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Tempo, espaço e chefias no Alto Xingu: uma análise de akinha kuikuro

Tense, space and chiefs in the Upper Xingu: an analyses of Kuikuro akinha

Resumo

Este artigo parte da análise de duas akinha kuikuro - termo geralmente traduzido como ‘narrativa’ – para desenvolver reflexões sobre as relações entre espacialidade e política no Alto Xingu. A partir da perspectiva linguística, a atenção se volta para a produção e organização de temporalidades e sequenciamento temporal em uma língua sem flexão verbal de tempo (tense). Para este fim, serão abordados: aspectos verbal e nominal, partículas epistêmicas-evidenciais e dêiticos demonstrativos. Esse tempo distribuído pela semântica de diferentes grupos de morfemas oferece um trampolim analógico-heurístico para pensar como as noções de tempo e os esforços de historiografia nativa das akinha kuikuro distribuem-se também pela paisagem alto-xinguana, condensando-se de forma diferenciada em distintos espaços e relações políticas na região. O artigo, portanto, realça não apenas os recursos mobilizados na arte verbal executada pelos ‘mestres narradores’ kuikuro, como também abre conexões com territórios passados e presentes e concepções nativas historiográficas, espaciais, cosmológicas e de configurações de paisagens do passado e do presente.

Palavras-chave
Kuikuro; Karib; Alto XingU; Narrativas; Espaço; Chefia

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