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A motivação dos estudantes de programas de pós-graduação: uma análise a partir das diferenças de perfis na área de administração

La motivación de los estudiantes en los programas de postgrado: un análisis basado en las diferencias de perfiles en el ámbito de la Administración

Resumo:

O conhecimento sobre a motivação dos estudantes para programas de pós-graduação é um aspecto pouco explorado na literatura. Este artigo tem como objetivo analisar os perfis e as motivações dos estudantes na área de Administração, com ênfase em programa de pós-graduação no Brasil. Por meio de uma análise longitudinal de seis anos de um programa de uma instituição pública do estado de São Paulo, Brasil, utilizando a análise de correspondência múltipla, os resultados mostram a existência de três clusters que agrupam características referentes ao motivo de escolha da instituição e do curso, experiência acadêmica, experiência profissional e características sociodemográficas. A análise dos discentes do programa mostra perfis distintos entre os estudantes de mestrado e doutorado e evidencia desafios a serem enfrentados pela gestão do programa. Também abre uma agenda de pesquisa de acompanhamento longitudinal sobre a satisfação com o programa e desenvolvimento de competências por meio dos questionários que são aplicados em diferentes fases da trajetória dos estudantes. A metodologia utilizada tem potencial para adaptação e utilização em outros programas de pós-graduação, bem como os insights são fontes potenciais de análise comparativa com outros programas semelhantes, visando ações que possam aumentar a atratividade de estudantes.

Palavras-chave:
avaliação de programa; perfil do estudante; expectativas

Resumen:

El conocimiento sobre la motivación de los estudiantes de programas de postgrado es un aspecto poco explorado en la literatura. Este artículo tiene como objetivo analizar los perfiles y motivaciones de los estudiantes en el área de Administración de Empresas, con énfasis en los programas de posgrado en Brasil. A través de un análisis longitudinal de seis años de un programa de una institución pública del estado de São Paulo, Brasil, utilizando análisis de correspondencias múltiples, los resultados muestran la existencia de tres grupos con características relativas al motivo de elección de la institución y del curso, experiencia académica, experiencia profesional y características sociodemográficas. El análisis de los estudiantes del programa muestra perfiles diferenciados entre los estudiantes de maestría y doctorado y pone de relieve los desafíos que debe enfrentar la gestión del programa. También abre una agenda para la investigación longitudinal de seguimiento de la satisfacción con el programa y el desarrollo de competencias a través de cuestionarios que se administran en diferentes etapas de la carrera de los estudiantes. La metodología utilizada tiene potencial para ser adaptada y utilizada en otros programas de postgrado, y las percepciones son fuentes potenciales de análisis comparativo con otros programas similares, con vistas a acciones que puedan aumentar el atractivo de los estudiantes.

Palavras clave:
evaluación de programas; perfil del estudiante; expectativas

Abstract

Knowledge about students’ motivation in graduate programs is little explored in the literature. This article aims to analyze the profiles and motivations of students in the field of Administration, with emphasis on a graduate program in Brazil. By a six-year longitudinal analysis of a program from a public institution in the state of São Paulo, Brazil, using multiple correspondence analysis, the results show the existence of three clusters that group characteristics related to the reason for choosing the institution and the course, academic experience, professional experience, and sociodemographic characteristics. The analysis of the students of the program shows distinct profiles among master’s and doctoral students and highlights challenges to be faced by the managers of the program. It also opens a longitudinal follow-up research agenda on satisfaction with the program and skills development using questionnaires applied at different stages of the students’ trajectory. The methodology used can be adapted and used in other graduate programs, and the insights are potential sources of comparative analysis with similar programs, aiming at actions that can increase the appeal to students.

Keywords:
program evaluation; student profile; expectations

1 Introdução

A pós-graduação é considerada uma das experiências mais bem-sucedidas do setor de ensino superior e de ciência e tecnologia no Brasil, desde o final dos anos 1960 (Balbachevsky, 2005BALBACHEVSKY, E. A pós-graduação no Brasil: novos desafios para uma política bemsucedida. Os desafios da educação no Brasil. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2005. v. 1.). Segundo revisão de literatura nacional sobre os estudantes de pós-graduação stricto sensu, de 1995 a 2015, realizada por Silva e Bardagi (2015)SILVA, T. C.; BARDAGI, M. P. O aluno de pós-graduação stricto sensu no Brasil: revisão da literatura dos últimos 20 anos. RBPG. Revista Brasileira de Pós-Graduação, Brasília, v. 12, n. 29, p. 683-714, 2015. Disponível em: https://doi.org/10.21713/2358-2332.2015.v12.853. Acesso em: 19 out. 2023.
https://doi.org/10.21713/2358-2332.2015....
, menos de 10% dos estudos dedicam-se à análise acerca do perfil dos discentes de pós-graduação. Esta também aparece como uma lacuna de investigação da pesquisa internacional quanto à pós-graduação (Posselt; Grodsky, 2017POSSELT, J. R.; GRODSKY, E. Graduate education and social stratification. Annual Review of Sociology, San Mateo, EUA, v. 43, p. 353, 2017. Disponível em: https://doi.org/10.1146/annurev-soc-081715-074324. Acesso em: 19 out. 2023.
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).

Poucos estudos (Guerin; Jayatilaka; Ranasinghe, 2015GUERIN, C.; JAYATILAKA, A.; RANASINGHE, D. Why start a higher degree by research? An exploratory factor analysis of motivations to undertake doctoral studies. Higher Education Research & Development, London, v. 34, n. 1, p. 89-104, 2015. . Acesso em: 19 out. 2023.; Lamas; Rezende; Mendonça, 2021LAMAS, D. E.; REZENDE, V. A.; MENDONÇA, F. M. O perfil discente do mestrado profissional em administração pública em rede nacional no Brasil: Uma análise das expectativas e motivos. Education Policy Analysis Archives, Arizona, v. 29, n. 50, p. 50-80, 2021. Disponível em: https://doi.org/10.14507/epaa.29.5870. Acesso em: 19 out. 2023.
https://doi.org/10.14507/epaa.29.5870...
) tratam das motivações dos estudantes de pós-graduação. O estudo de Elatia et al. (2020)ELATIA, S.; IPPERCIEL, D.; ZAIANE, O.; BAKHSHINATEGH, B.; THIBAUDEAU, P. Graduate attributes assessment program. The International Journal of Information and Learning Technology, Inglaterra, v. 38, n. 1, p. 117-134, 2020. Disponível em: https://doi.org/10.1108/IJILT-03-2020-0025. Acesso em: 19 out. 2023.
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, por exemplo, se debruça na avaliação dos atributos dos estudantes de pós-graduação, contribuindo para uma avaliação longitudinal.

Este artigo tem por objetivo analisar as motivações e perfis de estudantes de um programa de pós-graduação com cursos de mestrado e doutorado e seus desdobramentos para a gestão do programa. O trabalho deriva de um projeto de pesquisa mais abrangente que realiza o acompanhamento da trajetória dos estudantes na pós-graduação de um curso de administração de uma universidade pública no estado de São Paulo, Brasil. A experiência dos estudantes é seguida desde a inscrição no processo seletivo até o período pós-defesa.

O foco na área de administração justifica-se em termos do grande número de programas no Brasil (trata-se da quinta área com maior número de programas) e da rápida mudança nos programas em função do crescimento do grau de mestrado profissional nos últimos anos. De acordo com os dados da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - CAPES, órgão do Ministério da Educação do Brasil, o Estado de São Paulo possui 45 cursos de pós-graduação (incluindo mestrado e/ou doutorado e/ou mestrado profissional e/ou doutorado profissional) avaliados e reconhecidos na área de Administração Pública e de Empresas,

Ciências Contábeis e Turismo (categoria definida pela Capes). Destes, apenas dez estão fora da região metropolitana de São Paulo e apenas quatro na região em que se localiza o programa aqui analisado (interior de São Paulo).

O Programa de Pós-Graduação em Administração (PPGA) foi aberto em 2017. Até 2022, teve 123 ingressantes (69 mestrandos e 54 doutorandos), sendo que 27 defenderam (20 mestres e sete doutores) e dois evadiram. A análise desenvolvida neste artigo foi derivada da percepção sobre diferenças nos perfis e nas motivações para buscar o PPGA, entre os estudantes de mestrado e doutorado, desde o início do oferecimento do programa.

Essa diferença aparece nos estudos de Balbachevsky (2005)BALBACHEVSKY, E. A pós-graduação no Brasil: novos desafios para uma política bemsucedida. Os desafios da educação no Brasil. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2005. v. 1. e Festinalli (2005)FESTINALLI, R. C. A formação de mestres em administração: por onde caminhamos? Organizações & e Sociedade, Salvador, v. 12, p. 135-150, 2005. Disponível em: https://periodicos.ufba.br/index.php/revistaoes/article/view/10809. Acesso em: 9 out. 2022.
https://periodicos.ufba.br/index.php/rev...
, que apontaram que o destino dos mestres em todas as áreas do conhecimento é mais frequente para mercados não acadêmicos. Por outro lado, dados mais recentes do Painel do Emprego do Centro de Gestão e Estudos Estratégicos – CGEE (2021)CGEE – Centro de Gestão e Estudos Estratégicos. Painel do Emprego. Serviço de Informações de RH para CTeI. Brasília, DF: CGEE, 2021. Disponível em: https://www.cgee.org.br/web/rhcti/emprego-ano-emprego. Acesso em: 10 out. 2022.
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mostram uma situação diversa. Em 2017, do total de mestres e doutores em administração com emprego formal, 51% dos mestres e 86% dos doutores atuavam no setor de educação. Entretanto, essa análise não capta os mestres e doutores sem emprego formal, situação mais comum entre mestres (33%) do que entre doutores (19%) e que pode significar uma trajetória empreendedora, vínculos acadêmicos não formais por meio de participação em projetos de pesquisa, continuidade dos estudos (dos mestres no doutorado), atuação em outro país ou mesmo o desemprego.

Dessa forma, a contribuição original deste trabalho está na discussão sobre os perfis e as motivações dos estudantes de pós-graduação, com ênfase para os programas na área de Administração. Tal discussão reflete aspectos relacionados ao acesso dos estudantes à pós-graduação e à contribuição da pós-graduação para o desenvolvimento dos estudantes tanto em termos de competências quanto em termos de sua inserção profissional. O artigo também tem o mérito de mostrar e avaliar as diferenças internas dentro de um mesmo programa, abordagem que não é comum na

literatura, e os desafios que essas diferenças colocam para a gestão do programa. A análise sobre as motivações também se justifica pelo recente fenômeno de queda de estudantes matriculados na pós-graduação no Brasil (Marques, 2022MARQUES, F. Crise na geração de recursos humanos. Revista Pesquisa Fapesp, São Paulo, maio 2022. Disponível em: https://revistapesquisa.fapesp.br/crise-na-geracao-de-recursos-humanos/. Acesso em: 19 out. 2022.
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).

O artigo está estruturado da seguinte forma. Após a revisão da literatura acerca do assunto, são apresentados o PPGA e, na sequência, a metodologia utilizada. O desenho da pesquisa é longitudinal para acompanhar as coortes formadas pelas turmas de inscritos e matriculados por ano de ingresso no programa e utiliza dados primários (via questionários) e secundários. Em seguida, são apresentados os resultados e discussões. Os resultados foram obtidos a partir de tratamento de dados com Análise de Correspondência Múltipla (ACM), associada à técnica hierárquica de clusterização (Hierarchical Clustering on Principal Components). A última seção apresenta as considerações finais e as limitações da pesquisa.

2 Revisão da literatura

Os estudos sobre ensino superior são considerados uma área já bastante consolidada do conhecimento. Muitas são as vertentes de estudos nessa área, com destaque para:

Igualdade de oportunidades, desigualdades sociais, estratificação e diversidade, investimentos em políticas sociais, decisões estratégicas em relação à formação de quadros profissionais e ao desenvolvimento da ciência, tecnologia e inovação no mundo globalizado (Neves; Sampaio; Heringer, 2018, p. 33NEVES, C. E. B.; SAMPAIO, H.; HERINGER, R. A institucionalização da pesquisa sobre ensino superior no Brasil. Revista Brasileira de Sociologia, Porto Alegre, v. 6, n. 12, p. 19-41, 2018. Disponível em: https://doi.org/10.20336/rbs.243. Acesso em: 19 out. 2023.
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).

Entretanto, no que se refere aos estudantes, as pesquisas são muito mais desenvolvidas no nível da graduação que da pós-graduação (Posselt; Grodsky, 2017POSSELT, J. R.; GRODSKY, E. Graduate education and social stratification. Annual Review of Sociology, San Mateo, EUA, v. 43, p. 353, 2017. Disponível em: https://doi.org/10.1146/annurev-soc-081715-074324. Acesso em: 19 out. 2023.
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).

As pesquisas sobre os estudantes de pós-graduação disponíveis são recentes e estão concentradas em determinadas áreas do conhecimento, como Saúde (Ferreira et al. 2015FERREIRA, R. E.; TAVARES, C. M. M.; SANTOS, G. S.; FONSECO, P. I. M. Motivação do enfermeiro para ingressar em uma pós-graduação stricto sensu. Revista Baiana de Enfermagem, Salvador, v. 29, n. 2, p. 180-185. 2015. Disponível em: https://doi.org/10.18471/rbe.v29i2.10738. Acesso em: 19 out. 2023.
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; Ferreira; Morrayre, 2013FERREIRA, S. R.; MORRAYE, M. A. Perfil dos mestres de um programa de pós-graduação em Promoção de Saúde: características e percepções sobre o curso. Revista Brasileira de Pós-Graduação, Brasília, v. 10, n. 22, p. 1085-1107, 2013. Disponível em: https://doi.org/10.21713/2358-2332.2013.v10.464. Acesso em: 19 out. 2023.
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; Louzada; Silva Filho, 2005LOUZADA, R. C. R.; SILVA FILHO, J. F. Pós-graduação e trabalho: um estudo sobre projetos e expectativas de doutorandos brasileiros. História, Ciências, Saúde-Manguinhos, Rio de Janeiro, v. 12, p. 265-282, 2005. Disponível em: https://doi.org/10.1590/s0104-59702005000200003. Acesso em: 19 out. 2023.
https://doi.org/10.1590/s0104-5970200500...
; Mendes et al. 2011MENDES, R. F.; VENSCESLAU, E. O. O.; AIRES, A. S.; PRADO JÚNIOR, R. R. Percepção sobre o curso e perfil dos egressos do Programa de Mestrado em Ciências e Saúde da UFPI. Revista Brasileira de Pós-Graduação, Brasília, v. 7, n. 12, p. 82-101, 2011. Disponível em: https://rbpg.capes.gov.br/rbpg/article/view/182. Acesso em: 19 out. 2023.
https://rbpg.capes.gov.br/rbpg/article/v...
; Teixeira et al. 2017TEIXEIRA, C. N. G.; RODRIGUES, M. I. Q.; SILVA, P. G. B.; FROTA, M. M. A.; ALMEIDA, M. E. L. Quality of life of postgraduate students stricto sensu in dentistry and sociodemographic factors. Revista de Odontologia da UNESP, Araraquara, v. 46, p. 278-283, 2017. Disponível em: https://doi.org/10.1590/1807-2577.01217. Acesso em: 19 out. 2023.
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; Viniegra et al. 2019VINIEGRA, R Fernandes Santos et al. Egressos de um Mestrado Profissional em Saúde da Família: Expectativas, Motivações e Contribuições. Revista Brasileira de Educação Médica, Brasília, DF, v. 43, p. 5-14, 2019. Disponível em: https://doi.org/10.1590/1981-52712015V43N4RB20190078. Acesso em: 19 out. 2023.
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); Ciências Exatas, Tecnologia, Engenharia e

Matemática (STEM) (Crede, 2011CREDE, E. D. Organization and Retention in Research Groups in Graduate Engineering Departments. 2011. Tese (Doutorado) – Virginia Tech, Blacksburg, 2011. Disponível em: https://vtechworks.lib.vt.edu/bitstream/handle/10919/77986/etd-10102011-113404_Crede_ED_D_2011.PDF?sequence=1eisAllowed=y. Acesso em: 11 out. 2022.
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; Head et al. 2021HEAD, E. L. D.; ANDERSON, E.; MOGHADAM, S. H.; DOROUGH, E. Improving Diversity, Equity, and Inclusion in Doctoral Computing Education. In: ACM TECHNICAL SYMPOSIUM ON COMPUTER SCIENCE EDUCATION, 52., 2021, New York. Conference […]. New York: Association for Computing Machinery, 2021. p. 764-765,; Maclachlan, 2006MACLACHLAN, A. J. Developing Graduate Students of Color for the Professoriate in Science, Technology, Engineering, and Mathematics (STEM). Research & Occasional Paper Series: CSHE. 6.06. Center for Studies in Higher Education, 1-14, 2006. Disponível em: https://eric.ed.gov/?id=ED492098. Acesso em: 19 out. 2022.
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; Mendes, 2017MENDES, I. R. N. Análise do perfil dos mestrandos do programa de pós-graduação ambiente e sistemas de produção agrícola. Nucleus, Ituverava, SP, v. 14, n. 1, p. 267-278, 2017. Disponível em: https://doi.org/10.3738/1982.2278.2173. Acesso em: 19 out. 2023.
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; Moreira; Velho, 2012MOREIRA, M. L.; VELHO, L. Trajetória de egressos da pós-graduação do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais: uma ferramenta para avaliação. Avaliação: Revista da Avaliação da Educação Superior, Campinas; Sorocaba, v. 17, p. 255-288, 2012. Disponível em: https://doi.org/10.1590/S1414-40772012000100013. Acesso em: 19 out. 2023.
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); Direito (Marks; Moss, 2016MARKS, A. B.; MOSS, S. A. What predicts law student success? A longitudinal study correlating law student applicant data and law school outcomes. Journal of Empirical Legal Studies, London, v. 13, n. 2, p. 205-265, 2016. Disponível em: http://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1111/jels.12114/pdf. Acesso em: 19 out. 2023.
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; Oliveira; Tenorio, 2020OLIVEIRA, L. B.; TENORIO, J. M. O. A percepção de egressos da Pós-Graduação em Administração sobre o curso e seu Impacto sobre a empregabilidade e a carreira. Revista Gestão Universitária na América Latina, Santa Catarina, v. 13, n. 13, p. 75-97, 2020. Disponível em: https://doi.org/10.5007/1983-4535.2020v13n3p75. Acesso em: 19 out. 2023.
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; Stewart; Williamson; King Junior, 2017STEWART, M. M.; WILLIAMSON, I. O.; KING JUNIOR, J. E. Who wants to be a business PhD? Exploring minority entry into the faculty “pipeline”. Academy of Management Learning & Education, New York, v. 7, n. 1, p. 42-55, 2017. Disponível em: https://doi.org/10.5465/AMLE.2008.31413861. Acesso em: 19 out. 2023.
https://doi.org/10.5465/AMLE.2008.314138...
).

Pode-se elencar pelo menos três temas predominantes nessas pesquisas. O primeiro trata dos fatores que influenciam a conclusão do curso, como a orientação (Bryson, Kowalske, 2022BRYSON, T. C.; KOWALSKE, M. G. Black women in STEM graduate programs: The advisor selection process and the perception of the advisor/advisee relationship. Journal of Diversity in Higher Education, Washington, DC, v. 15, n. 1, p. 111, 2022. Disponível em: https://doi.org/10.1037/DHE0000330. Acesso em: 19 out. 2023.
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; Costa; Sousa; Silva, 2014COSTA, F. J.; SOUSA, S. C. T.; SILVA, A. B. Um modelo para o processo de orientação na pós-graduação. RBPG. Revista Brasileira de Pós-Graduação, Brasília, v. 11, n. 25, p. 823-852. 2014. https://doi.org/10.21713/2358-2332.2014.v11.638. Acesso em: 19 out. 2023.
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; Denis; Colet; Lison, 2019DENIS, C.; COLET, N. R.; LISON, C. Doctoral Supervision in North America: Perception and Challenges of Supervisor and Supervisee. Higher Education Studies, Richmond Hill, v. 9, n. 1, p. 30-39, 2019. Disponível em: https://doi.org/10.5539/hes.v9n1p30. Acesso em: 19 out. 2023.
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; Duke; Denicolo, 2017DUKE, D. C.; DENICOLO, P. M. What supervisors and universities can do to enhance doctoral student experience (and how they can help themselves). FEMS Microbiology Letters, Oxford, v. 364, n. 9, p. 1-7, 2017. Disponível em: https://doi.org/10.1093/femsle/fnx090. Acesso em: 19 out. 2023.
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; Ismail; Majid; Ismail, 2013ISMAIL, H. M.; MAJID, F. A.; ISMAIL, I. S. “It’s complicated” relationship: research students’ perspective on Doctoral supervision. Procedia-Social and Behavioral Sciences, Amsterdam, v. 90, p. 165-170, 2013. Disponível em: https://doi.org/10.1016/J.SBSPRO.2013.07.078. Acesso em: 19 out. 2023.
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; Leite Filho; Martins, 2006LEITE FILHO, G. A.; MARTINS, G. A. Relação orientador-orientando e suas influências na elaboração de teses e dissertações. Revista de Administração de Empresas, São Paulo, v. 46, p. 99-109, 2006. Disponível em: https://doi.org/10.1590/s0034-75902006000500008. Acesso em: 19 out. 2023.
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) e a integração dos estudantes ao curso (Castelló et al. 2017CASTELLÓ, M; PARDO, M; SALA-BUBARÉ, A; SUÑE-SOLER, N. Why do students consider dropping out of doctoral degrees? Institutional and personal factors. Higher Education, Berlin, v. 74, n. 6, p. 1053-1068, 2017. Disponível em: https://doi.org/10.1007/s10734-016-0106-9. Acesso em: 19 out. 2023.
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; Devos et al. 2017DEVOS, C. et al. Doctoral students’ experiences leading to completion or attrition: A matter of sense, progress and distress. European Journal of Psychology of Education, Berlin, v. 32, n. 1, p. 61-77, 2017. Disponível em: https://doi.org/10.1007/s10212-016-0290-0. Acesso em: 19 out. 2023.
https://doi.org/10.1007/s10212-016-0290-...
; Hay; Samra-Fredericks, 2016HAY, A.; SAMRA-FREDERICKS, D. Desperately seeking fixedness: Practitioners’ accounts of ‘becoming doctoral researchers’. Management Learning, New York, v. 47, n. 4, p. 407-423, 2016. Disponível em: https://doi.org/10.1177/1350507616641599. Acesso em: 19 out. 2023.). O segundo tema reúne estudos que analisam conjuntamente o perfil dos estudantes egressos com a colocação profissional posterior (Louzada; Silva Filho, 2005LOUZADA, R. C. R.; SILVA FILHO, J. F. Pós-graduação e trabalho: um estudo sobre projetos e expectativas de doutorandos brasileiros. História, Ciências, Saúde-Manguinhos, Rio de Janeiro, v. 12, p. 265-282, 2005. Disponível em: https://doi.org/10.1590/s0104-59702005000200003. Acesso em: 19 out. 2023.
https://doi.org/10.1590/s0104-5970200500...
; Mendes et al. 2010MENDES, R. F.; VENSCESLAU, E. O. O.; AIRES, A. S.; PRADO JÚNIOR, R. R. Percepção sobre o curso e perfil dos egressos do Programa de Mestrado em Ciências e Saúde da UFPI. Revista Brasileira de Pós-Graduação, Brasília, v. 7, n. 12, p. 82-101, 2011. Disponível em: https://rbpg.capes.gov.br/rbpg/article/view/182. Acesso em: 19 out. 2023.
https://rbpg.capes.gov.br/rbpg/article/v...
; Oliveira; Tenorio, 2020OLIVEIRA, L. B.; TENORIO, J. M. O. A percepção de egressos da Pós-Graduação em Administração sobre o curso e seu Impacto sobre a empregabilidade e a carreira. Revista Gestão Universitária na América Latina, Santa Catarina, v. 13, n. 13, p. 75-97, 2020. Disponível em: https://doi.org/10.5007/1983-4535.2020v13n3p75. Acesso em: 19 out. 2023.
https://doi.org/10.5007/1983-4535.2020v1...
; Viniegra et al. 2019VINIEGRA, R Fernandes Santos et al. Egressos de um Mestrado Profissional em Saúde da Família: Expectativas, Motivações e Contribuições. Revista Brasileira de Educação Médica, Brasília, DF, v. 43, p. 5-14, 2019. Disponível em: https://doi.org/10.1590/1981-52712015V43N4RB20190078. Acesso em: 19 out. 2023.
https://doi.org/10.1590/1981-52712015V43...
). Por fim, há um bom conjunto de pesquisas sobre qualidade de vida e saúde mental dos estudantes da pós-graduação (Imeri et al. 2021IMERI, H.; JADHAV, S.; BARNARD, M.; ROSENTHAL, M. Mapping the impact of the COVID-19 pandemic on pharmacy graduate students’ wellness. Research in Social and Administrative Pharmacy, Amsterdam, v. 17, n. 11, p. 1962-1967, 2021. Disponível em: https://doi.org/10.1016/J.SAPHARM.2021.02.016. Acesso em: 19 out. 2023.
https://doi.org/10.1016/J.SAPHARM.2021.0...
; Levecque et al. 2017LEVECQUE, K. et al. Work organization and mental health problems in PhD students. Research Policy, Amsterdam, v. 46, n. 4, p. 868-879, 2017. Disponível em: https://doi.org/10.1016/j.respol.2017.02.008. Acesso em: 19 out. 2023.
https://doi.org/10.1016/j.respol.2017.02...
; Malagris et al. 2009MALAGRIS, L. E. N. et al. Níveis de estresse e características sociobiográficas de alunos de pós-graduação. Psicologia em Revista, Belo Horizonte, v. 15, n. 2, p. 184-203, 2009. Disponível em: https://doi.org/10.5752/p.1678-9563.2009v15n2p184. Acesso em: 19 out. 2023.
https://doi.org/10.5752/p.1678-9563.2009...
; Mccray; JosephRichard, 2021MCCRAY, J.; JOSEPH-RICHARD, P. Doctoral students’ well-being in United Kingdom business schools: A survey of personal experience and support mechanisms. The International Journal of Management Education, Amsterdam, v. 19, n. 2, p. 100490, 2021. Disponível em: https://doi.org/10.1016/J.IJME.2021.100490. Acesso em: 19 out. 2023.
https://doi.org/10.1016/J.IJME.2021.1004...
; Teixeira et al. 2017TEIXEIRA, C. N. G.; RODRIGUES, M. I. Q.; SILVA, P. G. B.; FROTA, M. M. A.; ALMEIDA, M. E. L. Quality of life of postgraduate students stricto sensu in dentistry and sociodemographic factors. Revista de Odontologia da UNESP, Araraquara, v. 46, p. 278-283, 2017. Disponível em: https://doi.org/10.1590/1807-2577.01217. Acesso em: 19 out. 2023.
https://doi.org/10.1590/1807-2577.01217...
; Radons; Cunha; Lucca, 2017RADONS, D. L.; CUNHA, L. V.; LUCCA, C. O estresse no contexto acadêmico: um estudo com alunos da pós-graduação. Revista Unifamma, São Paulo, v. 16, n. 2, 2017. Disponível em: http://revista.famma.br/unifamma/index.php/RevUNIFAMMA/article/view/350. Acesso em: 19 out. 2022.
http://revista.famma.br/unifamma/index.p...
).

Especificamente, há poucas pesquisas que analisam os perfis e as motivações que os levam a se inscrever para a pós-graduação (Artes, 2013ARTES, A. Estudantes de pós-graduação no Brasil: distribuição por sexo e cor/raça a partir dos censos demográficos 2000 e 2010. In: REUNIÃO ANUAL DA ANPED, 36., 2013, Goiânia. Congresso […]. Goiânia: ANPED, 2013. Disponível em: https://www.anped.org.br/sites/default/files/gt11_2875_texto.pdf. Acesso em: 19 out. 2022.
https://www.anped.org.br/sites/default/f...
; Posselt, Grodsky, 2017POSSELT, J. R.; GRODSKY, E. Graduate education and social stratification. Annual Review of Sociology, San Mateo, EUA, v. 43, p. 353, 2017. Disponível em: https://doi.org/10.1146/annurev-soc-081715-074324. Acesso em: 19 out. 2023.
https://doi.org/10.1146/annurev-soc-0817...
; Stewart; Williamson; King Junior, 2017STEWART, M. M.; WILLIAMSON, I. O.; KING JUNIOR, J. E. Who wants to be a business PhD? Exploring minority entry into the faculty “pipeline”. Academy of Management Learning & Education, New York, v. 7, n. 1, p. 42-55, 2017. Disponível em: https://doi.org/10.5465/AMLE.2008.31413861. Acesso em: 19 out. 2023.
https://doi.org/10.5465/AMLE.2008.314138...
), já que maior atenção é dada aos egressos em detrimento dos ingressantes. A seguir, resgatamos os temas do perfil dos estudantes e as motivações para o ingresso no pós-graduação.

2.1 Perfil dos estudantes de pós-graduação.

No Brasil, a informação acerca do perfil sociodemográfico dos estudantes de pós-graduação é escassa, pois os dados não fazem parte do censo da educação superior e as bases de dados do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e

Tecnológico (CNPq) (agência de fomento do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações). Além disso, os dados da Capes apresentam poucas informações sobre as principais características sociodemográficas. Gonçalves et al. (2019, p. 194)GONÇALVES, L. A. O.; PEREIRA JUNIOR, E. A.; COUTINHO, F. A.; PEREIRA J. G. Acesso de negras e negros à pós-graduação. Revista ABPN, Goiânia, v. 11, p. 176-206, 2019. Disponível em: https://abpnrevista.org.br/index.php/site/article/view/689/617. Acesso em: 10 out. 2022.
https://abpnrevista.org.br/index.php/sit...
, comparando os dados das PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)), de 2004 e 2014, observaram que, “embora tenha havido aumento da taxa de negros com pós-graduação, passando de 0,12% (2004) para 0,24% (2013), o crescimento foi ainda maior na taxa de pessoas brancas”. Já os que frequentavam cursos de mestrado e doutorado, em 2013, representavam 1,09% do total da população branca e 0,36% da negra. Em São Paulo, esses percentuais são 1,37% e 0,39%, respectivamente.

Em relação ao gênero, Santos (2020)SANTOS, C. O. et al. As mulheres na ciência: análise da inserção na pós-graduação e produtividade acadêmica. Dissertação (Mestrado). Universidade Federal da Paraíba. 2020. Disponível em: https://repositorio.ufpb.br/jspui/handle/123456789/21010. Acesso em: 19 out. 2022.
https://repositorio.ufpb.br/jspui/handle...
, analisando os dados da PNAD Contínua 2018, constatou que “o número de indivíduos de ambos os gêneros que decidem cursar a pós-graduação é muito baixa” (Santos, 2020, p. 28SANTOS, C. O. et al. As mulheres na ciência: análise da inserção na pós-graduação e produtividade acadêmica. Dissertação (Mestrado). Universidade Federal da Paraíba. 2020. Disponível em: https://repositorio.ufpb.br/jspui/handle/123456789/21010. Acesso em: 19 out. 2022.
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). No entanto, houve um aumento da participação das mulheres que passaram de 3,2%, em 2016, para 5,3%, em 2018 (Santos, 2020SANTOS, C. O. et al. As mulheres na ciência: análise da inserção na pós-graduação e produtividade acadêmica. Dissertação (Mestrado). Universidade Federal da Paraíba. 2020. Disponível em: https://repositorio.ufpb.br/jspui/handle/123456789/21010. Acesso em: 19 out. 2022.
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). Para tentar compreender os fatores que levam à decisão de realizar a pós-graduação, a autora comparou os perfis das pós-graduandas com as graduadas em termos das variáveis sociodemográficas da PNAD 2015. Em primeiro lugar, Santos (2020)SANTOS, C. O. et al. As mulheres na ciência: análise da inserção na pós-graduação e produtividade acadêmica. Dissertação (Mestrado). Universidade Federal da Paraíba. 2020. Disponível em: https://repositorio.ufpb.br/jspui/handle/123456789/21010. Acesso em: 19 out. 2022.
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mostrou que o perfil dos dois grupos é bastante semelhante, sendo que

a mulher com pós-graduação é, na maioria, branca, não mora com a mãe nem com um cônjuge ou com companheiro, não é casada, não nasceu na unidade da federação que habitava, não tem filho, recebe mais de cinco salários-mínimos e tem entre 25 a 30 anos (Santos, 2020, p. 31SANTOS, C. O. et al. As mulheres na ciência: análise da inserção na pós-graduação e produtividade acadêmica. Dissertação (Mestrado). Universidade Federal da Paraíba. 2020. Disponível em: https://repositorio.ufpb.br/jspui/handle/123456789/21010. Acesso em: 19 out. 2022.
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).

Após o uso da análise de regressão Probit, as variáveis estatisticamente significantes foram a renda (aumento da renda aumenta 23% a probabilidade de fazer pós) e se autodeclarar branca (redução de 12% na probabilidade). Esse último resultado poderia ser explicado pela ação das ações afirmativas no ensino superior ou por falhas na autodenominação de cor.

Segundo Venturini e Feres Júnior (2020)VENTURINI, A. C.; FERES JÚNIOR, J. Política de ação afirmativa na pós-graduação: o caso das universidades públicas. Cadernos de Pesquisa, São Paulo, v. 50, p. 882-909, 2020. Disponível em: https://doi.org/10.1590/198053147491. Acesso em: 19 out. 2023.
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, ações afirmativas têm sido estabelecidas pelo menos desde 2002, no sentido de combater as desigualdades no acesso à pós-graduação. Artes (2018)ARTES, A. Dimensionando as desigualdades por sexo e cor/raça na pós-graduação brasileira. Educação em Revista, Belo Horizonte, v. 34, e192454, 2018. https://doi.org/10.1590/0102-4698192454
https://doi.org/10.1590/0102-4698192454...
, utilizando dados do Censo Demográfico de 2010, discute a desigualdade de gênero e de raça por meio dos índices de paridade de gênero (IPG) – razão mulher/homem – e de raça (IPR) – razão negros/brancos. Entre os estudantes de graduação, o IPG era de 1,33; o IPR, 0,40, mostrando o predomínio de mulheres e o de pessoas brancas. Já entre os estudantes de pós-graduação, o IPG era de 1,05 (situação de paridade dentro da margem de erro); o IPR, 0,34, este último mostrando uma maior desigualdade racial.

No Brasil, há alguns estudos acerca do perfil do estudante de pós-graduação em administração com foco nos egressos sobre desigualdade de gênero e/ou de raça, mas não há uma convergência, devido provavelmente à diferença nas amostras. Oliveira e Tenório (2020)OLIVEIRA, L. B.; TENORIO, J. M. O. A percepção de egressos da Pós-Graduação em Administração sobre o curso e seu Impacto sobre a empregabilidade e a carreira. Revista Gestão Universitária na América Latina, Santa Catarina, v. 13, n. 13, p. 75-97, 2020. Disponível em: https://doi.org/10.5007/1983-4535.2020v13n3p75. Acesso em: 19 out. 2023.
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, em pesquisa com 629 egressos de instituição de ensino superior privada do Rio de Janeiro e Belo Horizonte, constatou que o perfil era majoritariamente masculino (70%), com idade média de 37 anos e, entre os mestres, 57% tinham feito especialização anteriormente. Meurer e Costa (2020)MEURER, A. M.; COSTA, F. Behold the best and worst of me: the impostor phenomenon and academic behavior in the business area. Revista Contabilidade e Finanças, São Paulo, v. 31, n. 83, p. 348-363, 2020. Disponível em: https://doi.org/10.1590/1808-057x201910370. Acesso em: 19 out. 2023.
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realizaram estudo com 1.816 estudantes da área de negócios de todo o país, sendo 51% do gênero feminino, 70% brancos e 52% com idade até 33 anos.

Dessa forma, apesar do crescimento do acesso de negros e mulheres à pós-graduação no Brasil, há preocupações se tomamos a literatura internacional com a falta de diversidade em determinadas áreas (Head et al. 2021HEAD, E. L. D.; ANDERSON, E.; MOGHADAM, S. H.; DOROUGH, E. Improving Diversity, Equity, and Inclusion in Doctoral Computing Education. In: ACM TECHNICAL SYMPOSIUM ON COMPUTER SCIENCE EDUCATION, 52., 2021, New York. Conference […]. New York: Association for Computing Machinery, 2021. p. 764-765,), como a de negócios (Stewart; Williamson; King Junior, 2017STEWART, M. M.; WILLIAMSON, I. O.; KING JUNIOR, J. E. Who wants to be a business PhD? Exploring minority entry into the faculty “pipeline”. Academy of Management Learning & Education, New York, v. 7, n. 1, p. 42-55, 2017. Disponível em: https://doi.org/10.5465/AMLE.2008.31413861. Acesso em: 19 out. 2023.
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), na qual está inserida a administração, e com os seus efeitos na estratificação social (Posselt; Grodsky, 2017POSSELT, J. R.; GRODSKY, E. Graduate education and social stratification. Annual Review of Sociology, San Mateo, EUA, v. 43, p. 353, 2017. Disponível em: https://doi.org/10.1146/annurev-soc-081715-074324. Acesso em: 19 out. 2023.
https://doi.org/10.1146/annurev-soc-0817...
), na socialização, satisfação e conclusão dos estudos (Ellis, 2001ELLIS, E. M. The impact of race and gender on graduate school socialization, satisfaction with doctoral study, and commitment to degree completion. Western Journal of Black Studies, Washington, DC, v. 25, n. 1, p. 30, 2001. Disponível em: https://psycnet.apa.org/record/2002-02718-001. Acesso em: 19 out. 2022.
https://psycnet.apa.org/record/2002-0271...
).

2.2 Motivações dos estudantes de pós-graduação.

Em relação à motivação, Guerin, Jayatilaka e Ranasinghe (2015)GUERIN, C.; JAYATILAKA, A.; RANASINGHE, D. Why start a higher degree by research? An exploratory factor analysis of motivations to undertake doctoral studies. Higher Education Research & Development, London, v. 34, n. 1, p. 89-104, 2015. . Acesso em: 19 out. 2023. fizeram uma revisão ampla de estudos, separando os resultados por área do conhecimento. Na área de negócios, os principais motivos para ingressar na pós-graduação foram:

ingresso na academia, desenvolvimento e avanço profissional, entrar em uma nova carreira, enriquecimento pessoal, preparação para docência, promoção para consultoria, obter conhecimentos avançados para empreendedorismo, progresso dentro da organização atual e segurança no emprego (Guerin; Jayatilaka; Ranasinghe, 2015, p. 6GUERIN, C.; JAYATILAKA, A.; RANASINGHE, D. Why start a higher degree by research? An exploratory factor analysis of motivations to undertake doctoral studies. Higher Education Research & Development, London, v. 34, n. 1, p. 89-104, 2015. . Acesso em: 19 out. 2023.).

Já na análise que Lamas, Rezende e Mendonça (2021)LAMAS, D. E.; REZENDE, V. A.; MENDONÇA, F. M. O perfil discente do mestrado profissional em administração pública em rede nacional no Brasil: Uma análise das expectativas e motivos. Education Policy Analysis Archives, Arizona, v. 29, n. 50, p. 50-80, 2021. Disponível em: https://doi.org/10.14507/epaa.29.5870. Acesso em: 19 out. 2023.
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desenvolveram com base em questionários aplicados em estudantes de várias áreas e no uso de análise fatorial exploratória, emergiram cinco fatores: apoio da família e dos amigos; motivação intrínseca em busca do conhecimento; influência de professores; experiência prévia em pesquisa e progressão na carreira. Uma das motivações recorrentes em todas as áreas é a expectativa de maior remuneração associada ao título de mestre ou doutor.

Em relação ao mestrado profissional, segundo o estudo de Lamas, Rezende e Mendonça (2021)LAMAS, D. E.; REZENDE, V. A.; MENDONÇA, F. M. O perfil discente do mestrado profissional em administração pública em rede nacional no Brasil: Uma análise das expectativas e motivos. Education Policy Analysis Archives, Arizona, v. 29, n. 50, p. 50-80, 2021. Disponível em: https://doi.org/10.14507/epaa.29.5870. Acesso em: 19 out. 2023.
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, as maiores expectativas dos estudantes do mestrado profissional em administração estão na formação profissional e dos desdobramentos profissionais esperados (obter maiores salários, aperfeiçoar práticas administrativas no trabalho) e as menores estão relacionadas com o desenvolvimento de pesquisas e ingresso na carreira docente. Já no estudo de Giuliani (2010)GIULIANI, A. C. Perfil profissiográfico dos egressos do programa de Mestrado Profissional em Administração de uma instituição de ensino do interior do Estado de São Paulo. Revista de Administração da UFSM, Santa Maria, v. 3, n. 1, p. 94-108, 2010. Disponível em: https://doi.org/10.5902/198346592242. Acesso em: 19 out. 2023.
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, também com estudantes de um programa de mestrado profissional em administração, o resultado foi o contrário. As motivações dos estudantes foram sobretudo para a realização de atividades acadêmicas de docência e pesquisa e não para atuar no mercado empresarial.

Raman e Pramod (2021)RAMAN, R.; PRAMOD, D. The role of predictive analytics to explain the employability of management graduates. Benchmarking: An International Journal, Inglaterra, v. 29, n. 8, p. 2378-2396, 2021. Disponível em: https://doi.org/10.1108/BIJ-08-2021-0444. Acesso em: 19 out. 2023.
https://doi.org/10.1108/BIJ-08-2021-0444...
examinam a empregabilidade de pós-graduados em Administração. Os autores examinam os programas de MBA em Administração nas universidades mais bem ranqueadas na Índia. Argumentam que um aspecto principal da educação em Administração é criar líderes para o mundo corporativo. Os MBA

representam a pós-graduação lato sensu, no Brasil, voltadas para a área profissional, enquanto os programas de mestrado e doutorado são denominados de stricto sensu.

De forma complementar, Andrade, D´Ávila e Oliveira (2004)ANDRADE, C.; D´ÁVILA, C.; OLIVEIRA, F. Um olhar sobre a práxis pedagógica do mestrado profissional em Administração da Universidade Federal da Bahia. Revista Brasileira de Pós-Graduação, Brasília, v. 1, n. 2, p. 81-96, 2004. Disponível em: https://rbpg.capes.gov.br/rbpg/article/view/42. Acesso em: 19 out. 2023.
https://rbpg.capes.gov.br/rbpg/article/v...
e Ribeiro (2005)RIBEIRO, R. J. O mestrado profissional na política atual da Capes. Revista Brasileira de Pós-Graduação, Brasília, v. 2, n. 4, p. 8-15, 2005. Disponível em: https://rbpg.capes.gov.br/rbpg/article/view/72. Acesso em: 19 out. 2023.
https://rbpg.capes.gov.br/rbpg/article/v...
abordam a discussão sobre as motivações para a pós-graduação no Brasil sob a perspectiva das competências exigidas dos pós-graduados para a inserção no mercado de trabalho. Segundo os autores, existe uma demanda social de mestres e doutores para fora e além da academia. Isso significa que, embora haja uma concentração histórica de mestres e doutores com vínculos no setor de educação (CGEE, 2016CGEE – Centro de Gestão e Estudos Estratégicos. Mestres e doutores: Estudos da demografia da base técnico-científica brasileira. Brasília, DF: CGEE, 2016. Disponível em: https://www.cgee.org.br/documents/10195/11009696/Mestres_Doutores_2015_Vs3.pdf/d4686474-7a32-4bc9-91ae-eb5421e0a981?version=1.6. Acesso em: 19 out. 2023.
https://www.cgee.org.br/documents/10195/...
), assim como um modelo de pós-graduação que estimula fortemente essa trajetória, há um espaço para atuação em outras áreas, sejam com vínculos associados à pesquisa ou não.

Essa discussão remete à própria institucionalização da pós-graduação no Brasil, na década de 1960. Inicialmente, o Parecer 977 de 1965, do Conselho de Educação Superior, conhecido como parecer Sucupira, regulamentou que a pós-graduação deveria formar dois tipos de profissionais, quais sejam, o pesquisador e o especialista altamente qualificados (Festinalli, 2005FESTINALLI, R. C. A formação de mestres em administração: por onde caminhamos? Organizações & e Sociedade, Salvador, v. 12, p. 135-150, 2005. Disponível em: https://periodicos.ufba.br/index.php/revistaoes/article/view/10809. Acesso em: 9 out. 2022.
https://periodicos.ufba.br/index.php/rev...
; Mattos, 2020MATTOS, P. L. C. L. Pós-graduação profissional em administração no Brasil: dilemas da vida adulta: Documento para discussão de políticas. International Journal of Business Marketing, São Paulo, v. 5, n. 2, p. 6-22, 2020. Disponível em: http://www.ijbmkt.org/index.php/ijbmkt/article/view/170. Acesso em: 19 out. 2022.
http://www.ijbmkt.org/index.php/ijbmkt/a...
). O primeiro tipo seria o idealmente oferecido pelo doutorado e, o segundo, pelo mestrado. Entretanto, como aponta Neves (2020), o mestrado não adquiriu um caráter mais profissional e de etapa final da formação, passando a estar associado a uma qualificação da carreira docente e a um pré-requisito para o doutorado. Os principais fatores que contribuíram para essa adaptação foram, por um lado, o desenho da carreira e o processo de recrutamento docente nas universidades públicas, que demandava mestres para o início da carreira e doutores para as posições mais elevadas. Por outro lado, isso foi reforçado pelo processo de avaliação centralizada da Capes. Segundo Baeta Neves (2020, p. 25)BAETA NEVES, A. A. B. A pós-graduação no Brasil. International Journal of Business Marketing, São Paulo, v. 5, n. 2, p. 23-29, 2020. Disponível em: http://www.ijbmkt.org/index.php/ijbmkt/article/view/171. Acesso em: 11 out. 2023.
http://www.ijbmkt.org/index.php/ijbmkt/a...
:

na prática o debate sobre as peculiaridades da formação e da pesquisa na pós-graduação das distintas áreas e sobre a distinção entre mestrado e doutorado cedeu espaço ao debate formal sobre a carreira docente. O ingresso na carreira mudou nas universidades públicas que passaram a exigir o doutorado e experiência de pesquisa. As implicações desta nova situação para a compreensão do mestrado, no entanto, ainda não se fazem sentir.

Nesse sentido, há um entendimento amplo de que a pós-graduação deve ter um duplo papel, que envolve formar pesquisadores e docentes para instituições públicas e privadas de ensino superior, mas também o de formar profissionais qualificados para atuação em outros setores e tipos de instituições (Balbachevsky, 2005BALBACHEVSKY, E. A pós-graduação no Brasil: novos desafios para uma política bemsucedida. Os desafios da educação no Brasil. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2005. v. 1.). É esse segundo papel sobre a atuação profissional que, embora possa ser explorado também dentro de programas com orientação acadêmica, justificou a criação e ainda justifica a existência dos cursos de mestrado profissional no Brasil na década de 1990 e, mais recentemente, de doutorado profissional (Festinalli, 2005FESTINALLI, R. C. A formação de mestres em administração: por onde caminhamos? Organizações & e Sociedade, Salvador, v. 12, p. 135-150, 2005. Disponível em: https://periodicos.ufba.br/index.php/revistaoes/article/view/10809. Acesso em: 9 out. 2022.
https://periodicos.ufba.br/index.php/rev...
; Giuliani, 2010GIULIANI, A. C. Perfil profissiográfico dos egressos do programa de Mestrado Profissional em Administração de uma instituição de ensino do interior do Estado de São Paulo. Revista de Administração da UFSM, Santa Maria, v. 3, n. 1, p. 94-108, 2010. Disponível em: https://doi.org/10.5902/198346592242. Acesso em: 19 out. 2023.
https://doi.org/10.5902/198346592242...
; Machado; Santos; Quaresma, 2014MACHADO, L. R. S.; SANTOS, E. H.; QUARESMA, A. G. Cursos de mestrado no Brasil, na França e em Portugal: elementos de uma abordagem comparativa. Revista Brasileira de Pós-Graduação, Brasília, v. 11, n. 26, p. 939-964, 2014. Disponível em: https://doi.org/10.21713/2358-2332.2014.v11.556. Acesso em: 19 out. 2023.
https://doi.org/10.21713/2358-2332.2014....
; Ribeiro, 2005RIBEIRO, R. J. O mestrado profissional na política atual da Capes. Revista Brasileira de Pós-Graduação, Brasília, v. 2, n. 4, p. 8-15, 2005. Disponível em: https://rbpg.capes.gov.br/rbpg/article/view/72. Acesso em: 19 out. 2023.
https://rbpg.capes.gov.br/rbpg/article/v...
).

No entanto, como discutido por Machado, Santos e Quaresma (2014, p. 957)MACHADO, L. R. S.; SANTOS, E. H.; QUARESMA, A. G. Cursos de mestrado no Brasil, na França e em Portugal: elementos de uma abordagem comparativa. Revista Brasileira de Pós-Graduação, Brasília, v. 11, n. 26, p. 939-964, 2014. Disponível em: https://doi.org/10.21713/2358-2332.2014.v11.556. Acesso em: 19 out. 2023.
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, há países em que tal divisão não existe e é comum compreender o mestrado a partir de sua natureza profissionalizante com uma vertente para a pesquisa, sem que haja fragilização do aspecto profissional em detrimento do de pesquisa, de forma que o mestrado reúne as vias profissional e de pesquisa em um mesmo percurso”. Neste mesmo sentido, segundo Mattos (2020)MATTOS, P. L. C. L. Pós-graduação profissional em administração no Brasil: dilemas da vida adulta: Documento para discussão de políticas. International Journal of Business Marketing, São Paulo, v. 5, n. 2, p. 6-22, 2020. Disponível em: http://www.ijbmkt.org/index.php/ijbmkt/article/view/170. Acesso em: 19 out. 2022.
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, os dois tipos de programas deveriam ser integrados num único tipo que combinasse a excelência da formação acadêmica e em pesquisa com orientação profissional mais explícita. Moreira e Velho (2012)MOREIRA, M. L.; VELHO, L. Trajetória de egressos da pós-graduação do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais: uma ferramenta para avaliação. Avaliação: Revista da Avaliação da Educação Superior, Campinas; Sorocaba, v. 17, p. 255-288, 2012. Disponível em: https://doi.org/10.1590/S1414-40772012000100013. Acesso em: 19 out. 2023.
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também argumentam nesta linha, reforçando que, desde os anos 1990, países cientificamente centrais já orientavam sua formação de pós-graduação para variados tipos de atuação profissional, buscando o atendimento de demandas mais amplas da sociedade para além da academia. Por outro lado, há experiências interessantes de mestrado profissional, por exemplo, a apresentada por Gomes e Elizalde (2014)GOMES, C. L.; ELIZALDE, R. Peculiaridades da pós-graduação no Brasil, na Costa Rica, no Equador e no México: um estudo comparativo. Revista Brasileira de Pós-Graduação, Brasília, v. 11, n. 25, p. 757-784, 2014. Disponível em: https://doi.org/10.21713/2358-2332.2014.v11.492. Acesso em: 19 out. 2023.
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para o caso da Costa Rica, em que esta modalidade enfatiza a pesquisa aplicada, orientada para a

solução de problemas em áreas específicas, com diferenças significativas em relação ao mestrado acadêmico.

Segundo dados do Geocapes, os cursos de mestrado e doutorado profissional correspondem hoje, respectivamente, a 12% e 1% do total de cursos de pós-graduação stricto sensu reconhecidos no país. A área de Administração, por sua natureza aplicada, ocupa a terceira posição no número de cursos profissionais, ficando atrás das áreas de ensino e saúde coletiva: são 29% do total de cursos de mestrado profissional e 2% dos cursos de doutorado profissional, com grande concentração no Estado de São Paulo. Trata-se do resultado de uma trajetória que se delineia desde a década de 1990, como apresentado por Cirani, Campanario e Silva (2015)CIRANI, C. B. S.; CAMPANARIO, M. A.; SILVA, H. H. M. A evolução do ensino da pós-graduação senso estrito no Brasil: análise exploratória e proposições para pesquisa. Avaliação: Revista da Avaliação da Educação Superior, Campinas; Sorocaba, v. 20, p. 163-187, 2015. https://doi.org/10.590/S1414-40772015000500011. Acesso em: 19 out. 2023.
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, que destaca a alta taxa de crescimento do número de cursos de mestrado profissional na pós-graduação na área de administração, em comparação com o mestrado e doutorado acadêmico, entre 1998 e 2011.

É possível discutir que, apesar do crescimento e consolidação dos mestrados profissionais na área de administração, as fronteiras entre eles e os cursos acadêmicos ainda é muito tênue. Apesar de o mestrado profissional ter surgido com uma proposta de diversificação pela CAPES (Balbachevsky, 2005BALBACHEVSKY, E. A pós-graduação no Brasil: novos desafios para uma política bemsucedida. Os desafios da educação no Brasil. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2005. v. 1.), segundo Festinalli (2005)FESTINALLI, R. C. A formação de mestres em administração: por onde caminhamos? Organizações & e Sociedade, Salvador, v. 12, p. 135-150, 2005. Disponível em: https://periodicos.ufba.br/index.php/revistaoes/article/view/10809. Acesso em: 9 out. 2022.
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, não houve diferenciação suficiente do título acadêmico, dado que alguns critérios continuaram semelhantes, como o perfil esperado dos egressos, voltado tanto para o mercado quanto para a academia, e os indicadores de avaliação da CAPES. Isso acaba acarretando dubiedade nas expectativas dos estudantes. Em seguida, focamos o programa acadêmico em Administração objeto do estudo deste artigo.

3 O Programa de Pós-Graduação em Administração da Universidade Estadual de Campinas

A missão do Programa de Pós-Graduação em Administração (PPGA) da Universidade Estadual de Campinas é formar mestres e doutores para contribuir em alto nível com a produção científica nacional e internacional, com o desenvolvimento da pesquisa e com o ensino superior. Para tanto, estrutura-se para oferecer sólida base teórica, capacidade crítica e inovadora, de forma comprometida com o desenvolvimento científico e tecnológico, mirando as demandas da sociedade.

O PPGA tem como objetivos específicos: (a) contribuir para o avanço do conhecimento de fronteira na área da Administração; (b) desenvolver métodos e ferramentas aplicáveis às práticas de gestão, ao empreendedorismo e à sustentabilidade; (c) formar pesquisadores com conhecimento científico avançado em Administração; (d) capacitar os estudantes com diferentes abordagens organizacionais e visão integrada de negócios em ambientes competitivos e cooperativos; (e) contribuir com o desenvolvimento do entorno regional e integrado nos debates nacionais e internacionais relevantes.

Em relação ao perfil do egresso, o programa se propõe a formar mestres e doutores capacitados para: (a) a atuação acadêmica em ensino, pesquisa e extensão em Administração e áreas correlatas; (b) a realização de atividades aplicadas de pesquisa organizacional, processo decisório, sustentabilidade e empreendedorismo; (c) a ação em áreas estratégicas, que envolvam a solução de problemas de alta complexidade.

O curso de mestrado prevê o oferecimento de 15 disciplinas com quatro créditos cada uma; destas, três disciplinas são obrigatórias e 12 são eletivas, seis delas em cada uma das duas linhas de pesquisa. São necessários 26 créditos para a conclusão do mestrado, além da dissertação defendida em banca examinadora. O curso de doutorado compartilha o mesmo catálogo de disciplinas eletivas do mestrado, acrescidas a elas três disciplinas específicas. As aulas ocorrem nos períodos matutino, vespertino e/ou noturno, de acordo com o oferecimento das disciplinas em determinado semestre. São necessários 38 créditos para a conclusão do doutorado, além da tese defendida em banca examinadora.

Em 2022, o PPGA contava com 24 docentes permanentes e três colaboradores. Quatro docentes compõem a comissão do programa, sendo um deles o coordenador. O processo seletivo ocorre todos os anos e é organizado em duas etapas para os candidatos habilitados. A primeira etapa, de caráter eliminatório e classificatório, consiste na avaliação do desempenho do candidato no Teste ANPAD. Trata-se de um teste de proficiência aplicado em âmbito nacional desde 1987 pela Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Administração, com 220 cursos de pós-graduação em Administração e Ciências Contábeis em seus processos seletivos. Tendo alcançado a pontuação mínima exigida no teste, os candidatos são convocados para a segunda etapa, na proporção de dois candidatos por vagas. A segunda e última etapa do processo seletivo, de caráter classificatório, consiste na arguição oral do candidato. Após a arguição, os candidatos recebem uma nota com pontuação de 0,0 a 10,0, considerando uma média ponderada dos valores atribuídos aos seguintes critérios: nota geral teste ANPAD; análise curricular; desempenho na arguição e relevância, alinhamento do pré-projeto e projeto de pesquisa com as linhas de pesquisa do PPGA.

4 Metodologia

Trata-se de um desenho da pesquisa longitudinal para acompanhar os estudantes do programa a partir de quatro tipos de questionários: questionário de inscrição (orientado aos inscritos e habilitados no processo seletivo); questionário de acompanhamento (a ser preenchido pelos estudantes dos cursos durante seu desenvolvimento); questionário de saída (a ser preenchido no momento da evasão ou desligamento por outro motivo); e questionário para alumni (a ser preenchido pelos egressos periodicamente). Os dados analisados neste artigo foram obtidos a partir da aplicação do questionário de inscrição, orientado aos inscritos e habilitados no processo seletivo do PPGA. O questionário foi elaborado por meio de uma revisão sistemática da literatura e de outros questionários internacionais para finalidades semelhantes como exposto em Carneiro et al. (2019)CARNEIRO, A. M. et al. Trajetórias discentes na pós-graduação – avaliação da experiência dos estudantes e egressos. Trabalho apresentado no 19º Congresso Brasileiro de Sociologia, Florianópolis: UFSC, 2019.. O pré-teste foi feito com a equipe de pesquisadores e estudantes selecionados. O questionário, aprovado pelo comitê de ética, foi desenvolvido e aplicado em língua portuguesa.A Tabela 1 apresenta o número de discentes de mestrado e doutorado que responderam ao questionário, excluindo as respostas incompletas. Esses discentes são ingressantes do programa entre 2017 e o ano de 2022.

Tabela 1
Quantidade de respondentes matriculados por ano de ingresso e porcentagem correspondente em relação ao total

Foram analisadas as respostas quanto às expectativas e motivações em relação ao programa, sendo elas: continuar estudos para seguir na carreira acadêmica; melhorar a inserção profissional na área de administração no setor privado; melhorar a inserção profissional na área de administração no setor público; buscar contatos profissionais na área de administração; ampliar os conhecimentos sobre um ramo específico da Administração; migrar profissionalmente para a área de administração; conquistar melhores salários e promoções de trabalho; abrir o próprio negócio e conseguir uma bolsa de estudos.

Cabe destacar que quanto ao motivo da escolha do programa, o questionário se baseou e reforçou aspectos positivos das variáveis. Não foram utilizados aspectos negativos, por exemplo, “optou pelo programa porque não tinha outra escolha”; “porque estava desempregado”. Além disso, foram empregadas variáveis referentes à realização de curso de especialização, de iniciação científica, experiência com empreendedorismo (aqui compreendido como a sociedade em empresas) e tipo de atuação profissional no momento da inscrição. Também foram analisadas respostas sobre características sociodemográficas: cor/raça, identidade de gênero, idade, renda per capita familiar e maior grau de instrução dos pais. A Tabela 2 apresenta a lista de variáveis empregadas e suas respectivas siglas.

Tabela 2
Variáveis consideradas na análise e suas siglas

Para analisar o perfil e as expectativas dos pós-graduando, utilizou-se a Análise de Correspondência Múltipla (ACM) em associação com a Hierarchical Clustering on Principal Components (HCPC). Essa associação pode ser utilizada na área das ciências humanas e sociais para estudar um grupo de indivíduos com diversas características qualitativas (Hjellbrekke, 2018HJELLBREKKE, J. Multiple correspondence analysis for the social sciences. London: Routledge, 2018.). Na ACM é possível descrever e visualizar variáveis categóricas de um conjunto de indivíduos I e variáveis K, representado como uma nuvem de indivíduos em um subespaço euclidiano de baixa dimensão (Husson; Josse; Pagès, 2010HUSSON, F.; JOSSE, J.; PAGÈS, J. Principal component methods–hierarchical clustering. Partitional clustering. Why would we need to choose for visualizing data. Agro Campus, [s. l.], p. 1-17, 2010. Disponível em: http://www.sthda.com/english/upload/hcpc_husson_josse.pdf. Acesso em: 11 out. 2022.
http://www.sthda.com/english/upload/hcpc...
; Di Franco, 2016DI FRANCO, G. Multiple correspondence analysis: one only or several techniques? Quality & Quantity, Berlin, v. 50, n. 3, p. 1299-1315, 2016. Disponível em: https://doi.org/10.1007/s11135-015-0206-0. Acesso em: 19 out. 2023.
https://doi.org/10.1007/s11135-015-0206-...
). Após a visualização e descrição da diversidade dos indivíduos, a ACM foi utilizada como pré-processamento, antes do agrupamento hierárquico e particionário.

Por meio do método Ward da ascendant hierarchical clustering (Greenacre; Blasius, 2006GREENACRE, M.; BLASIUS, J. Multiple correspondence analysis and related methods. New York: Chapman and Hall, 2006.; Ward, 1963WARD, J. H. Hierarchical grouping to optimize an objective function. Journal of the American Statistical Association, London, v. 58, n. 301, p. 236-244, 1963. Disponível em: https://doi.org/10.2307/2282967. Acesso em: 19 out. 2023.
https://doi.org/10.2307/2282967...
), construiu-se uma árvore hierárquica nas primeiras componentes principais da ACM, a fim de preservar as principais informações, eliminar o ruído e tornar a clusterização robusta (Husson; Josse; Pagès, 2010HUSSON, F.; JOSSE, J.; PAGÈS, J. Principal component methods–hierarchical clustering. Partitional clustering. Why would we need to choose for visualizing data. Agro Campus, [s. l.], p. 1-17, 2010. Disponível em: http://www.sthda.com/english/upload/hcpc_husson_josse.pdf. Acesso em: 11 out. 2022.
http://www.sthda.com/english/upload/hcpc...
). Aplicou-se, então, um particionamento k-means nos resultados da ascendant hierarchical clustering, conforme proposto por Husson, Josse e Mazet (2016)HUSSON, F.; JOSSE, J.; LE, S.; MAZET, J. Package ‘factominer’. An R package, EUA, v. 96, p. 698, 2016. Disponível em: https://cran.rediris.es/web/packages/FactoMineR/FactoMineR.pdf. Acesso em: 19 out. 2022.
https://cran.rediris.es/web/packages/Fac...
, por meio da utilização da função HCPC do pacote R FactoMineR. O efeito dessa implementação é validado pela razão entre between inertia e total inertia (Greenacre, Blasius, 2006GREENACRE, M.; BLASIUS, J. Multiple correspondence analysis and related methods. New York: Chapman and Hall, 2006.; Husson; Josse; Pagès, 2010HUSSON, F.; JOSSE, J.; PAGÈS, J. Principal component methods–hierarchical clustering. Partitional clustering. Why would we need to choose for visualizing data. Agro Campus, [s. l.], p. 1-17, 2010. Disponível em: http://www.sthda.com/english/upload/hcpc_husson_josse.pdf. Acesso em: 11 out. 2022.
http://www.sthda.com/english/upload/hcpc...
). Por fim, os clusters são representados no mapa fatorial da ACM (Di Franco, 2016DI FRANCO, G. Multiple correspondence analysis: one only or several techniques? Quality & Quantity, Berlin, v. 50, n. 3, p. 1299-1315, 2016. Disponível em: https://doi.org/10.1007/s11135-015-0206-0. Acesso em: 19 out. 2023.
https://doi.org/10.1007/s11135-015-0206-...
; Kassambara, 2017KASSAMBARA, A. Practical guide to principal component methods in R: PCA, M (CA), FAMD, MFA, HCPC, factoextra. [S. l.]: Sthda, 2017.), utilizando o software R/RStudio.

Como o número de elementos na amostra é de 74 discentes (considerando as respostas completas), não é possível extrapolar os resultados obtidos para quando novos discentes ingressarem no programa a partir de 2023. Todavia, os clusters resultantes caracterizam essa amostra de estudantes entre 2017 e 2022, e são válidos para a análise exploratória por meio da análise de correspondência múltipla dos dados das turmas analisadas ao longo dos cinco anos. Na próxima seção, os resultados são apresentados.

5 Resultados

Os resultados da análise associada à HCPC mostram a existência de três clusters (Figura A-2 e Figura A-3 do Apêndice). O cluster 1 corresponde a 49% dos respondentes e é caracterizado por ter em sua maioria estudantes de mestrado (63,6%); a maioria não fez iniciação científica (68,2%); fez especialização (68,2%) e trabalhava em atividades empresariais (45,5%). Inclui indivíduos que já foram sócios de empresas (45,5%), o maior percentual dentre os três clusters. Em termos de características sociodemográficas, o cluster 1 é composto sobretudo por brancos (95,5%); maioria de homens (61,4%) e, quanto ao grau de instrução dos pais, os mais frequentes são nível superior (29,5%) ou pós-graduação (29,5%). A idade no ingresso é a maior dentre os três clusters com mediana de 37 anos. A comparação entre os clusters 1, 2 e 3 para essas variáveis é apresentada na Tabela 3 (motivações para escolha do programa; instituição e experiência do aluno) e na Tabela 4 (variáveis sociodemográficas).

Tabela 3
Comparação das variáveis de motivação; experiência dos estudantes; e, suas categorias entre os clusters.
Tabela 4
Comparação das características sociodemográficas dos clusters

O cluster 2, que corresponde a 28% dos respondentes, é caracterizado por ter em sua maioria estudantes de doutorado (52,0%); a maioria não fez iniciação científica (68,0%), tampouco cursou especialização de 360 horas (64,0%); não foram sócios de empresas (96,0%) e a maioria não trabalhava no momento do ingresso no Programa (56,0%). Em termos sociodemográficos, o cluster 2 é composto por majoritariamente por brancos (64,0%), mas é o cluster com maior percentual de pretos/pardos (36,0%); maioria de mulheres (64,0%); e, quanto ao grau de instrução dos pais, os mais frequentes são nível médio (40,0%) ou superior (48,0%). A idade no ingresso é a menor dentre os três clusters com mediana de 28 anos.

O cluster 3 corresponde a 23% dos respondentes, sendo o menor dos três clusters e é caracterizado por ter em sua maioria estudantes de doutorado (60,0%); a maioria não fez iniciação científica (75,0%), mas fez especialização de 360 horas (55,0%); alguns foram sócios de empresas (40,0%) e o trabalho mais frequente é na administração pública (40,0%). Em termos sociodemográficos, o cluster 3 é composto, em sua maioria, por brancos (90,0%); homens (75,0%) e, quanto ao grau de instrução dos pais, o mais frequente é o nível superior (40,0%). A idade no ingresso é intermediária dentre os três clusters com mediana de 32 anos.

Quanto à expectativa em relação ao Programa, no cluster 1 se destaca a expectativa alta para ampliar os conhecimentos sobre um ramo específico da Administração (93% expectativa alta); as expectativas mais baixas para migrar profissionalmente para a área de administração (52% expectativa baixa); abrir o próprio negócio (73% expectativa baixa) e conseguir uma bolsa de estudos (75% expectativa baixa).

No cluster 2, destacam-se as maiores expectativas para continuar estudos para seguir na carreira acadêmica (100% expectativa alta); melhorar a inserção profissional na área de administração no setor privado (80% expectativa alta); melhorar a inserção profissional na área de administração no setor público (64% expectativa alta); buscar contatos profissionais na área de administração (92% expectativa alta); ampliar os conhecimentos sobre um ramo específico da Administração (96% expectativa alta); conquistar melhores salários; obter promoções (88% expectativa alta) e conseguir uma bolsa de estudos (76% expectativa alta).

No cluster 3, destacam-se as ausências de expectativa para migrar profissionalmente para a área de administração (100% não tinham essa expectativa) e para conseguir uma bolsa de estudos (80% não tinham essa expectativa).

É possível perceber que os estudantes do cluster 1, mais característico dos estudantes do mestrado do PPGA, têm uma orientação mais profissional, enquanto os estudantes dos clusters 2 e 3 têm uma orientação mais acadêmica. Essa orientação mais profissional revela-se justamente na busca pelo programa após um período de inserção profissional dos estudantes (média de cerca de oito anos), que veem no PPGA uma oportunidade para ampliar sua capacitação e para obter uma melhor inserção no mercado, inclusive em termos dos ganhos associados. Essa orientação profissional revela-se também pela não realização prévia de iniciação científica, mais comum para aqueles que já possuem durante a graduação uma perspectiva acadêmica. A iniciação científica no Brasil é uma etapa de entrada do estudante, ainda de graduação, na atividade de pesquisa.

Não há, na região do PPGA, universidades públicas que ofereçam mestrados profissionais. Essas modalidades têm sido oferecidas em faculdades ou universidades privadas, nas quais o ensino é pago. Desse modo, pode-se perceber que, ainda que haja uma orientação mais profissional dos estudantes, o mestrado acadêmico em universidade pública responde aos anseios dos pertencentes ao cluster 1. É relevante mencionar que o mestrado profissional no Brasil também não avançou claramente rumo a um papel diferenciador em relação ao mestrado acadêmico, conforme discutido anteriormente.

Por outro lado, os clusters 2 e 3 revelam um interesse e trajetória mais acadêmica. A diferença é que, no cluster 3, esse interesse ocorre mais tardiamente nos indivíduos, após um período de inserção profissional. Ou seja, são estudantes que se graduaram, trabalharam e foram realizar o mestrado ou doutorado depois dessa primeira etapa profissional, buscando complementar sua formação e, se possível, seguir a carreira acadêmica. Como se pode observar, são muitos neste cluster que realizaram especialização. O vínculo empregatício predominante na administração pública sugere uma trajetória diferente dos demais clusters.

Por fim, o cluster 2 representa um grupo minoritário de indivíduos que buscaram um caminho mais linear entre graduação, mestrado e, em alguns casos, doutorado. Uma parte importante não fez especialização, nunca foram sócios em empresas e não estavam trabalhando no momento da inscrição no PPGA. São naturalmente estudantes mais jovens que os dos outros dois clusters e com menor renda per capita. Um ponto que merece destaque é o perfil sociodemográfico distinto do cluster, já que possui 36% de indivíduos que se declaram pretos e pardos (em contraposição aos 95,5% de indivíduos autodeclarados brancos no cluster 1 e dos 90% de brancos no cluster 1) e 64% de mulheres.

As variáveis qualitativas consideradas na análise estão na Figura A-1 do Apêndice, que apresenta a contribuição relativa de cada uma delas para a composição dos clusters.

5 Considerações finais

Este artigo analisou perfis e motivações de estudantes de um programa de pós-graduação com cursos de mestrado e doutorado, trazendo contribuições conceituais, metodológicas e empíricas. Sob a perspectiva conceitual, o texto revisa trabalhos que se debruçaram sobre motivações de estudantes de pós-graduação, com ênfase para a área de negócios. Metodologicamente, as contribuições dizem respeito ao acompanhamento longitudinal dos ingressantes, o que é raro de ser encontrado. São procedimentos que permitem uma melhor análise dos discentes ao longo do tempo, o que é particularmente relevante para um programa que completou seu primeiro ciclo de avaliação em 2020 e que ainda tem o desafio de consolidar seu perfil e vocação. No entanto, trata-se de uma contribuição pertinente também para programas já consolidados, seja na área de administração, seja em outras áreas.

Por fim, os achados do artigo permitem discutir as motivações e os próprios efeitos esperados da pós-graduação, trazendo insumos para a gestão do programa. Conforme discutido anteriormente, os resultados da análise mostram a existência de três clusters: o cluster 1, com orientação mais profissional, menor diversidade de gênero e raça e idade de ingresso mais elevada; o cluster 2, formado por indivíduos com uma trajetória acadêmica entre graduação, mestrado e doutorado mais linear e contínua, maior diversidade de gênero e raça, e idade de ingresso mais baixa; e, por fim, o cluster 3, também com uma orientação mais acadêmica, ainda que tardia, dada a experiência profissional prévia dos estudantes e com baixa diversidade de gênero e raça.

Não é possível saber se a existência desses perfis diversos é fruto de uma história relativamente recente do próprio PPGA, se é característica de um programa de pós-graduação em uma área bastante aplicada – que atrai tanto indivíduos em busca de formação mais profissional quanto acadêmica –, ou mesmo um misto entre essas perspectivas. No entanto, em termos de implicações para a gestão e operação do

PPGA, estas são indagações que podem ajudar a repensar o processo seletivo do programa, assim como suas práticas pedagógicas e estrutura curricular.

Se a opção do PPGA for, em médio prazo, acolher perfis diversos, será necessário ponderar o uso do teste da ANPAD como fator eliminatório e classificatório do processo seletivo, uma vez que o teste tende a privilegiar aqueles que possuem um conhecimento mais formal de administração, seja pela proximidade temporal e/ou temática com a área da graduação e/ou mestrado. Ademais, é importante considerar achados que indicam que o uso de testes dessa natureza não prediz o desempenho dos estudantes durante os programas de pós-graduação (POSSELT; GRODSKY, 2017POSSELT, J. R.; GRODSKY, E. Graduate education and social stratification. Annual Review of Sociology, San Mateo, EUA, v. 43, p. 353, 2017. Disponível em: https://doi.org/10.1146/annurev-soc-081715-074324. Acesso em: 19 out. 2023.
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). É preciso também ponderar o peso de elementos considerados na análise curricular, uma vez que iniciação científica e publicações prévias podem privilegiar um perfil mais acadêmico, enquanto experiências de trabalho privilegiam um perfil mais profissional.

Outro elemento relevante sobre o processo seletivo diz respeito à diversidade. A baixa diversidade de gênero e raça no programa, observada nos clusters 1 e 3, pode estar relacionada com vieses do próprio processo seletivo ou com o próprio perfil de indivíduos que buscam o programa. Esse resultado condiz com os estudos de Rosemberg (2013)ROSEMBERG, F. Ação afirmativa na pós-graduação: o Programa Internacional de Bolsas da Fundação Ford na Fundação. Textos FCC, São Paulo, v. 36, p. 104-104, 2013. Disponível em: https://publicacoes.fcc.org.br/textosfcc/article/view/2454. Acesso em: 10 out. 2022.
https://publicacoes.fcc.org.br/textosfcc...
, que afirma existir uma desigualdade de acesso, permanência e sucesso na educação de pessoas com perfis de menor acesso a recursos econômicos, pais com escolaridade reduzida, originárias de área rural, negras e indígenas ou provenientes da região Norte, Nordeste e Centro-Oeste. Nesse sentido, como agenda de pesquisa, vale comparar o perfil dos candidatos inscritos que não foram selecionados nos processos seletivos com o perfil dos matriculados traçado aqui.

Ainda sobre esse tema, vale ressaltar que não só é importante ampliar os esforços de igualdade de gênero na seleção e admissão dos candidatos, mas também garantir que as instituições educacionais permitam que as experiências e tratamento dados às mulheres seja similar ao dado aos homens.

Além de afetar o processo seletivo, a discussão acerca da identidade do PPGA rebate também sobre a sua estrutura curricular e práticas pedagógicas. Embora a expectativa de seguimento de carreira acadêmica seja evidente em todos os três clusters, também há significativa motivação dos estudantes para a atuação na administração privada e pública, na busca de contatos profissionais na área de administração e na ampliação de conhecimentos sobre um ramo específico da Administração.

Nesse sentido, considerando os resultados da pesquisa e a revisão da literatura, algumas possibilidades se abrem para o programa. Uma possível transição do atual mestrado acadêmico do PPGA para um mestrado profissional pode entrar em pauta. Dado os perfis e as motivações de parte importante dos mestrandos, que mesclam o interesse acadêmico com o profissional e que optam por conciliar os estudos de pós-graduação com um trabalho em tempo integral ou parcial, o mestrado profissional poderia ser uma escolha mais atrativa. No entanto, isso depende da própria consolidação desse modelo como uma opção diferenciada em relação ao mestrado acadêmico, de forma que o mestrado possa significar uma etapa final de formação e não apenas um meio para alcançar o estágio do doutorado (Balbachevsky, 2005BALBACHEVSKY, E. A pós-graduação no Brasil: novos desafios para uma política bemsucedida. Os desafios da educação no Brasil. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2005. v. 1.; Cirani; Campanario; Silva, 2015CIRANI, C. B. S.; CAMPANARIO, M. A.; SILVA, H. H. M. A evolução do ensino da pós-graduação senso estrito no Brasil: análise exploratória e proposições para pesquisa. Avaliação: Revista da Avaliação da Educação Superior, Campinas; Sorocaba, v. 20, p. 163-187, 2015. https://doi.org/10.590/S1414-40772015000500011. Acesso em: 19 out. 2023.
https://doi.org/10.590/S1414-40772015000...
; Festinalli, 2005FESTINALLI, R. C. A formação de mestres em administração: por onde caminhamos? Organizações & e Sociedade, Salvador, v. 12, p. 135-150, 2005. Disponível em: https://periodicos.ufba.br/index.php/revistaoes/article/view/10809. Acesso em: 9 out. 2022.
https://periodicos.ufba.br/index.php/rev...
; Giuliani, 2010GIULIANI, A. C. Perfil profissiográfico dos egressos do programa de Mestrado Profissional em Administração de uma instituição de ensino do interior do Estado de São Paulo. Revista de Administração da UFSM, Santa Maria, v. 3, n. 1, p. 94-108, 2010. Disponível em: https://doi.org/10.5902/198346592242. Acesso em: 19 out. 2023.
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).

Como alternativa, o programa poderia continuar sendo acadêmico, combinando a excelência da formação acadêmica e em pesquisa com orientação profissional mais explícita como sugerido por Mattos (2020)MATTOS, P. L. C. L. Pós-graduação profissional em administração no Brasil: dilemas da vida adulta: Documento para discussão de políticas. International Journal of Business Marketing, São Paulo, v. 5, n. 2, p. 6-22, 2020. Disponível em: http://www.ijbmkt.org/index.php/ijbmkt/article/view/170. Acesso em: 19 out. 2022.
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, Moreira e Velho (2012)MOREIRA, M. L.; VELHO, L. Trajetória de egressos da pós-graduação do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais: uma ferramenta para avaliação. Avaliação: Revista da Avaliação da Educação Superior, Campinas; Sorocaba, v. 17, p. 255-288, 2012. Disponível em: https://doi.org/10.1590/S1414-40772012000100013. Acesso em: 19 out. 2023.
https://doi.org/10.1590/S1414-4077201200...
e Giuliani (2010)GIULIANI, A. C. Perfil profissiográfico dos egressos do programa de Mestrado Profissional em Administração de uma instituição de ensino do interior do Estado de São Paulo. Revista de Administração da UFSM, Santa Maria, v. 3, n. 1, p. 94-108, 2010. Disponível em: https://doi.org/10.5902/198346592242. Acesso em: 19 out. 2023.
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. Isso traz implicações para a grade curricular e também para o próprio produto final. Por exemplo, é importante mesclar conteúdos mais teóricos com conteúdos mais práticos nas disciplinas, assim como estimular trabalhos mais acadêmicos (como produção de artigos), trabalhos mais transversais (menos conteúdos e mais resolução de problemas) e trabalhos mais aplicados às práticas da administração pública e privada, ressaltando o caráter profissional. Nessa mesma linha, a opção de doutorado direto pode se mostrar relevante para os interessados na carreira acadêmica.

Nesse contexto, a agenda de pesquisa para a qual este trabalho aponta é de ampliação de estudos similares, considerando outros cursos e instituições. Isso porque o levantamento e seguimento dos dados dos estudantes, desde o momento da escolha do curso e ao longo de sua trajetória, traz insumos importantes para a atração, o recrutamento e a retenção dos estudantes, garantindo sua satisfação e contribuindo, em certa medida, para a conclusão do mestrado e doutorado, além do sucesso do programa (Posselt; Grodsky, 2017POSSELT, J. R.; GRODSKY, E. Graduate education and social stratification. Annual Review of Sociology, San Mateo, EUA, v. 43, p. 353, 2017. Disponível em: https://doi.org/10.1146/annurev-soc-081715-074324. Acesso em: 19 out. 2023.
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).

De forma complementar, esse tipo de esforço permite uma compreensão mais ampla sobre os diferentes fatores que influenciam a aplicação, seleção, matrícula e conclusão da pós-graduação, incluindo idade, formação anterior, perfil socioeconômico, sexo, raça, entre outros aspectos (Posselt; Grodsky, 2017POSSELT, J. R.; GRODSKY, E. Graduate education and social stratification. Annual Review of Sociology, San Mateo, EUA, v. 43, p. 353, 2017. Disponível em: https://doi.org/10.1146/annurev-soc-081715-074324. Acesso em: 19 out. 2023.
https://doi.org/10.1146/annurev-soc-0817...
). Como colocado por Guerin, Jayatilaka e Ranasinghe (2015)GUERIN, C.; JAYATILAKA, A.; RANASINGHE, D. Why start a higher degree by research? An exploratory factor analysis of motivations to undertake doctoral studies. Higher Education Research & Development, London, v. 34, n. 1, p. 89-104, 2015. . Acesso em: 19 out. 2023., todos esses elementos podem ajudar os programas de pós-graduação a consolidarem ou mesmo reformularem sua identidade ao longo do tempo em um processo de coevolução entre perfis e motivações dos estudantes, mercado de trabalho e as próprias instituições educacionais.

Em termos de limitações da pesquisa é importante reforçar a impossibilidade de generalização dos resultados encontrados até o momento para as próximas turmas do PPGA. Estudo retrospectivo de Hortale et al. (2014)HORTALE, V. A.; MOREIRA, C. O. F.; BOCHNER, R.; LEAL, M. C. Trajetória profissional de egressos de cursos de doutorado nas áreas da saúde e biociências. Revista de Saúde Pública, São Paulo, v. 48, p. 1-9, 2014. Disponível em: https://doi.org/10.1590/S0034-8910.2014048004629. Acesso em: 19 out. 2023.
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mostrou, por exemplo, diferenças na motivação para buscar os programas de Pós-Graduação da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) entre as diferentes coortes de egressos entre 1984 e 2007, devido à especialização das linhas de pesquisa que o programa foi adquirindo. Outra limitação refere-se à opção por construir um questionário destacando aspectos positivos da escolha do estudante.

APÊNDICE A MULTIPLE CORRESPONDENCE ANALYSIS – MCA

Multiple Correspondence Analysis – MCA é utilizada para detectar e representar estruturas subjacentes no conjunto de dados com variáveis qualitativas e quantitativas. A partir dessa correspondência, os dados são representados como pontos em um espaço euclidiano de baixa dimensão, em geral duas ou três, as quais resultam da composição das variáveis sob análise.

A Figura A-1 mostra a projeção da nuvem de variáveis qualitativas utilizadas na clusterização. As linhas pontilhadas correspondem às retas x=0 e y=0. As variáveis mais próximas de 1, em ambas as dimensões, representam aquelas que tiveram contribuição maior na separação dos discentes entre os três clusters.

Figura A-1
Gráfico das variáveis qualitativas consideradas na análise e sua contribuição relativa para a clusterização.

A Figura A-2 mostra a projeção bidimensional da nuvem dos discentes analisados na clusterização. As porcentagens somadas das dimensões nos eixos x e y representam variabilidade da nuvem, que pode ser representada na projeção bidimensional. Os clusters são identificados pelas cores (preto, vermelho e verde).

Figura A-2
Factor map com apresentação dos discentes em clusters.

Na Figura A-3 é apresentado o dendograma da clusterização hierárquica em 3D, em conjunto com uma nova visão da Figura A-2, com a projeção dos discentes analisados, no plano euclidiano, categorizados nos três clusters.

Figura A-3
Dendograma da clusterização hierárquica em 3D

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Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    11 Dez 2023
  • Data do Fascículo
    2023

Histórico

  • Recebido
    18 Ago 2023
  • Aceito
    01 Out 2023
  • Revisado
    31 Out 2023
Publicação da Rede de Avaliação Institucional da Educação Superior (RAIES), da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) e da Universidade de Sorocaba (UNISO). Rodovia Raposo Tavares, km. 92,5, CEP 18023-000 Sorocaba - São Paulo, Fone: (55 15) 2101-7016 , Fax : (55 15) 2101-7112 - Sorocaba - SP - Brazil
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