Este estudo objetivou avaliar a influência do tipo de cimento endodôntico (um cimento à base de resina de salicilato e dois cimentos endodônticos) e do tempo decorrido entre a obturação do conduto e a cimentação do pino de fibra na adesão de pinos de fibra à dentina radicular bovina. Sessenta dentes bovinos foram divididos em seis grupos (n=10), considerando um desenho experimental de dois fatores (3x2): cimento endodôntico em três níveis [à base de resina epóxica (AH Plus), eugenol (Endofill) e resina de salicilato e MTA (MTA Fillapex)] e o tempo para cimentação em dois níveis (cimentação imediata e 15 dias pós a obturação). Após cimentação do pino de fibra, fatias com 2 mm de espessura foram obtidas e submetidas ao teste de push-out. Os padrões de falha foram analisados em estereomicroscópio (40×) e classificados em: adesiva na interface cimento/dentina, adesiva cimento/pino, coesiva do cimento, coesiva do pino, coesiva da dentina e mista. Os dados foram analisados através dos testes de ANOVA a dois fatores e post hoc de Tukey (α=0,05). Quando os pinos de fibra foram cimentados imediatamente após a obturação dos condutos, a resistência adesiva foi similar, independentemente do tipo de cimento endodôntico. Entretanto, após 15 dias, os dentes obturados com cimento resinoso à base de resina epóxica apresentaram os maiores valores de resistência adesiva (p<0,05). Os valores de resistência adesiva do mesmo cimento nos diferentes tempos experimentais não foram alterados. O principal tipo de falha foi adesiva na interface cimento/dentina (89,4%). O tempo decorrido entre a obturação dos condutos e a cimentação do pino não influenciou a adesão do pino de fibra à dentina radicular. Por outro lado, o tipo de cimento endodôntico influencia a adesão entre dentina radicular e pinos de fibra.
