health unit Resistência, in the region of São Pedro, Vitória, Espírito Santo State]. Ciênc Saúde Coletiva. 2010; 15(4):2145-54.Portuguese.)

Tal achado coincide, também, com o estudo apontando, dentre outros resultados análogos, a (des)humanização do cuidado, demonstrado pela presença de pessoas de madrugada nas unidades de saúde para conseguir o atendimento.(1414 Oliveira BR, Collet N, Mello DF, Lima RA. [The therapeutic journey of families of children with respiratory diseases in the public health service]. Rev Latinoam Enferm. 2012; 20(3):453-61. Portuguese.)

Ainda, ao invés de adotar a prática de classificação de risco, com a escolha de uma metodologia apropriada para tal, uma das unidades adota a conduta denominada avaliação. Essa prática não deve ser tomada como acolhimento, visto que esse é um dispositivo utilizado com o princípio de gerenciar novas maneiras de realizar o cuidado em qualquer espaço e momento de trabalho com utilização de tecnologias de conversação que permitam uma ausculta sensível, garantindo o acesso universal e dando uma resposta positiva com agilidade aos serviços e usuários.(1515 Ayres JR. Care and reconstruction in healthcare practices. Interface (Botucatu). 2004; 8(14):73-92. Portuguese.)

Esta perspectiva poderia estar presente de forma mais expressiva e consolidada nas equipes de saúde da família estudadas, porém, os resultados observados, não evidenciaram diferenças na forma de organização dos serviços quanto ao acesso da unidade de saúde da família relativamente à unidade básica tradicional, a qual, ao contrário, demonstrou oferecer melhor acesso e resolutividade dos casos, em comparação à unidade de saúde da família, que por meio de “fichas” e “avaliações”, acabou por distanciar-se de princípios que a caracterizam como estratégia preferencial de promoção de saúde à população.

A Saúde da Família é uma estratégia que visa as ações de promoção à saúde, mediante o empoderamento dos indivíduos e famílias para seu cuidado, uma vez que ao se responsabilizar pela saúde da população do território, as equipes devem ampliar a prática curativo/preventiva, buscando promover a qualidade de vida, o que correspondendo a um dos principais fundamentos da mudança do modelo assistencial em saúde.(1616 Freitas ML, Mandú EN. [The promotion health regarding the Family’s Health strategy: analysis of health policies in Brazil]. Acta Paul Enferm. 2010; 23(2):200-5. Portuguese.)

Contudo, apenas adotar a estratégia saúde da família como prática sem realmente mudar o modelo de atenção faz com os usuários do serviço se afastem, pois a população fica desavisada e “perdida”, não sabe a qual serviço recorrer para sanar suas necessidades de saúde.

Uma das ações da estratégia saúde da família é a atenção programada, a qual descreve-se como o encontro clínico de iniciativa do profissional de saúde, que se foca em aspectos do cuidado que não são considerados em um atendimento de uma condição aguda ou de uma agudização de condição crônica. Esse encontro se faz com base num plano de cuidado elaborado, revisado e pactuado entre a equipe de saúde e as pessoas usuárias.(1010 Mendes EV. O cuidado das condições crônicas na atenção primária à saúde: o imperativo da consolidação da estratégia da saúde da família. Brasília: Organização Pan-Americana da Saúde; 2012.)

Nas observações realizadas, foi possível detectar que esse tipo de atenção à criança ocorre pela puericultura dos enfermeiros em ambas as unidades, pela consulta puerperal associada à primeira consulta do recém-nascido com os profissionais médicos da equipe de saúde da família e pela equipe de odontologia da unidade de saúde da família com prevenção à saúde bucal de gestantes e crianças de zero a três anos.

Quanto ao acesso a esses serviços, observou-se que mudanças na forma de agendamento ocorreram com a puericultura do grupo de recém-nascidos de alto risco provindos da unidade de terapia intensiva neonatal, em que foi apreendida por parte da enfermeira, a dificuldade de agendamento e de atendimento desse público prioritário que carece de atenção meticulosa.

Tal achado complementa o estudo sobre o cuidado do pré-termo e baixo peso egresso da unidade de terapia intensiva neonatal, em que as famílias descreveram seu itinerário nos serviços de saúde em busca da continuidade do cuidado à saúde do filho após a alta hospitalar. As mesmas expressaram que esse itinerário é marcado por barreiras de acesso, vínculo frágil e vulnerabilidade institucional dos serviços de saúde, gerando insegurança, insatisfação e não-efetividade no seguimento da criança.(1717 Viera CS, Mello DF. [The health follow up of premature and low birth weight children discharged from the neonatal intensive care unit]. Texto & Contexto Enferm. 2009-2010; 18(1):74-82. Portuguese.)

Foi possível observar que a maioria dos atendimentos realizados às crianças se dá por meio das consultas médicas em que o acesso ao cuidado em saúde da criança é priorizado em situações agudas de doenças, ou seja, o foco desse cuidado acaba sendo a doença, as queixas e a respectiva intervenção para a cura, o que retrata um cuidado em saúde médico-centrado, que supervaloriza os aspectos biológicos dos indivíduos e utiliza como instrumentos desse cuidado tecnologias duras e leve-duras,(1Iriart C, Franco T, Merhy EE. The creation of the health consumer: challenges on health sector regulation after managed care era. Global Health. 2011; 7(2):2-17.) o que acaba por não alcançar as necessidades de saúde da criança de forma integral.

Sobre as necessidades de saúde, estudo realizado segundo a percepção de usuários, constatou que essas necessidades, apresentam-se atreladas à produção e reprodução social e à acessibilidade às ações de saúde e o vínculo relacionado às necessidades de autonomia e autocuidado, concluindo que a relação de confiança possibilita o fortalecimento das potencialidades para o enfrentamento do processo saúde-doença.(1818 Moraes PA, Bertolozzi MR, Hino P. [Perceptions of primary health care needs according to users of a health center]. Rev Esc Enferm USP. 2011; 45(1):19-25. Portuguese.)

O cuidado em saúde, dessa forma, pode se tornar resolutivo se houver inversão das tecnologias de cuidado, buscando inserir nos projetos terapêuticos ações que transferem conhecimento ao usuário, elevem sua autoestima, consigam incorporar sua vivência no seu processo terapêutico singular, fazendo-o também sujeito do seu estado de saúde, tendo a possibilidade de trabalhar a saúde com tecnologias leves, em um processo mais relacional do que instrumental, o que significa elaborar projetos terapêuticos centrado nas necessidades dos usuários e tendo-o como protagonista do seu processo de saúde.(1919 Franco TB, Merhy EE. [Cartographies of Work and health care]. Tempus Actas Saúde Coletiva. 2012; 6(2):151-63. Portuguese.)

Neste estudo não foram observadas diferenças na atenção programática executada no modelo de estratégia saúde da família em contrapartida ao da unidade de saúde tradicional, ambas mantiveram tal atendimento por meio de agendamento semanal. A parcela maior de atendimento à criança foi realizada por meio de atenção à demanda espontânea, tendo como causa da procura por atendimento, casos de condições agudas de doenças e agravos, todos passíveis de resolução no âmbito da atenção primária à saúde.

Conclusão

O acesso ao primeiro contato demonstrou fragilidades no que se refere à criança na atenção primária à saúde, ficando evidenciada a existência de barreiras organizacionais, impedindo ou dificultando o acesso ao cuidado por meio de dispositivos impostos burocraticamente. Percebeu-se, ainda, um cuidado fragmentado e descoordenado em ambos os serviços de atenção primária, demonstrando que tais serviços carecem de estruturação e desenvolvimento de cuidados de saúde resolutivos para a criança e sua família.

Agradecimentos

Ao Conselho nacional de Ciência e Tecnologia – CNPq, pelo auxílio por meio do Edital Universal, processo 474743/2011-0.

Referências

  • 1
    Iriart C, Franco T, Merhy EE. The creation of the health consumer: challenges on health sector regulation after managed care era. Global Health. 2011; 7(2):2-17.
  • 2
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  • 3
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  • 8
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  • 9
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  • 10
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  • 11
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    Sá ET, Pereira MJ, Fortuna CM, Matumoto S, Mishima SM. [The work process in the reception of a Primary Care Unit: worker’s view]. Rev Gaúch Enferm. 2009; 30(3):461-67. Portuguese.
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  • 19
    Franco TB, Merhy EE. [Cartographies of Work and health care]. Tempus Actas Saúde Coletiva. 2012; 6(2):151-63. Portuguese.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    Nov-Dec 2014

Histórico

  • Recebido
    25 Jul 2014
  • Aceito
    11 Ago 2014
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