Este estudo ex vivo avaliou a permeabilidade da dentina do canal radicular do terço apical de diferentes grupos de dentes humanos. Foram utilizados 80 dentes, sendo 8 de cada grupo dental superior e inferior: incisivos centrais, incisivos laterais, caninos, primeiros pré-molares superiores (raízes vestibulares e palatinas), primeiros pré-molares inferiores, segundos pré-molares superiores e inferiores, totalizando 88 raízes, as quais foram distribuídas em 11 grupos. Os canais foram instrumentados, irrigados com NaOCl a 1% e EDTA a 15%. As raízes foram imersas em sulfato de cobre a 10% por 30 min e acido rubeânico a 1% pelo mesmo período. Esta reação química revela a permeabilidade da dentina por meio da formação de um complexo escurecido denominado rubeanato de cobre. Hemi-secções de 100 µm de espessura foram obtidas do terço apical da raiz. Cinco secções do terço apical foram lavadas, desidratadas, diafanizadas e montadas em lâminas para análise em microscopia óptica. A porcentagem de infiltração de íons cobre e a quantidade de dentina tubular foram quantificadas por meio de análise morfométrica. A penetração de íons cobre no terço apical da raiz variou de 4,60% a 16,66%. Os incisivos centrais e laterais apresentaram a maior permeabilidade dentinária (16,66%), e os caninos superiores e segundos e primeiros pré-molares inferiores as menores (4,60%, 4,80% e 5,71%, respectivamente; p<0,001). Os outros dentes apresentaram permeabilidade intermediaria. Conclui-se que a penetração de corante nos túbulos dentinários da região apical é extremamente dependente do grupo de dentes avaliado.
