O enxerto ósseo ideal deve possuir características como biocompatibilidade, capacidade osteocondutora, osteoindutora, resistência e plasticidade. Dentre os implantes xenogênicos de origem bovina, os produzidos com o osso esponjoso revestem-se de particular interesse devido a sua arquitetura constituída de poros biologicamente desenhados que favorecem a invasão celular e vascular até o centro do defeito. O objetivo deste estudo foi avaliar a resposta tecidual ao material de osso inorgânico medular bovino macrogranular. Quarenta ratos foram divididos em 2 grupos (n=20): o grupo controle recebeu cápsulas de colágeno vazias, e o grupo experimental recebeu implante subcutâneo do material teste. As amostras foram coletadas após 10, 20, 30 e 60 dias de implantação e processadas histotecnicamente. A análise histológica mostrou aos 10 dias pós-cirúrgicos que o infiltrado inflamatório era do tipo granulomatoso rico em células gigantes multinucleadas, mas livre de linfócitos ou plasmócitos, quadro similar ao observado para aloenxertos mineralizados implantados em subcutâneo de ratos. Com o avançar do tempo experimental houve significante diminuição do infiltrado inflamatório inicial concomitantemente ao aumento no grau de fibrosamento ao redor das partículas implantadas. Concluiu-se que o material de enxerto testado em tecido conjuntivo subcutâneo de ratos induziu um granuloma tipo corpo estranho e fibrose ao redor das partículas implantadas, resposta semelhante do mesmo tecido aos aloenxertos mineralizados, e não desencadeou nenhuma resposta imune, sendo portanto biocompatível.
