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O Proto-Tupi-Guarani não tinha uma oclusiva velar palatalizada

Resumo

Este trabalho tem como objetivo resolver uma das questões em aberto acerca da reconstrução da fonologia do Proto-Tupi-Guarani (PTG): a da existência ou não de um contraste entre uma oclusiva velar simples *k e uma oclusiva velar palatalizada *kʲ. Argumentamos que a evidência que supostamente indicaria a necessidade de reconstruir *kʲ é mais bem explicada por meio de desenvolvimentos secundários de *k em algumas línguas, como o Kayabí, o Kamayurá, o Tenetehára, o Guarayu, o Kagwahiva e o Ka’apor. A análise das correspondências relevantes também estabelece uma série de outros fatos acerca da estrutura do PTG e da fonologia histórica dessas línguas, além de apresentar uma avaliação crítica de algumas das etimologias tradicionalmente tidas como relevantes para a questão do estatuto do contraste *k -*kʲ. Por fim, mostramos que a reconstrução do PTG com *k apenas elimina a necessidade para uma cisão não motivada em nível do Pré-PTG, uma característica problemática de propostas existentes acerca das consoantes do Proto-Tupi. Um apêndice apresenta o conjunto de etimologias utilizadas como dados para a análise apresentada.

Palavras-chave
Método comparativo; Línguas Tupi-Guarani; Fonologia histórica

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