O objetivo deste estudo foi avaliar a imunoexpressão de MMP-2, MMP-9 e CD31/densidade microvascular em carcinomas espinocelulares de soalho bucal e correlacionar os resultados com variáveis demográficas, de sobrevida, clínicas (estadiamento TNM) e histopatológicas (grau de diferenciação tumoral, invasão perineural, embolização e invasão óssea). Dados de prontuários e de diagnósticos de 41 pacientes foram revisados. Cortes histológicos foram submetidos à imunomarcação usando anticorpos primários para MMP-2, MMP-9 e CD31 humanos e sistema streptoavidina-biotina-imunoperoxidase. Análise histomorfométrica quantificou a positividade para MMPs (20 campos, grade de 100 pontos por lâmina, ×200) e para CD31 (microvasos <50 µm na área de maior vascularização, 5 campos, grade de 100 pontos por lâmina, ×400). O planejamento estatístico foi composto pelo teste não paramétrico U de Mann-Whitney (verificação da associação entre variáveis numéricas e imunomarcações), teste de frequências do qui-quadrado (em tabelas de contingência), teste exato de Fisher (quando pelo menos uma frequência esperada foi menor do que 5 em tabelas 2×2), método de Kaplan-Meier (estimativa de probabilidades de sobrevida global) e teste de Iogrank (comparação das curvas de sobrevida), todos com nível de significância de 5%. Houve correlação estatisticamente significante entre imunomarcação para MMP-2 e metástase em linfonodo. Os fatores relacionados negativamente com a sobrevida foram estadiamento N, gradação histopatológica, invasão perineural e imunomarcação de MMP-9. Não houve associação significativa entre imunoexpressão de CD31 e as demais variáveis. A intensidade de imunomarcação para MMP-2 pode ser indicativa de metástase em linfonodo e para MMP-9 de uma menor probabilidade de sobrevida.
