A campanha contra o comércio de mogno extraído ilegalmente da Amazônia tem acentuado a necessidade de um trabalho conjunto entre ONGs brasileiras e aquelas situadas no hemisfério Norte, sobretudo as britânicas, uma vez que o Reino Unido é considerado um dos maiores importadores dessa madeira. O artigo discute as origens, o desenvolvimento e as diferentes estratégias empregadas na campanha do mogno -principal campanha transnacional pela floresta amazônica nos anos 90- assim como as reações por parte do comércio madereiro e do governo brasileiro. Considerando as interfaces entre justiça social e os temas florestais, a análise apresenta as diferentes formas em que a Amazônia é compreendida e projetada no espaço global, sublinhando como tais perspectivas globais -hoje concentradas nos esforços para a certificação florestal através do Conselho de Manejo Florestal (FSC)- acabam por tornar invisível uma realidade local mais complexa.
Amazônia; Floresta; ONGs; Campanhas; Transnacional; Certificação; Local; Global