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(Re-)significando o Espaço como Capital: Contribuições de Estudo com Empreendedores Locais

RESUMO

Tomando como referência as abordagens adotadas por Bourdieu (2010)BOURDIEU, Pierre. O poder simbólico. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2010. e Jacobs (2011)JACOBS, Jane. Morte e vida de grandes cidades. São Paulo: WMF Martins Fontes, 2011., este artigo tem como foco apresentar os resultados de um esforço de pesquisa destinado a investigar as relações entre os construtos Espaço e Dinâmica Social. Neste sentido, visa investigar de que maneira as relações entre diferentes agentes sociais - com ênfase nos papeis desempenhados por empreendedores locais - que, ao mobilizar diferentes capitais - econômicos, sociais, culturais e simbólicos (BOURDIEU, 2010BOURDIEU, Pierre. O poder simbólico. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2010.) - condicionam e são condicionados por configurações espaciais específicas, criadores de dinâmicas socioespaciais que são facilitadores da diversidade em maior ou menor grau (JACOBS, 2011JACOBS, Jane. Morte e vida de grandes cidades. São Paulo: WMF Martins Fontes, 2011.). Para tal, foi conduzida pesquisa inspirada na Grounded Theory, envolvendo análise documental, observação direta e 41 entrevistas semiestruturadas com empreendedores, moradores, transeuntes e formadores de opinião inseridos na dinâmica de importante rua da periferia da cidade de Sete Lagoas (MG). Resultados notáveis incluem a relevância de estudos que traçam considerações mais sistemáticas, extrapolando os capitais econômico, social, cultural e simbólico (BOURDIEU, 2010BOURDIEU, Pierre. O poder simbólico. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2010.), atribuindo maior importância ao "capital espacial", comumente relegado a segundo plano não somente na "Teoria da Ação Prática", de Bourdieu como também em estudos clássicos em Economia e Geografia (SANTOS, 2012SANTOS, Milton. Por uma geografia nova: Da crítica da geografia a uma geografia crítica. São Paulo: Edusp, 2012.). Outro resultado significativo deste estudo é que os sujeitos personificados nos diferentes tipos de empreendedores identificados - Tradicionais, Modernos e Bricoleurs - não emergem, nem atuam em um vácuo socioespacial, nem são independentes uns dos outros. Ao contrário, fazem parte de uma ecologia social comunitária (HANNAN; FREEMAN, 1984HANNAN, Michael; FREEMAN, John. Structural inertia and organizational change. American Sociological Review, v. 49(2):149-164, 1984.), repleta de disputa, colaboração e sinergias intencionais e inconscientes, em que o espaço, além das forças tecnológico-econômicas, desempenha um papel relevante.

Palavras-chave:
Empreendedorismo comunitário; Espaço; Dinâmica socioespacial; Teoria da ação prática

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