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QUILOMBOLAS COMO “COLETIVIDADES VERDES”: CONTESTANDO E INCORPORANDO O AMBIENTALISMO NA MATA ATLÂNTICA, BRASIL1 1 . O primeiro autor agradece à Inter-American Foundation pela concessão de uma bolsa de 12 meses para pesquisas de campo. Também agradece à Vice-Reitoria Acadêmica, à Coordenação Central de Pós-Graduação e ao Centro de Ciências Sociais (CCS) da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC RIO), pelo apoio à tradução do original escrito em Inglês, assim como pela bolsa de produtividade em pesquisa e ensino. Somo gratos pelos comentários e sugestões valiosas de dois revisores anônimos.

Resumo

Ao reconstruir os principais eventos que ocorreram nos últimos 50 anos em uma vila caiçara localizada no Parque Estadual da Serra do Mar, São Paulo, este artigo aborda a questão da “ambientalidade”, um processo pelo qual populações locais tendem a gradativamente naturalizar mandatos de políticas ambientais, ao protagonizarem o papel de protetores do meio ambiente. Em 2003, uma comunidade foi reconhecida como quilombo, dividindo-se em dois grupos com cerca de 35 famílias cada. Um deles manteve a autodenominação caiçara, enquanto o outro adotou a identidade quilombola. Com base na reconstrução da história da comunidade, observação participante e entrevistas com moradores locais, este artigo argumenta que, ao longo do tempo, as mudanças socioeconômicas, ambientais, institucionais e culturais cumulativas que levaram ao seu reconhecimento como um quilombo têm contribuído para a formação de uma “coletividade verde” entre as famílias quilombolas.

Palavras-chave:
Ambientalidade.; Conservação da natureza; Quilombolas

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